Mikhail Bakunin
"Decorre daí que rejeito toda autoridade? Longe de mim este pensamento. Quando se trata de botas, apelo para a autoridade dos sapateiros; se se trata de uma casa, de um canal ou de uma ferrovia, consulto a do arquiteto ou a do engenheiro. Por tal ciência especial, dirijo-me a este ou àquele cientista. Mas não deixo que me imponham nem o sapateiro, nem o arquiteto, nem o cientista. Eu os aceito livremente e com todo o respeito que me merecem sua inteligência, seu caráter, seu saber, reservando todavia meu direito incontestável de crítica e de controle. Não me contento em consultar uma única autoridade especialista, consulto várias; comparo suas opiniões, e escolho aquela que me parece a mais justa. Mas não reconheço nenhuma autoridade infalível, mesmo nas questões especiais; consequentemente, qualquer que seja o respeito que eu possa ter pela humanidade e pela sinceridade desse ou daquele indivíduo, não tenho fé absoluta em ninguém. Tal fé seria fatal à minha razão, à minha liberdade e ao próprio sucesso de minhas ações; ela me transformaria imediatamente num escravo estúpido, num instrumento da vontade e dos interesses de outrem."
Ir para além do viés do aparentemente possível é o que nos faz humanos, nenhum homem brilhou, nenhum homem inovou por fazer aquilo que o status quo dizia que era possível. Só aqueles que acreditaram poder fazer o impossível, é que foram além disso e inovaram.
Até o Estado pseudo-popular confabulado pelo Sr. Marx é essencialmente uma máquina para do alto governar as massas, através de uma minoria de intelectuais pretensiosos, que acham que sabem o que as pessoas querem mais do que elas mesmas.
É preciso observar que, em geral, o caráter de todo raciocínio metafísico e teológico é o de procurar explicar um absurdo por outro.
Com efeito, seria preciso um descontentamento bem profundo da vida, uma grande sede no coração e uma pobreza quase absoluta de pensamento para aceitar o absurdo cristão, o mais monstruoso de todos os absurdos.