Michelle Wundervald

Encontrados 15 pensamentos de Michelle Wundervald

Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em… seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura
Me dei mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas… existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor, que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente, e olhe pra ele, olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco… mas faz um bem danado depois que passa. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço, meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama.

Não sou precisamente bonita. Mas sou bonitinha. Não exatamente chego a incomodar. Mas se eu estiver feliz, maquiada, penteada, bem-vestida e meio de longe, passo perto disso. Isso faz de mim uma mulher mediana. Portanto, isso faz de mim uma mulher que, para sobreviver na vida e sobretudo no mercado de trabalho, precisa socializar e conviver bem com a realidade do meio do caminho.
Explico melhor: preciso conquistar o coração das feias que me odeiam (principalmente porque eu já fui uma delas e com algum empenho me tornei uma adulta bem razoável), preciso me deixar conquistar pelas lindas (porque por mais doces e humildes que algumas sejam, no fundo queremos que elas queimem no fogo do inferno – aliás, as odiamos ainda mais quando elas são doces e humildes) e, por fim, preciso também competir de igual para igual com as medianas, tentando ganhar delas no humor, na roupa ou no charme intrínseco de meu ser.
Resumindo: como é cansativo ser fêmea. E chato. E esquizofrênico. E doloroso. E fútil. Competimos umas com as outras o tempo todo. Você, caro leitor, deve realmente achar que nosso grande problema existencial no trabalho é ralar muito e ganhar menos que um homem. Porque as pesquisas apontam que as empresas ainda são machistas e as mulheres não dormem por causa disso e blábláblá. Ou você deve achar que sofremos com assédios, com os olhares masculinos opressores em nossas bundas. Nada disso. Nós sofremos mesmo é quando a desgraçada que senta do nosso lado tem um corpo melhor que o nosso. Aquele braço mais fino. Aquele peito mais empinadinho. Aquele cabelo mais lisinho. Aquele sapato altíssimo que a vaca consegue usar sem chegar desconjuntada ao final do dia. Nós sofremos quando vocês não assediam a nossa bunda e assediam a bunda da Julinha da recepção ou da Amandinha estagiária ou da Letícia Delícia que já tem idade mas se manteve incrível.
Estou há 10 anos trabalhando em ambientes com muita mulher vaidosa. E posso garantir: muito mais difícil do que exercer poder em uma sala de reunião perante milhares de engravatados é passar batom no banheiro da firma ao lado de uma mulher deslumbrante. Como é sofrido ver nosso reflexo mais baixo, mais narigudo, mais corcunda. Como é sofrido quando “a linda” joga as madeixas para trás, lava o rosto e sai naturalmente perfeita. E você lá, achando que pode ser salva porque está aumentando em meio milímetro o desenho da sua sobrancelha com uma canetinha marrom.
Ter uma promoção é importante. Conquistar o coração do cara mais interessante da empresa também pode ser bastante relevante. Mas eu vou contar o que é realmente fundamental: roubar a promoção ou o homem da mulher mais bonita da empresa. Nós estudamos, fazemos terapia, amadurecemos, evoluímos… mas seremos sempre vacas. Mulheres são vacas.
Somos todas muito amigas, almoçamos juntas, batemos pernas juntas no shopping, confidenciamos nossas dores, nos unimos contra vocês. Nos amamos. Uma ova. Mulheres se odeiam. A feia sempre me complicou a vida, torcendo para que meu chefe me esculachasse em praça pública. A feia sempre me passou informações pela metade. A feia sempre teve raiva de mim. Raiva essa amenizada por técnicas de sedução: eu sempre elogio o rosto de uma gorda, eu sempre elogio a bunda de uma espinhenta peluda (mulheres com hormônios estranhos costumam ter bundas boas), elogio o perfume de uma completa baranga que não tem mais nada a ser elogiado. Isso melhora a vida de uma mulher mediana umas duas horas por dia, até a horrenda se ligar que é simpatia forçada em nome da convivência.
E sempre ferrei as lindas. Sempre torci para que elas fossem burras, simplórias, bobas alegres. Sempre fiz piadas delas. Sempre achei de extremo mau gosto o entusiasmo “infantiloide” da mulher muito bonita. Tá rindo do quê se viver é angústia pura, sua linda? Nunca caí no papinho furado delas, elogiando minha inteligência (aliás: tem elogio mais ofensivo?). Caguei se as faço rir com meu brilhantismo conquistado mentalmente após anos trancada no quarto, me achando meia-boca. Eu queria era fazê-las chorar com minha beleza. Também sempre boicotei as medianas e elas sempre me boicotaram. Quando a beleza é pau a pau, fica mais complicado. Porque é sempre mais complicado quando tem pau envolvido.

