Modern Love (série)
Tenho uma teoria. Um relacionamento é como um foguete. Você quer lançá-lo ao espaço. Você só precisa de combustível suficiente pra ele sair da atmosfera da Terra, depois ele não vai parar. Não interessa o obstáculo que esteja no trajeto dele. (...) A questão não é: “Será que temos combustível pra vida toda?” O que interessa é o impulso inicial.
Naquele momento, eu percebi que há dois anos não vivo de verdade. Eu conheci pessoas incríveis. Inteligentes, divertidas, carinhosas. Mas nenhuma era ela. Naquela rua, por um breve momento, eu voltei a viver.
Às vezes você percebe que o verdadeiro amor, em sua plenitude, tem muitos propósitos na vida. Não se resume a colocar bebês no mundo, a romance, a almas gêmeas… Nem a uma união pra vida toda.
O amor que vivemos no passado, inacabado, não testado, perdido, pode parecer fácil e infantil pra quem decide casar e sossegar. Mas, na verdade, é o mais puro e intenso que há.
Pessoas perdem entes queridos e têm dificuldade em mantê-los vivos. Elas se recuperam rápido, seguem suas vidas e se sentem péssimas. Pra outras, o difícil é mantê-los mortos. Não as deixam em paz pelo resto da vida. É amor e luto, querida. Não existem regras.
O amor se firma nesses momentos. O luto, com sorte, some com o tempo. As lembranças se perdem. Mas o amor… Eu sabia o quanto você o amava quando cheguei. Sou adulto. Mas eu também sei quanto espaço tem aí dentro. Foi o que me atraiu em você. Seu coração era o maior lugar onde eu já estivera no mundo.
Esqueci que, em um relacionamento, escolhemos estar com alguém que já vive em sua própria realidade.