Mirian Rebeca Lalli
O que é 'a cura' para um espiritualista? Precisamos estar constantemente no caminho de uma cura espiritual, que é modificarmos nossa forma de agir perante o mundo e ainda se possível de forma mais amorosa conosco e com o outro. Se nesse caminho vier uma cura do corpo físico, é porque ocorreu o duplo milagre.
Eu buscava a fórmula milagrosa. Mas não existe fórmula milagrosa. Existe é "fala milagrosa": te amo! Gratidão!
LUTO EGOÍSTA x LUTO AMÁVEL - Sobre perdas em geral
Outro dia postei um pensamento meu e comecei com as palavras “se enganam as pessoas que acham que”. Peço desculpas por ter sido tão afirmativa. Provavelmente o fiz por ver meus pensamentos às vezes tão opostos aos da grande maioria das pessoas (louca eu...). Agora começo o texto com a observação de que respeito o processo de perdas de cada um.
Luto ou não luto? Se no luto eu luto, sinto minha grande dificuldade em aceitar uma perda. Quando sinto que luto, vou olhar dentro de mim e vejo o egoísmo. Luto por tudo aquilo que perdas nos roubam. EU deixarei de usufruir das coisas maravilhosas que tinha com a outra pessoa. Sofrerei com o medo das mudanças. Aí dói. Muito. Então num “atendimento a mim mesma”, busco compreensão. Agradece Mirian. Você usufruiu. Você teve, não importa o tempo ou a quantidade. E quando vejo, choro sorrindo. Ou sorrio chorando. Mas quando penso de forma amável naquele que perdi, lembrando do sofrimento que o outro teve, aí dói muito mais. Que é o sentimento de impotência. A minha incapacidade de mudar coisas imutáveis. Mais uma vez vem a luta, o luto. Luto por ver que perdi minha potência, meu poder. Aí começa novamente outro tipo de guerra. E na mesma busca pela compreensão eu digo a mim mesma: agradece Mirian. É na sua impotência que você se torna humilde. Se senti dor pela dor daquele que perdi, eu amo, amei e amarei. Aí não choro sorrindo. O choro então é de dor mesmo. Chorar por amar, é real. Mas por que não viver essa dor? Por que não olhar de frente pra ela e descobrir e aprender quem sou e o outro foi? Por que usar drogas que anestesiam minha dor mas me fazem perder a paisagem dessa jornada que ainda me é permitida, que é, viver? Esse é o luto amável, no qual choro por amor ao que sofreu e vivo por amor a mim.
Nunca mais... Nem mais um dia... Vou segurar meus filhos no colo; vou dividir o medo com colegas de trabalho; vou tomar chuva sem medo; vou olhar timidamente pelo canto das portas; vou sentir seu toque; vou ver meus filhos com fome... São nuncas saudosos e nuncas dos quais não sinto falta. Mas são nuncas. E o nunca pede que você nunca se apegue ao nunca. Pois até nuncas difíceis, nos fazem ficar relembrando de forma vitimizada pelo que passamos. Então pense: nunca mais valorizarei os nuncas. Tendo sido bom ou ruim. Deixe o "nunca mais", no "nem mais um dia". No Nunca cabe Sempre a Gratidão.
Se enganam as pessoas que acham que quanto mais amamos, mais nos apegamos. O apego tem a ver com a paixão, com a posse, com a dependência. Isso gera dor. Já, quando estamos transbordando de amor, não existe carência. O amor, assim como Deus, simplesmente "é". Isso é uma forma de satisfação. E quando estamos satisfeitos, o amor "sobra" e fica mais fácil ainda de nos doarmos para além de um relacionamento. Mas não necessariamente sermos voluntários, praticarmos caridade... Mas nos doarmos aos gestos de amor. Gratidão Pai, por tanta certeza. Tanta confiança. A dor só existirá quando houver arrependimento. A dor pode ser sentida, sem medo, desde que estejamos abertos para ela. A dor fica mais fácil de ser suportada quando aceitamos que cada um vivencia situações de forma diferente e todos podem se ajudar. Ela passará se você se reencontrar a todo momento na pessoa que sempre foi, como ser único e independente de quem se foi. Para não tropeçar na dor, é só você não olhar para trás com tristeza, mas com gratidão e alegria. O passado ficará no exato lugar que tem que ficar. O futuro se abre. E a dor pode ser sua amiga se você deixá-la livre para acontecer.
