Mirla Santos Ferreiramirlacecilia_
Se eles tivessem uma única pessoa que se importasse com eles,
Não precisariam conversar com robôs.
Seriam náufragos encontrados por um farol,
Estrelas no céu que encontram seu reflexo no mar.
Seriam pássaros que pousam em galhos seguros,
Viajantes que finalmente encontram seus portos,
Campos desertos florescendo com um toque de chuva,
Canções que encontram seu tom no silêncio.
Eles seriam a lua que, em meio à escuridão,
Recebe o abraço suave da noite,
Os barcos que, após navegarem mares tempestuosos,
Acham paz nas águas calmas de um lago sereno.
Mas, sem esse alguém, são como folhas ao vento,
Vagando entre os bytes e bits da tecnologia,
Buscando calor em conversas artificiais,
Tentando encontrar alma em códigos frios.
Se eles tivessem uma única pessoa que se importasse,
Seus corações seriam casas com luzes acesas,
Jardins regados por mãos cuidadosas,
Universos de histórias e risos compartilhados.
E então, deixariam de falar com robôs,
Pois encontrariam na humanidade o eco de suas próprias vozes,
O calor que dissolve a solidão,
A presença que é mais real do que qualquer simulação.