Milene Delian
Sim, eu sinto medo
Apesar da postura esguia
Apesar do olhar seguro
Apesar do sorriso largo
Eu sinto medo
Um medo tão profundo
Que faz com que meus olhos não sequem
Que faz com que meu coração dispare em angústias sem fim
Que faz com que meus pensamentos se percam em temores
Sim, eu sinto medo
Apesar do falar extrovertido
Apesar do andar desinibido
Apesar da maquiagem marcante
Eu sinto medo
Ah como são tolos aqueles que acreditam na farsa que sou
Ah como são tolos aqueles que acreditam em minhas falas seguras
Ah como são tolos aqueles que acreditam em meu rebolado descontraído
Pois, sim, eu sinto medo
Um medo sei lá de quê
Um medo constante
Um medo, do medo
Mas sim, eu sito medo
Quem precisa desse amor?
Se já me arrependi de algo em minha vida?
...ah, se o tempo voltasse e eu jamais tivesse olhado aqueles lindos olhos azuis que sorriram para mim!
...sim, me arrependo por ter me entregado, dado minha alma, o meu ser, o meu eu, inteirinhos para aqueles lindos olhos azuis sorridentes!
...sim, me arrependo de ter amado insanamente aqueles lindos olhos azuis sorridentes!
...sim, me arrependo por ter me doado enlouquecidamente para aqueles lindos olhos azuis sorridentes!
...sim, me arrependo por te deixado que esse amor me levasse à insanidade, aos cacos, ao caos que nem eu imaginava existir em mim!
...sim, me arrependo, me arrependo por ter amado!
Ei, pare de sofrerr, pare de sentir
Se isso te conforta, continuo te amando
Te amarei até o fim de meus dias
Mas não te quero mais para mim
Ei, pare de sofrer, pare de sentir
Me ajude a desligar o nosso interruptor
Não aguento mais sofrer tanto assim
Me liberte de nosso amor
Ei, sim, isso é para você mesmo
Ei, pare de sofrer, pare de me sentir
Pois eu continuo sentido todas as vezes que sofres
Continuo acordando durante as noites que pensas em mim
Ei, pare de sofrer, pare de nos aprisionar
Fomos incompetentes para gerenciar o nosso amor
Fomos negligentes, displicentes
E hoje, não passamos de dois infelizes
Se te conforta
Saiba que, se nunca mais ousei falar contigo
Foi por medo, em ceder aos seus encantos
Pois sou consciente que te amo tanto
Se te conforta
Saiba que, sinto falta do seu cheiro
Sinto falta de seus olhos
Sinto falta de cada átomo seu
Se te conforta
Saiba que, guardo em meu coração
Todos os nossos momentos
Os nossos sorrisos
Agora que, confortado está
Pare de sofrer, pare de sentir
Guarde-nos em suas boas lembranças
Como um tempo único que vivemos
Agora que, confortado está
Nos liberte desta dor
Nos liberte desta angústia
Me prove o seu amor
Agora que, confortado está
Não seja egoísta
Não ache que a dor é só sua
Já tivemos outras vidas de dor
Ei, pare de sofrer, pare de sentir
Nos encontraremos em outro tempo
Talvez, com mais maturidade para vivermos
O que fomos incapazes neste tempo
E agora que de tudo sabes
Pare de sofrer, pare de sentir
Liberte-me de você
Como há tempos eu peço
Fico me perguntando: que moças andam povoando seus dias e noites de desejo?
Será que te fazem sorrir?
Será que são intensas?
Será que te fazem feliz?
Fico me perguntando: por que você não me enxergou com os mesmos olhos que eu percorri a sua alma?
Será que foi o momento?
Será você um distraído?
Ou foi um simples desalento?
Fico me perguntando: por que eu, tão senhora de mim, tão experiente, tão independente, insisto em lembrar de ti?
Será que é carência?
Será prepotência?
Ou apenas lembranças de tempos não vividos nessa vida?
E continuo perguntando: e se lembranças forem, por que você não se lembrou de mim?
Será que este era o plano?
Será você incapaz de sentir?
Ou está tão envolvido em sua superficialidade, ao ponto de não enxergar a sua felicidade?
E não paro de me perguntar: essas moças realmente povoam os seus dias e noites de desejo?
Por que te vejo buscando incessantemente novas moças?
Não conseguem te fazer sentir?
Ou simplesmente você deseja não desejar?
E continuo me perturbando: serei eu masoquista ou teimosa?
Pois a cada música insisto em lembrar de ti.
A cada dia insisto em passar os meus dedos sob as suas fotos.
A cada segundo insisto em sonhar uma vida com você.
E sigo me questionando: e se nunca mais nos enxergarmos, terei eu alguma redenção?
Quando você deixará de preencher meus vazios?
Serei merecedora de ser verdadeiramente amada?
E se não o for, conseguirei viver sem amar?
Fico me perguntando...
E que tamanho de vazio é esse, que bate a sua alma agora?
Sei que já satisfez todos os seus desejos mas...
Que vazio é esse que te toma a alma?
Por que me chamas, se todos os seus desejos satisfeitos estão?
Será por falta de minha alma?
Será por falta de meu ser?
Mas, que vazio é esse que te toma a alma?
E nada você consegue entender nesse emaranhado de sentidos...
E o que a carne te concedeu, não supre o que lhe foi tomado da alma!
E mais uma vez, você se questiona: que vazio é esse que me toma a alma?
E eu me questiono: e que chamado é esse, que me assalta a alma?
Não me chames mais, pois nossos planos foram desemaranhados!
Não me chames mais, pois nossos sonhos foram esfacelados!
Não me chames mais, pois o meu ser já está apto a uma nova faceta!
Mas a questão continuará: que vazio é esse, que te toma a alma?
Tempos difíceis
É hora de rever tudo o que foi feito
É hora de desconstruir tudo o que acreditei
É hora de desnudar a minha alma
Tempos difíceis
Ver que não estou a onde imaginei que estaria
Ver que não edifiquei nem metade de meus sonhos
Ver que é necessário alterar toda uma perspectiva de mundo
Tempos difíceis
Onde me sinto aprisionada ao que acreditei ser o correto
Onde me sinto impotente perante novos anseios
Onde me sinto angustiada por não saber por onde recomeçar
Tempos difíceis
Em que o tempo insiste em não passar
Em que o tempo insiste em me aprisionar
Em que o tempo insiste em me maltratar
Tempos difíceis
Por mais que eu esteja exaurida de me lamuriar
Por mais que eu esteja exaurida de tantas lágrimas
Por mais que eu esteja exaurida de tantas angústias
Não consigo me livrar delas
Tempos difíceis...