A pior coisa que pode acontecer a uma mulher é conviver com muitos homens. Saber como funcionam, como pensam, do que realmente gostam. Quanto mais contato com o sexo oposto, menos romântica e delicada fica uma moça. Para suportar dez anos trabalhando com marmanjos tão arrogantes quanto inseguros fazendo piadinhas sexuais o dia todo, eu virei um macho. Apesar de calçar sapatos 39 e chorar quando bebês rosados sorriem pra mim, sou capaz de fazer piadas mais sujas que borracheiro. De aguentar uma carga horária de trabalho digna de peão. Tudo para ter o mesmo dinheiro, respeito e liberdade que vocês, donos do mundo. Mas a natureza é injusta com as mulheres. Nós acordamos no meio da noite, morrendo de cólica, e não temos a quem pedir um copo d’água. Porque vocês foram pegar um para garotas de voz doce, que tiveram poucos parceiros sexuais (mentirosas!), estão perdidas profissionalmente e sorriem e passam perfume enquanto vocês enfrentam a dura vida fora da caverna.
Tenho muitos amigos homens. Que me contam como enganam e traem suas mulheres, suas namoradas, suas peguetes da semana. Que me dizem como transam com várias mulheres da mesma empresa. Que narram, tranquilos, como perseguem enlouquecidos uma moça até finalmente enjoarem dela, depois de uma semana de sexo selvagem. Adoro meus amigos, mas jamais perderia o tempo namorando com eles. Adoro vocês, homens, sempre tão espertos, inteligentes, cínicos, piadistas, descolados, sexuais e livres. Adoro tanto que me tornei uma cópia quase idêntica, não fosse pelo meu útero carente e pelo meu decote que ainda grita, pedindo que eu seja um pouco feminina. Um pouco! Ou você vai acabar sem água na madrugada!
Minhas amigas não se conformam com minha “coragem em sempre chegar sozinha nas festas”. E eu não me conformo com tudo o que elas aturam só para entrar de braço dado com algum idiota. Claro que o amor existe. Mas a cada trinta casais, vejo uma relação legal em, no máximo, um ou dois casos. A grande maioria sai abraçada em foto só para não passar atestado de fracasso social. E então me lembro de meus amigos, todos eles, falando: “não nascemos pra isso, não somos fiéis nem encontramos a mulher de nossas vidas, apenas ficamos velhos e com preguiça…”. Enquanto isso, as mulheres só sabem falar sobre fisgar um homem, dormir com ele, morar junto, engravidar. Mulheres os tratam como uma bolsa de marca. Acho que a maioria das relações se dá entre uma mulher querendo se mostrar com uma bolsa vistosa e um homem querendo ser carregado dentro dessa bolsa, afinal, “estão cansados para seguir com as próprias pernas”. Eu não acredito em casamento. Não acredito em aturar alguém dentro de casa só para não me acharem um desastre humano. Não acredito em nenhum homem porque, infelizmente, tenho muitos amigos e, pra piorar, nasci espertinha. Todos os meus namorados reclamam: “é horrível, você sempre me olha sabendo a verdade”. Eu sei a verdade: o ser humano falhou. Os homens falharam. Nada disso é para dar certo. Então o quê? Vou me conformar em continuar sozinha de madrugada, sem ninguém para me trazer água? Não, nada disso: vou continuar esperando o homem que não existe! Até a coisa apertar e eu topar ser enganada por algum idiota. Afinal, não são só vocês que ficam com preguiça. Estar certo, além de insuportavelmente solitário, é mortalmente cansativo.

Eu canto quando tô triste. Toco um violão
meia boca. Quero fazer um milhão de coisas
antes de morrer. Vivo no século passado. Amo
cinema, fotografia e ficar sem dormir se for
pra fazer um clipe. Gosto do diferente, da
mudança, do avesso, do que ninguém admira.
Quero ler livros debaixo de
uma árvore, brincar com um elefante, fazer
aulas de circo, conhecer um monge, plantar
um jardim de girassóis. Amo pessoas
engraçadas, sem vergonha e bestas. Ah,
tatuagens… Pra mim não existe nada mais
lindo que um pôr do sol, o mar e uma criança
falando o que pensa. Devia morar na praia,
desde sempre. Vivo de música alta, diálogos
imaginários, filmes de terror (se tiver
companhia) e do amor de quem me quer
bem. Meu cachorro velhinho e cego é quem
me olha com mais amor. Acredito em fadas,
duendes, fantasmas, extraterrestres e num
mundo bem diferente desse aqui. Não
suporto gente preconceituosa, espertona e
vazia. Pra mim, chuva é sinal de bons ventos e
velhinhos são como crianças. Só tenho medo
da saudade. Acredito na força do
pensamento, como acredito na minha mãe.
Amor. Sim, Amor.

