Monalisa Macêdo
Inteiro
Amores pela metade não me satisfazem, meias amizades não me convencem,
um quase sorrir não me contenta, um pouco de paz não me tranquiliza,
estar perto não diz que cheguei, "foi por um triz" não me consola.
Eu não me dou em pedaços, não quero meias esperanças, nem ser feliz pela metade.
Não quero meias palavras, não gosto de meios termos, não quero meias verdades
se for pra ser, que seja. Por inteiro
Quero fugir do que não é de mim. Quero me livrar do que não me pertence. E me pertencer. Inteira. Profunda. De mim.
Sou o silêncio. Quase sempre. Mas quando saio de órbita sou grito. Um nota aguda às vezes sem ressonância.
Precisei me desfazer dele por um tempo. Tive que arrancá-lo de mim . Não aquele coração que pulsa. Mas aquele que sente.
Minha fraqueza é minha força.
Estou tentando sobreviver ao meu caos. Tentando me ajustar nessa profunda desorganização interior. Buscando armas para me proteger dos sentimentos. Das dúvidas. Do que eu sinto. Estou tentando criar uma força que me sirva de alicerce. Uma força sustentada pela crença e pela minha imaginação. Uma força que mais discurso do que sinto. Sim, porque ainda sinto uma fraqueza. Às vezes, ainda me sinto frágil. Mas eu tento ignorar essa falta de força. E ignoro. Porque eu quero. E porque eu preciso. Preciso ser forte. E me manter firme. Preciso defender as minhas escolhas. Preciso ser fiel às minhas decisões. E isso exige muito de mim.
Aliás, minhas escolhas exigiram mais de mim do que eu havia imaginado. E eu preciso de força para resistir à minha fraqueza. Para não me entregar. Preciso me manter inabalável. E forte.
Pois, pior que escolher o caminho, é manter-se nele. Estável. Inquebrantável
Isso, eu ainda não sei bem
Não. Não quero saber o que a vida quer de mim. Não me importa. Quero sim, é saber o quero eu quero da vida. Isso, eu ainda não sei bem . Mas o que importa é fazer o que desejo da minha vida. E não o contrário. Não quero ser a obra, quero ser o artista. Quero pintar a minha vida ao meu estilo. Deixar a minha marca impressa no tempo. Ser o autor da minha história. O compositor das músicas que se tornarão trilha sonora desse meu enredo.
Vou ser o diretor dessa minha peça de teatro. Dirigirei cada cena. Comandarei cada ato. Contornarei os imprevistos. Improvisarei, caso necessário. E no fim darei a essa história um belo final feliz! Não quero mais saber de destino. De agora em diante, Eu, serei o meu destino
É melhor.
É melhor arriscar-se que se arrepender, lutar que desistir, sonhar que se desiludir,
é melhor perder que não tentar, sorrir do que chorar, ouvir que falar, sofrer que não amar.
É melhor calar que ofender, esquecer que se magoar, não ter do que não ser
é melhor elogiar que criticar, não ter que não procurar,
É melhor surpreender que se decepcionar, VIVER a não realizar.
Se jogue
Liberte-se de tudo o que te prende, te angustia. Se jogue, curta o som, a sensação, a emoção. Viva!
Não há tempo a perder. Sinta a vida se manifestando em seu corpo. Devore-a! Agarre-a. Não a deixe escapar, não enquanto você puder.
Cante, dance, pule, grite. Extravase! Faça valer a pena. Do seu jeito, a seu modo, deixe sua marca. Esqueça o mundo lá fora. Você tem uma vida que é só sua. E cabe a você escolher como desfrutar. Não esqueça! Você tem uma vida que é só sua. Mas essa vida, ela é única! Não desperdice. Arrisque.
Sem medo, sem receios. Encare.
Erre. Mas não esqueça de aprender com os erros. Sofra. Mas jamais deixe que o sorriso e a alegria morram dentro de você. Sinta. Sinta tudo. Intenso.
Vá guardando o que for bom, se libertando do que te faz mal, e viva! Como se tudo tivesse sido flores. E não viva apenas, viva apesar. Apesar de tudo. Seja lá o que o tudo possa representar. Seja a vida, com todas as suas cores, sabores e delícias. Viva!
Desvanecer
Algo está fora do lugar. Sinto. Meu coração bate em ritmo descompassado. Sentimentos alados me despertencendo. Me reduzindo a um único pulsar. Reduzindo me ao nada. Limitando-me a só o que sinto e não o que sou. Desagregando meu corpo e meu coração. Já não me sinto. Só pressinto a lassidão. Uma grande extenuação de me ser. De ser o que eu não quero ser, sentir o que eu não quero sentir. Mas é irremissível. Não consigo não fazê-lo. Meus olhos cerrados sentem meu coração esgarçado, contrito. Estupefacto.
Vou sorvendo essa dor. Degustando-a. Desgastando-me. Desvanecendo
De mim.
Tão pouca inspiração pra tamanha vontade de escrever. Tão poucas palavras para tamanha vontade de me expressar. Vontade de explicar o inexplicável que há em mim. É como querer gritar e a voz não sair. É uma necessidade que me ultrapassa. Não consigo explicar. É isso que me consome. O não saber dizer e querer falar.
