Michelle Wundervald
Não eu não sei, viver no mais ou menos, se amo por inteiro, se odeio com toda a certeza é com todas as minhas forças, e quem vive nessa linha tênue entre amor e
ódio? Quem ali habita simplesmente não existe, é ignorado. Uns chamam de Bipolaridade, outros de falta de caráter, eu prefiro acreditar que foi a forma defensiva que encontrei de viver, separando entre: - Amados os que são pacientes e que vivenciam de forma plena e verdadeira o bem querer bem. - Odiados hipócritas, falsos e mal intencionados. - Ignorados, com toda a certeza os que foram amados, se mostraram odiados e hoje estão apenas esquecidos.
Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em… seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura
Me dei mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas… existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor, que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente, e olhe pra ele, olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco… mas faz um bem danado depois que passa. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço, meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama.
Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar
Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar
Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar
Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar
Eu canto quando tô triste. Toco um violão
meia boca. Quero fazer um milhão de coisas
antes de morrer. Vivo no século passado. Amo
cinema, fotografia e ficar sem dormir se for
pra fazer um clipe. Gosto do diferente, da
mudança, do avesso, do que ninguém admira.
Quero ler livros debaixo de
uma árvore, brincar com um elefante, fazer
aulas de circo, conhecer um monge, plantar
um jardim de girassóis. Amo pessoas
engraçadas, sem vergonha e bestas. Ah,
tatuagens… Pra mim não existe nada mais
lindo que um pôr do sol, o mar e uma criança
falando o que pensa. Devia morar na praia,
desde sempre. Vivo de música alta, diálogos
imaginários, filmes de terror (se tiver
companhia) e do amor de quem me quer
bem. Meu cachorro velhinho e cego é quem
me olha com mais amor. Acredito em fadas,
duendes, fantasmas, extraterrestres e num
mundo bem diferente desse aqui. Não
suporto gente preconceituosa, espertona e
vazia. Pra mim, chuva é sinal de bons ventos e
velhinhos são como crianças. Só tenho medo
da saudade. Acredito na força do
pensamento, como acredito na minha mãe.
Amor. Sim, Amor.