Algo não tão simples...


É relativamente estranho pensar em como pode algo que você quer tanto,repentinamente te fazer tão mal?
Estou falando da minha cirurgia, e de outras coisas que vem rondando a minha vida e beirando o precipício sem fim da minha mente.
Sempre quis ser como as outras, ditas normais, até descobrir e aceitar que isso pra mim seria um eterno martírio, jamais conseguiria valorizar o que para tantas tem tanto valor, como não estudar filosofia? Como não gostar de musica? Como viver sem fotografia? Qual o problema em ir comprar pão de pantufa? E daí que meus amigos não se enquadram nos padrões da sociedade? (ao menos se enquadram muito bem nos meus padrões sentimentais)por que não trabalhar no pesado? Que que tem de mais deixar a unha curta sem esmalte ou raspar a cabeça? Ou mulher só é mulher se tiver cabelos compridos e unhas sempre bem feitas?
Mais não é bem disso que estou querendo falar.
Tenho gasto muito tempo pensando em como as pessoas eram e como estão , isso com relação a mim.
Com 120 kg eu confesso me sentia muito pesada mas também mais segura, demorava muito mais para fazer amigos, paqueras eram poucas ou nenhuma isso sem duvidas, mais o mais incrível é que se paro para pensar fico triste, por que vejo que com os meus 120kg os relacionamentos pareciam muito mais verdadeiros, ex: a pessoa me via me achava gigante demorava um tempo pra se aproximar e descobria que atrás daquele monte de banha tinha uma eu,ai se aproximava e como cava a descobrir que meu conteúdo era bem maior que meu tamanho e então formava-se uma nova “amizade” que com o passar do tempo evoluiria ou não, se evoluísse eu usaria o “amigo” sem as aspas se não evoluísse se tornava apenas mais um “amigo” mesmo.
Ou ainda assim falando de garotos, primeiro olhar, gorda ,mal vestida, desajeitada, quieta, cabelos curtos, alguém que com certeza não serviria nem de 5ª opção, e eu to falando a real, ai rolava a tal da aproximação, e então a descoberta do meu eu atrás do primeiro mau impacto visual, ai uma “amizade” que acabava evoluindo para uma grande admiração e logo uma cantada ainda que escondida pra que ninguém soubesse que a estranha poderia sim ser admirada pelo simples fato de ter cérebro.
Era muito mais difícil com toda a certeza. Eu tinha que esperar mais pra mostrar o que sempre esteve ali.
Mais também a “recompensa” eu penso, hoje né? Só hoje é que vejo que no final era mais difícil mais era mais verdadeiro.
Sim, por que apesar do tempo, as pessoas que “conquistei” escondida atrás das minha banhas, hoje estão ao meu lado pelo que penso,pelo que posso atribuir como pessoa não como figura.
Mais pra explicar agora tenho que dar a versão numero dois que creio ser a que estou vivendo.
Agora com menos 58kg de proteção, as pessoas parecem me aceitar mais facilmente, não que isso seja ruim, mais é estranho confesso.
Eu ainda sou eu, do mesmo jeito, igualzinha, mesmos sonhos, mesmas manias, mesmos medos,mesmas indecisões,mesmo caráter,tudo tudo tudo igual aqui dentro. Mais então por que será que antes quem nunca percebeu que eu existia agora faz questão de me cumprimentar, de sentar de conversar e de fingir que se importa com o que eu penso sobre a sociedade e sobre as regras por ela imposta?
É difícil? É por que pra mim parece bem difícil, será mesmo que uma pessoa, só tem voz “ativa” e é levada a serio de logo de primeira se ela conseguir se enfiar em uma calça de numero menor? Será que os princípios e valores valem menos que uma blusa tamanho p e um cabelo bem hidratado?
PORRA que merda é essa? Onde é que eu vim parar? De verdade to começando a pensar que quero de novo meus 58kg de proteção contra gente escrota, quero de novo ser olhada e admirada pelo que penso e não pela circunferência da minha cintura,queria mesmo não pensar tanto em tanta coisa mais afinal o que seria da vida se só houvessem dias ensolarados e seres equilibrados?

