Mílton
" Deixar de te amar
Deixar de te amar exige sacrifício.
É como desconsiderar a própria existência.
È apagar as cores da manhã e parar o vento fresco da tarde sufocante.
É quase se exterminar.
Quase! Por que o que restar, é somente o espectro de mim mesmo.
É sucumbir ao peso. Que esmaga a carne de coração que deseja e quer continuar amando.
É subtrair d’alma a sua luz tênue, mas que brilha em promessa da eternidade.
È pôr fim a graça da vida."
E de longe eu te vejo.
Te busco insano.
Bate,é certo, desejo sem fim.
Não há consolo.
Só pensamento.
Olhar furtivo que busca.
Alma que cobra.
Inquieta.
Noites agoniadas.
Frias.
Há pés vacilantes, nesta caminhada, incerta.
Busco, em conformismo, manter-me alto com o que me resta, e assim poder.
Ver-te ao longe.
Sou aquele que persegue a felicidade.
O que madruga com os pássaros.
E se atormenta com o sofrimento alheio.
Sou o que não labora em injustiça.
O apaixonado pela vida.
Sou o defeituoso, desde a sua mocidade.
Trago em mim a marca inconfundível: Humano.
Tenho os traços dos meus irmãos.
Sou o que procura o molde certo.
Para o caráter necessário, digno.
Sou o que não se intimida á confessar os passos incertos.
O que não precisa falar de suas próprias fraquezas.
E são tantas.
Notadas.
Sou o que anda sem pressa.
O dos passos desacelerados pelo destino.
O peregrino caminhante nas ruas da vida