MoreThanWords
Quem sabe ele esteja enganado sobre todas essas preferências. Quem sabe ele apenas ainda não conseguiu enxergar a verdadeira preferência dele. Ou talvez nem seja a preferência; talvez seja exatamente o contrário do que ele prefere, só para ele perceber que não é preciso ser branquela, loira, fácil e não-tímida para completá-lo. Basta haver um sentimento. E esse sentimento ser recíproco. Mas, por enquanto, eu continuo não fazendo o “tipo” dele. E ele fazendo o meu.
Odeio escutar minhas amigas dizerem o quanto nós dois combinamos, por sermos totalmente diferentes – dizem que é assim que a gente se completa. E eu odeio concordar com isso, mesmo que em silêncio.
Eu quero te amar, quero sentir-me apaixonada por ti, mas eu não posso, eu não devo. Porque eu conheço você. Eu sei como você é, conheço teu jeito e sei também que não vai mudar por mim, em hipótese alguma.
Eu só queria saber se você sente algo por mim, para não alimentar mais essa esperança de poder te ter para mim, de poder mudar você e te fazer ver – e sentir – o quão bom é o amor. Deixa eu apresentá-lo a você?
(...) Eu sei coração… Eu sei que ele te pisoteia. Eu sei que dói saber que ele tem várias menininhas por aí. Sei que sente raiva quando ele te faz de idiota. Sim, eu também sei que machucou escutar ele falando que vai ficar com mais uma hoje. Ah, quer dizer que é por isso que você se finge de surdo? Está certo, coração, eu te entendo. Claro, pode voltar a ser surdo. Pode voltar a ser cego, burro, estúpido, idiota e todos os outros adjetivos que eu dei a você. Se eu me importo? Claro que não, querido coração. Quer saber o porquê? Porque eu sei que não adianta eu brigar com você, não adianta eu querer que você mude; você sempre vai voltar a sentir a mesma coisa pela mesma pessoa. Não importa o que eu faça.