Você idealiza uma perfeição e vai acrescentando detalhes que interagem diretamente com a imaginação e vai alimentando a idéia de que tudo que sua mente fértil fabrica pode ser realidade, por que você já viu alguém que era desta maneira ou perto da perfeitabilidade, criada na própria cabeça.
E vai alimentando este monstrinho e enfeitando como se seu príncipe encantado fosse uma arvore de natal montada aos poucos durante o ano, uma bola de cada vez, uma dourada, uma vermelha, vários laços, muitos sinos, e lá no fim do ano na data onde a família inteira se reúne você pensa em finalizar pondo a estrela no alto da perfeição total e percebe que na realidade esta sozinha com um bando de tios bêbados e tias querendo saber da sua vida sexual desativa, e então cai a fixa que foi tanto enfeite foi tanto cuidado criando a perfeição na própria mente que você se esqueceu de sair e buscar o a perfeição desconexa aquela que você encontra um pouco em cada um e aprende a viver com aquela pequena dose de bolas douradas em uma arvore só, as vezes uma bola ou fita ou sino por arvore, é impossível encontrar a arvore montada esperando a estrela, este tipo de arvore sem estrela já deve ter alguém em busca da escada para escalar até o topo e concluí-la com louvor.
Se você encontra uma arvore na espera de um estrela sem alguém já buscando a escada para escalá-la pode ter certeza que foi montada aos poucos e por idealizações diferentes, cada um botou o que achava bonito e interessante e quase sempre os laços não combinam com a cor dos sinos ou as bolas tem tamanhos desproporcionais, e sua estrela não vai se adaptar muito bem ao conjunto.
O legal é pegar uma muda de pinheiro esperar que ela evolua, na fase adulta adorná-la da maneira correta com paciência com zelo e só então lá no final como a cereja do bolo você a presenteia com a estrela final.
Esta estrela tem de ser um presente seu a arvore criada com o tempo, não mais um adorno de uma arvore cheia de penduricalhos.

É mesmo uma grade merda estes natais estas tias estas bolas.

Eu podia ser 4, não fases, separações.

Amaria o garoto que voltou dos confins dos meus 13 anos.
E o faria feliz, por que posso ser a garota que ele precisa, a que vai dar força a que vai estar ali o tempo todo, a louca que foge no meio da semana para se afogar em um copo de caipira e a retardada que segue firme a rotina de acordar as 5 da manhã e ir dormir as 00:00hs para poder dar conta da rotina burra que ela criou priorizando as 8 horas diárias com abunda na cadeira explicando coisas simples para pessoas que deveriam ser inteligentes.

Correria atrás do solteirão de 30 anos que me deu bola e me mostrou quanto é divertida a vida fútil das baladas de segunda a segunda e das coisas cara e sem sentido algum.
Colocaria aquele vestido que tem de ser vestido a vácuo e me transformaria na garota sem assunto que namora a casca do estudante de direito que vive com a mesada do papai.
Seria a marombada, louca por academia só para agradar o gato do meu instrutor de boxe e garantir uns malhos no vestiário. Entenderia de futebol, falaria dos problemas que afligem a humanidade que rodeia o umbigo dele e ficaria horas ouvindo todo aquele papo de cuidar com as proteínas.
Mais ai descobri que de 4 é bem melhor, por que é ótimo não retornar aos 13 anos e ainda assim fugir da rotina uma vez por semana, Deus me livre ter de me enfiar em roupas a vácuo ou ter de ouvir baboseiras para garantir um malho, eu gosto mesmo é de como é bom falar tudo sem dizer porra nenhuma, ter você ali se preocupando com os problemas que afligem a humanidade que rodeia o meu umbigo, e de como é fofo ver que você não consegue ter cascas, ou criar mascaras. Então sem separações de 4 é bom em fases.

