Moreno Pessoa
Essa coisa que tanto te solicito e que insisto em chamar de abraço nunca passou de um mero pretexto pra aproximar meu coração do teu.
nem um mínimo de amor e vida nos chega, aos homens, sem que antes ardamos no entendimento vasto do que totaliza a mulher... seja pela mãe que viemos ou para àquela que nos destinamos, como futuro parceiro, nossa jornada masculina é o que ocorre entre esses dois amores.
amor é a incompetência de desistir, a deselegância de querer bem a qualquer custo, o fracasso em soltar as mãos.
Intimidade é abrir a porta. Afeição é adentrá-la. Amor é não precisar abri-la: é morar em casa de vez.
tenho sido todo-meu: me cuidado no abraço-amigo do eu-amoroso.
tenho me preservado-pertencido pra me renunciar quando teu desejo me chamar.
medidas afetivas:
paixão é contar estrelas,
descontar atrasos, recontar detalhes.
amor é perder as contas.
Amor é o que não deixa distração parecer descuido nem atenção sugerir sufocamento. Amor é uma linha tênue a costurar delicadezas.
Não sei o que fazer comigo... Se tudo que me é te pertence, nem mais me resido. Exilado de mim, moro na vontade de ser teu desejo e abrigo.
não é que você passe a amar: você simplesmente deixa de se reter e permite que a mágica - inerente ao ser - aconteça.