Não sei o que sinto. É por isso! Por isso não sei como manifestar, não sei o quê manifestar. Estou perdido dentro de mim, procurando encontrar um caminho. É por isso que eu escrevo. Pra me encontrar. Ou tentar me encontrar. Quem sabe avistar uma luz. Ou talvez perder-me ainda mais, e esquecer quem eu sou. Ou quem eu fui, Ou então não esquecer. É. Não quero me esquecer. Quero me ser. E serei. Ponto. Não quero fugir de mim. Quero fugir do que não é de mim. Quero me livrar do que não me pertence. E me pertencer. Inteira. Profunda. De mim
Eu ainda me permito.
Eu ainda tenho sonhos.
Ainda faço planos. Ainda acredito no impossível.
Ainda me permito fantasias, ilusões, utopias...
Às vezes, ainda me permito ter coração, e confessar meus sentimentos.
Permito-me ainda a ingenuidade de alimentar os sonhos. Imaginá-los possíveis. Imaginar.
E acredito. Ainda acredito no amor, na paz, na vida. E às vezes, ainda me permito revelar esse meu lado sensível.
Ainda creio nas pequenas coisas, nas grandes realizações, nas pessoas.
Ainda me permito a fé, a esperança. Acredito numa força maior que a minha vontade. Às vezes, ainda ouso ser forte.
Permito-me ainda, a dor, o sofrimento, a saudade. O pranto. Permito o medo, a coragem, a conquista. Me permito realizar.
Permito que a alegria e o riso me tomem sem explicação.
E, ainda, permito-me a felicidade! Onde quer que ela esteja.
Eu ainda me permito sonhar!
Sinta.
Despreocupe-se. Desarme-se. Liberte-se. Sinta.
Sinta tudo o que houver de bom. Descubra tudo que há de bom em viver. Sinta o vento tocar sua pele, os raios de sol aquecendo levemente o seu corpo. Deixe-se flutuar. Desprenda-se. Abandone tudo o que te faz mal. Esvazie-se. Renda-se. Delicie-se com a vida. Interrompa cada pensamento negativo. Afaste-se do que te machuca. Regue-se de bom humor. Sorria. Sorria sempre. Respire. Como se o ar fosse o mais puro. Sinta. Como se tudo fosse doce, suave. Largue-se, como se não houvesse nada a fazer. Sinta o silêncio. Escute apenas o seu coração batendo. Ouça. Sinta a vida dentro de você. Perca-se no tempo. Esqueça das horas. Das obrigações. Sinta o que há de bom em ser você. Imagine. Realize. Reflita. Desgaste-se com o que te dá prazer. Desligue-se pro que te atormenta. Despoje-se. Abra os braços. Sinta a paz. Aprecie-a. Descanse. Adormeça. Sonhe. Sonhe com o que você quiser. Fantasie. Cante. Dance. Seja.
Ame-se. Enamore-se. Apaixone-se. Se queira bem. Seja o que quiser ser. E seja feliz. Faça-o. E se não o fizer, ao menos tente
Permita-se.
Permito-me agora repensar, refletir.
Permito-me olhar para o que passou e esperar que venham coisas, momentos, vitórias ainda melhores. Permito-me esperar.
Permito-me olhar para os erros cometidos, e não repeti-los novamente. Permito-me novos erros.
Permito-me repensar as palavras mal ditas e não dizê-las. Permito-me o silêncio.
Permito-me recordar os bons momentos e desejar outros melhores. Permito-me diversão.
Permito-me despedir-me deste ano que passa e viver o que está por vir. Permito-me um novo ano!
Permito-me desligar-me de tudo que me causa dor. Permito-me FELICIDADE.
Que o Novo Ano seja MARAVILHOSO e surpreendente, que os sonhos realmente se realizem, que a esperança vença o temor, que a alegria vença a tristeza, que todos possamos ser neste ano que se inicia VITORIOSOS, e que o nosso Maravilhoso Deus esteja a nos proteger.
Amanhecer
Meus sentimentos se transformam da noite pra o dia. Tenho sentimentos que dormem em meu coração e acordam no meu esquecimento. Não! Eu não sou tão vulnerável assim. Eu não mudo entre o crepúsculo e o amanhecer. Na verdade eu apenas modifico o meu modo de pensar e refletir sobre aquilo que sinto. E isso me confunde. É que às vezes sou tomada por uma emoção evanescente, adversa à aquilo que penso. Sensações que veem de encontro à razão. E causam uma desorganização profunda entre o que penso, o que sou e o que sinto. Há um desarranjo em mim. Estranha confusão de me ser.
É nesses momentos de desalinho que, definitivamente, não consigo definir o que sinto, e o que desejo. Aliás, desejo não sentir. E manter a sintonia comigo mesma. Há uma certa estranheza em me ser. Em sentir e não saber. Não sei. Uma vontade louca de cessar o pensamento, de estagnar meu coração. Tento fugir de mim e sempre me encontro no fim. Não há nada a fazer. Entrego-me, então. Entrego-me ao nada e ao não saber. Entrego-me a mim mesma, mesmo desconhecendo-me. Entrego-me ao sono. E ao desabrochar do sol, percebo. Foi apenas um instante. Foi apenas devaneio. Assim como antes sei o que é realmente é certo para mim. O que quero e devo sentir. Passou. Foi apenas uma combinação de idéias desconformes. Voltei ao controle da situação. Alívio
Eu sinto
E quando o sono vem, quando os meus olhos se fecham. Eu sinto. Os sonhos chegam devagar, e eu posso sentir as tuas asas pousarem sobre coração. Doce sensação.
Me guarda e me consola.
Não ouço. Não vejo. Mas sei.
E eu, agora, em tuas asas descansarei
e quando o sono se for eu perceberei,
sentirei a tua presença.
Eu sinto.