muthine
entre a escrava e sua senhora
nao se diferem nesta exigencia
ambas, quando chega a hora
nao toleram impotencia
tanto o servo, quanto o patrao
sao escravos do mesmo amo
derretem na chama da paixao
qua uma mulher diz: te amo.
nas noite d'amarga solidao,
forte saudade tua me tortura.
Tal como a Eva era para Adao,
tu es a minha unica cura
As bichas
As longas bichas do hospital
e' dos sem capital.
Quem tiver algo no cofre
nao a segue nem sofre
O rico fica pelos cantos.
E os pobres? Obitos sao tantos
porque o medico d'ospital
nao serve fim vital
O nobre ate do quintal
recebe tratamento medicinal
Dentro na bicha sem regra
morrem os de pele mais negra
E depois da longa espera
vem a enfermeira
mandar vir proximo mes
para mandar voltar outra vez
Nao e' a sorte, mas o treino,
que edifica um firme reino.
E, a gloria de um bom rei,
e' cantada pela sua grei.
Intolerancia de chefe nenhum,
ja trouxe beneficio algum.
Antes, perder uma guerra
pode significar paz inteira.
Tudo que eu sei na verdade
e' que a riqueza e' vaidade;
Pelo que, e' va a arrogancia
mais ainda, se for por ganancia.
De resto em tudo tenho duvida,
mas, uma certeza tenho na vida:
E' que todas vontades sao passiveis
mas so algumas sao possiveis.
desconheco sagrado segredo
para mulher q a lingua nao segura.
Nem ha nela noticia pura
para acredita-la sem medo.
Seja qual seja o credo,
cabe ao homem uma censura
o que qdo a paixao o empurra
deixar-se levar muito cedo.
Nao sucedeu isso com Sansao?
Que provou lealdade a Dalila,
contando-a toda a versao
sobre o poder q naquela vila,
Lhe concederam por bencao
para livrar israel da cila
O amor para durar,
envez de falar
dos teus pensamentos,
avalie os teus sentimentos.
A vida para ter graca,
nao julgues pela raca.
Como os ceus sem fronteira,
que o amor seja tua bandeira.
VICTORIA
Se tao somente
Me pudesses explicar
Por que simplemente
Te recusas em me amar
Se me dissesses francamente
Por que nao te posso namorar
Talvez buscasse internamente
Uma forca para suportar
Mas se me vieres com a velha historia
De que existe outro na parada
Nao te prometo tregua minha amada
Enquanto nao me deres teu coracao
Continuarei nesta obsessao
Ate seres minha Victoria.
VELAS DA ALMA
Nao namore uma mulher
Se nada com ela quer
Nem pise o sentimento dela
Se quiser que a vida seja bela
Nao deixe que teu amor acabe
Se nao quer que tudo desabe
Quando o amor por ela morre
Ela tomba feito uma torre
As mulheres sao perolas
E nao elas bolas.
Entao nao lute para ir a final,
Se nao quiser se dar mal
Sao velas das nossas almas
Rosas nas nossas palmas
Nao deixe se apagar sua luz
Nem a beleza que nos seduz.
A amizade, so e' amizade,
Quando, entre amigos
existir, mais cumplicidade
mesmo em grandes castigos.
E' um pacto de irmandade,
Quando enfrentam perigos.
E no tempo de calamidade,
Partilham os mesmos figos.
Cordas da mesma guitarra
Sao os amigos verdadeiros
E abracam a diciplina da varra
Sao grandes companheiros.
Um, na mao doutro agarra,
E vivem sonhos porreiros.
maos rijas de mocambicanos
que amassam o barro dos pantanos
maos que moldam com dinamica,
a vida, em artes da ceramica
maos que abracam enxadas,
maos por vezes inchadas
maos de combatentes da pobreza
mao que reinventam a certeza
maos de operarios
aqueles cujos horarios
sao violados pelo patrao
mas nunca recebe gratificacao.
Maos do professor, nas maos do opressor.
Maos do medico, maos do indico.
Maos lutando pela mesma causa,
sem salario justo nem pausa.
De natureza, o homem e' tao taciturno,
Que ate se deixa levar pela emocao
De migalhas de um prazer nocturno
Que depois cela o seu proprio caixao.
Pior que isso e' num outro turno,
Ver amigos que num forte discussao
Deixam de fazer algo oportuno
Para brigam pela mesma perdicao.
Ou ha nisso uma outra explicacao,
Diferente da irracionalidade
Que caracteriza este grande bichao?
A existe, creio que na verdade
Me enganei sobre a criacao
Quando aceitei que era uma beldade.
Vai decalcado neste soneto, o pedaco
De uma'lama violada pela vergonha,
Que engravidou este branco papel almaco
Por emprestimos na arte do Noronha.
Sem poder sequer fingir o nitido traco
Da tristeza deste ser, que todas noites sonha
O que em dia se resume em estilhaco
De uma esperanca nao menos tristonha.
Nao fosse a poesia, enorme o suficiente,
Para enjaular nas celas do subconsciente
Os retalhos de um coracao , ja nao meu
Talvez desabasse o proprio futuro
Unica luz que me mantem seguro
Da ressureicao da moral que agora morreu.
Vai decalcado neste soneto, o pedaco
D'alma, violentada pela vergonha
Que engravidou o pardo papel almaco
Nos emprestimos da arte de Noronha.
Sem ter como fingir o nitido traco
De tristeza deste ser, que sonha
O que cedo se transforma em estilhaco.
Digno apenas de uma vida tristonha.
Nao fosse a poesia, enorme o suficiente
Para juntar no meu subconsciente
Os retalhos do meu coracao derrotado
Talvez desabasse desfeita meu futuro
Que nao se distingue do apurro
Que fez de mim este pobre coitado.
Oh abismo movel
Que usando nossos pes
Deambula de les-a-les
A espalhar teu fel.
Oh prazer que nos ameaca
Praga que nos desgraca
Tu que te moves sereno
No perfeito corpo veneno
Oh vazio que nos pariste
Tu que outrora nos cuspiste
Por que hoje nos engole
Na barriga do prazer mole?
Oh ardente fogo de enxofre
Por ti o homem sofre
Noite e madrugada adentro
Procurando o teu epicentro
Oh segredo indescurtinavel
Oh mare inavegavel
Que ganhamos de ti afinal
Alem desta dor infernal?
Oh fonte de ais eternos!
Os homens sao todos subalternos
Por causa do fogo escondido
Entre as pernas deste ser desinibido
Oh profundo abismo movel
Que usas nossos proprios pes
Para deambular de les-a-les
Espalhando teu amargo fel
Oh praga que nos ameaca.
Prazer que na cama nos desgraca
Tu que te moves sereno
Transportando mortifero veneno
Oh vazio que nos pariste
Tu que na imundice nos cuspiste
Por que vem e nos engoles
Na barriga das paixoes moles
Oh ardente fogo de enxofre
Por ti o homem chora e sofre
Para ganhar o sofrimento
E o divino julgamento.