Monica Orestes
O meu coração tornou-se medroso, sempre que alguém chega ele corre, pois tem medo de ser roubado novamente.
E quando meu coração disser basta não quer dizer que eu não te ame mais, mais sim que ele cansou de não ser amado.
Procuro nos afazeres uma forma de tirar você dos pensamentos meus, em vão eu presumo.. pois até nos afazeres meus pensamentos são teus.
Preciso olhar nos teus olhos e dizer que a vida é injusta mesmo... e que nem tudo que a gente quer, a gente pode ter. Que o sorriso pode ser passageiro, como alguém que vai embora da nossa vida; mas que a dor pode ser eterna como a saudade de algo que foi bom... É preciso saber lidar com tudo; e aproveitar cada momento verdadeiro, para poder guarda-lo com carinho; como um abraço de quem a gente ama.. Às coisas boas ficam marcadas. E é assim que quero guardar certas coisas.
Bebi tanto do seu amor; e por fim me dei conta que a garrafa já estava vazia, e que meu estado ébrio era por saudades suas, já que não havia restado mais nada.
Quando estou com os pensamentos à mil em minha mente, que subo num ônibus com destino a algum lugar, sento-me em minha cadeirinha de pensar, e alí pela janela, fitando o passar de vultos e cores diferentes, com os olhos paralisados e intensos, vejo meu passado e meu presente; além de tentar também, prever um pouco do meu futuro.
Alguns dizem que é força, mas eu digo que é maturidade, mesclada com fé. Dias tristes virão, isso é certo; mas a partir do momento que sou madura, aceito os fatos, e tenho esperança de que tudo vai ficar bem uma hora; isso não faz com que eu perca a vontade de viver, muito menos o sorriso.
Será que chegou a hora de jogar todas as coisas que lembram você? quem sabe na tentativa de apagar o que eu sinto junto? Se ainda às deixo aqui, talvez seja porque me resta um fio de esperança; uma pequena chama à espreita do meu peito, ansiosa por tua presença, para que eu possa me largar desse frio que congela todo meu ser.
Ou será que não foi tempo perdido, foi tempo somado?! Ou será que tudo se uniu num só sentido, e sentindo me juntei a mim, e de mim me refiz, num ser que juntou seus cacos e tomou forma. E da forma matéria: tal essa que a física explica que a gravidade te põe os pés firmes, mas que a mente te faz flutuar. Ou até mais, voar! Voar para universos desconhecidos, nos quais muitos nos encantam e outros nos desencantam. Enfim... Hoje sou criada da matéria que se torna imatéria constante, num ciclo de pés firmes e mentes flutuantes.
Não sei dizer se é gostar, possessão ou amor, mas, algo me prende a você de uma forma que não sei explicar. Fico presa em pesamentos, devaneios, perco a fome, perco o sono, perco tudo! Menos você. Não sei se da cabeça, do coração, ou dos dois. Tento encontrar formas de me livrar dessas amarras, mas, quanto mais eu tento te esquecer, mais eu lembro, mais eu sinto falta, mais perto me encontro independente da distância. E sua ausência me deixa um vazio, que é repleto de você.
Quando estou perto de você, sinto um frio interno que se expande por todo meu corpo; sinto minhas mãos trêmulas e perdidas, ansiosas para se esconderem em qualquer lugar. Sinto-me como uma criança à procurar palavras para tentar formar uma frase com o mínimo de sentido possível. Sinto o coração pular do peito, e para completar, consigo ouvir cada batimento apressado, junto com uma respiração irregular e exasperada. Mas, sobre tudo, sinto uma alegria imensa de estar perto; por mais que tudo em mim esteja entrando em colapso, ainda sim, vale a pena cada instante do seu lado.
Faz o teu mundo mais colorido que o meu?! Prometo não sentir inveja, não tirar teu riso frouxo... Te juro que vou observar de longe sua graça, e de jamais trazer a tona a desgraça, que é viver aprisionado em felicidades alheias, na dependência de ter através do outro, e não de buscar dentro de si. Faz teu mundo, faz? Prometo não descolorir novamente o seu caderninho de pintar.
Amar é gostar dos pássaros e não mante-los presos; mas sim, deixa-los livres para poderem viver de forma que se sintam bem. Deixar ir, nem sempre significa desapego. Às vezes, é preciso abrir a gaiola, e entender que é possível apreciar de longe toda beleza daquilo.
Os dias se passam e tudo muda. Dizem que através da prática é possível chegar a perfeição. Entre tantos tropeços e quedas, hoje me sinto mais segura e firme que antes: para me derrubar, você primeiro vai ter que aprender a cair.
Me perguntam se eu ainda gosto de você. Eu respondo que amo. É que o amor é querer ver bem perto, mas, bem longe de querer te ver mal. Então, mesmo longe, estando bem, continuarei te amando e torcendo pra que chegue mais perto.
Eu amo o seu sorriso escondido, e os seus olhos... todos num retrato que eu tenho guardado. Seu cheiro as vezes o vento me trás, e nesse momento sinto você perto de mim, e é tão bom. Sua voz eu tenho gravada na memória, ouço quantas vezes eu quiser. Eu tenho você aqui comigo o tempo todo, e você nem sabe.
E não dura muito tempo pra sentir sua falta. Na velocidade de segundos me pego viajando naqueles momentos únicos que foram só nossos. E como quem acorda de um pesadelo, volto pra vida normal e vejo que não se passa apenas de lembranças boas contigo. Não nego, de todos os filmes e sonhos que passam em minha cabeça, você é o melhor deles.
Como poucos momentos se transformam em enormes reticências... Como não parar, como não desistir mesmo querendo? Como deixar de lado essa interminável necessidade de você? Como acabar com o inacabável? Como terminar com algo que para mim parece ser interminável? E o fato de ter acabado me deu esperanças de um novo começo, onde seremos mais perfeitos que antes, onde os defeitos já estarão consertados, e o amor continuará guardado e aperfeiçoado pela vida e pelas experiências que nos farão enxergar que a única forma de ter paz é estando junto, como antes, na verdade, melhor do que antes.