Mirian Marclay
Eu quero te amar tanto e com tamanha sanha,
Pois sob a minha pele há um infinito jardim que
Te faço, no pedaço mais puro de mim que é flor...
Eu quero te amar como se ontem não houvesse
Como se amanhã jamais viesse e que eu vivesse
Unicamente senhora e escrava desse amor!
Eu quero te amar sob as colinas, além das alvuras,
Nessa paixão que em mim carrego e que te entrego,
Nos mais perfumosos versos das minhas ternuras.
Eu quero te amar sob luzes e escuridões
Sob tremores e mansidões
Que a tez que se desvele sob os docéis
Mais leves nos retire o peso das solidões.
Eu quero carregar-te em mim, nos poemas que faço
Ser teu espaço do sim, colher teu sim nos meus braços, dar-te
A primeira estrela do céu para que guie teus passos amorosos.
Eu quero te amar como a rosa mais meiga que te espera
Com a voracidade intrínseca da volúpia da fera
Porque o que é amar senão toda essa vontade que impera
Que suspira e o corpo extasia,
Que amortece o paladar
E aguça a fantasia.
Eu quero te amar na aurora da poesia
Quando o orvalho brota da pele da flor
No sublime instante encantado do amor.