Miguel de Unamuno
O solitário leva uma sociedade inteira dentro de si: o solitário é multidão. E daqui deriva a sua sociedade. Ninguém tem uma personalidade tão acusada como aquele que junta em si mais generalidade, aquele que leva no seu interior mais dos outros. O gênio, foi dito e convém repeti-lo frequentemente, é uma multidão. É a multidão individualizada, e é um povo feito pessoa. Aquele que tem mais de próprio é, no fundo, aquele que tem mais de todos, é aquele em quem melhor se une e concentra o que é dos outros.
(Miguel de Unamuno in Solidão)
"O cristianismo é um valor do espírito universal que tem suas raízes no mais íntimo da individualidade humana."
“... Serei eu como acredito ser, ou como os outros acreditam que sou?”.Aqui é onde estas linhas se tornam uma confissão diante da ignorância e do desconhecido para mim mesmo. Aqui onde eu crio a lenda onde me enterro...”“.
Se um filósofo não é um homem, ele é tudo menos um filósofo, ele é, acima de tudo, um pedante, isto é, uma imitação de homem.
Sou homem; a nenhum outro homem considero estranho. Porque o adjetivo 'humanus' me é tão suspeito quanto o substantivo abstrato 'humanitas', humanidade. Nem o humano, nem a humanidade, nem o adjetivo simples, nem o adjetivo substantivado, mas sim o substantivo concreto: o homem. O homem de carne e osso, aquele que nasce, sofre e morre – sobretudo morre –, que come, bebe, joga, dorme, pensa e ama, o homem que se vê e a quem se ouve, o irmão, o verdadeiro irmão.