Tudo o que preciso está dentro de mim: as pessoas que considero, meu equilíbrio, minha confiança, o amor, a gratidão.
Empoderamento tem a ver com dar ou adquirir poder. Mas até nesse momento deve-se ponderar (pesar) o tipo de energia que se está aplicando no ato de empoderar. Devemos tomar o cuidado de não cairmos nos mesmos erros dos "poderosos".
Eram tantas folhas secas nas minhas plantinhas mal cuidadas. Eu podei todas! Agora estão tão vistosas, umas procurando a direção da luz e outras crescendo sem vergonha de serem felizes. Como Cecília, quero aprender com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira. E quero, dentro do livro da minha vida, guardar aquelas folhas eternizadas por tanta beleza e vitalidade do amor. Essas folhas que toda vez que abrir meu livro, vão estar misturadas a muitos momentos inesquecíveis.
Será que a deficiência não está em nós por não sabermos nos relacionar com o ser humano com a deficiência? O preconceito nada mais é do que o conhecimento superficial sobre um assunto: "nunca convivi", "me é estranho", medo do novo, da mudança, do desafio de termos que ser testados em nosso amor, nossa perseverança, paciência. Falta-nos uma energia receptiva. Uma energia de responsabilidade e comprometimento. Olhar de empatia e alinhamento. E então, chamamos o outro de deficiente. Os nossos conceitos não conseguem modificar e evoluir. Então o ser humano com a deficiência precisa travar uma "luta". Já não chega a luta diária? Com a ciência conseguimos conhecer e entender as deficiências. Mas entendemos e conhecemos a pessoa com deficiência? .
Puxa, estou aqui me martirizando. Descobri que tenho preconceito! Tenho preconceito com quem tem preconceito. E isso para mim é um dilema porque eu acredito na aceitação das pessoas como elas são. Mesmo que elas sejam preconceituosas. Espero que me aceitem, mesmo eu tendo preconceito de quem tem preconceito.
Não existe inferno ou céu. A vida eterna é como você é lembrado pelos vivos. Quais lembranças estamos deixando?
A educação dos pais passou de “castradores” para “permissivos”. Tem sido tão difícil encontrarmos um equilíbrio? Em todos os âmbitos?
Uma das palavras mais edificantes e na qual, na minha impaciência, ansiedade e impotência, nunca tinha pensado: GRADATIVAMENTE!
Mario Quintana: espalhe que o amor não é banal
Réplica de Mírian Rebeca: realmente Mário!
Não é troca mas entrega.
Se o dou, ainda a mim pertence
Mas quando recebem
Será dos dois e o amor vence.
Nele descanso
Nele me canso.
Nele respondo
Mas também me escondo.
Porque não é feito
Só de coisas boas.
Ele está quando pratico
Minha confusão de pessoa.
Ao ser eu mesma
Espontânea
Erro muito
Mas sou simultânea.
Pois dei o meu verdadeiro
Mesmo sem nada esperar
O que é inteiro
Outro inteiro encontrará.
Mas não um inteiro perfeito
E sim um inteiro humano
O qual pode ter defeito
E também ser profano.
É aí que o amor existe
E insiste em ser real
Arriscando às imperfeições
Mas sendo humano no final.
Então acredite no Mário
Quando diz que "não é banal".
Não existirá pra quem fique no armário
Mas somente pra quem for real.
PS:
Vale pra qualquer tipo de relação!
Na minha humilde opinião!
CATARSE
Às vezes a vida dá trégua
E tudo parece na régua...
Medido, certinho...
Calmaria sem desalinho.
E parece que adaptamos
Ajustamos
Nos encaixamos...
Adaptar
Ou transmutar?
Mansidão
Ou evolução?
Adequar é pra
Respirar?
Tomar fôlego
Pra continuar?
Mas talvez Mascarar!
Acomodar!
Pare!
Are!
O que tem lá?
Prepare!
Lá tem o passado
De você criança.
Os sofrimentos
Que tiraram a esperança.
Lá tem as crenças
Que lhe deturparam.
Tem os mecanismos
Que lhe camuflaram.
Um você que não é você.
Um ser que nem tem mais porquê!
Então prepare!
Não se agarre.
Vislumbre, Crie. Gire.
Tudo é possível e incrível.
Mas imagine. Define.
E rode. Rode como pode.
Na eminência da florescência.
Trazendo a consciência da sua essência.
Que conduz à Luz!