Sei que tem alguma coisa fora do lugar em mim. Eu sou uma soma de todos os erros: bebo, sou preguiçosa, não tienho um deus, idéias, ideais, nem me preocupo com política. Eu estou ancorada no nada, uma espécie de não-ser. E aceito isso. Eu estou longe de ser uma pessoa interessante. Não quero ser uma pessoa interessante, dá muito trabalho. Eu queria mesmo um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importo.
Quando ando no meio de outras pessoas não me sinto bem. O que elas falam e o intusiasmo que demonstram nada têm a ver comigo. O mais curioso é que justamente quando estou na companhia delas é que me sinto mais forte. Me vem a idéia seguinte: se podem existir só com esses fragmentos de coisas, então eu também posso. Mas é quando estou sozinha e todas as comparações se reduzem a mim mesma contra a história, contra o meu fim, contra as paredes, contra a minha própria respiração, que começam a ocorrer coisas estranhas. Sou uma garota evidentemente fraca. Experimentei ler a bíblia, os filósofos, os poetas, mas para mim, de certo ponto, erraram de alvo. Ficam falando de uma coisa completamente diversa. Por isso há muito tempo desisti de ler. Encontro um pouco de conforto na bebida, no jogo e no sexo, e dessa forma me assemelho bastante a qualquer membro da comunidade, da cidade e do país; a única diferença é que não tenho o menor interesse em "vencer", constituir família, ter casa própria, um emprego respeitável etc e tal. Portanto, lá estava eu: sem ter nada de intelectual, de artista; nem tampouco as raízes redentoras da garota comum. Me sentia dependurada com uma espécie de rótulo indefinido e muito receio, sim, que isso marcasse o início da loucura.

Garotos, parem de confundir quando eu mando intumescer meu ego, não estou falando para encher meu saco. Quando sinto tédio preciso dar em cima de alguém. Mas é por tédio. E os caras ficam achando que são incríveis. E ai aumenta meu tédio.

Tenho medo de endurecer, de me fechar, de me encarapuçar dentro de uma solidão-escudo. Ando meio fatigada de procuras inúteis…
Eu também tive meu coração machucado. Me dei mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que agora consigo abrir meu coração sem rodeios. Mas tudo está bem agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e bem. Descobri tantas coisas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.
Hoje se me perguntarem o que acontece, só saberei responder isso: dói. Se me perguntarem onde é a dor, ainda assim só responderei: dói. Tudo tem a ver com aquele grito reprimido, aquele sonho escondido, aquele choro nem sempre contido: dói. Aquela vontade de cortar a garganta para não poder gritar. Aquela vontade de arrancar os olhos só pra não poder ver. Aquela vontade de esmagar o coração só para não poder sentir. Mesmo com todas essas coisas incapacitadas ainda assim doeria. Porque não está na garganta, nos olhos, no coração. Está em toda parte. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama
Eu vou ti dizer o que eu sinto, sabe o que é dormir pensando em alguém e acordar
Com esse mesmo alguém na sua cabeça? Como já não bastasse o meu coração acelera
Só quando falo contigo, tinha que dominar meus pensamentos? E os meus ouvidos ? que parece coligados com a minha alma , todo bom som toda boa musica me traz você.
Minha boca já nem mas me obedece vive falando seu nome nem eu perceber .
Eu disse que sonharia com você, apenas pela certeza de que sua imagem linda, clara, fascinante, jamais sairia da minha cabeça. Ao me deitar eu estava pensando em ti, eu não sei se é sonho, eu não sei mesmo o que acontece, mas eu te sinto sempre, até enquanto durmo, meu misto de sonho e realidade, por que demorou tanto pra chegar? Eu guardei um sonho bom pra ti.
(..) E tem sido você e vai continuar sendo você.
Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada.
Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa.
Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão.
Se você me quiser com todas as minhas vírgulas, eu vou te querer como meu ponto final."
Às vezes você é tão bobo, e me faz sentir tão boba, que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer.
Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre?

Não eu não sei, viver no mais ou menos, se amo por inteiro, se odeio com toda a certeza é com todas as minhas forças, e quem vive nessa linha tênue entre amor e
ódio? Quem ali habita simplesmente não existe, é ignorado. Uns chamam de Bipolaridade, outros de falta de caráter, eu prefiro acreditar que foi a forma defensiva que encontrei de viver, separando entre: - Amados os que são pacientes e que vivenciam de forma plena e verdadeira o bem querer bem. - Odiados hipócritas, falsos e mal intencionados. - Ignorados, com toda a certeza os que foram amados, se mostraram odiados e hoje estão apenas esquecidos.

Gritando nas janelas, batendo nas portas, tirando você da
sua reunião: o que você fez com o amor? Esse dinheiro
todo, essa responsabilidade toda, esses milhões todos, essas
pessoas todas que você quer que te achem um homem. E
o amor, o que você fez com ele? Enfiou no cu? Colocou na
máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever
atrás? Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou?
Reagendou o amor? Demitiu o amor? É o amor que vai fazer
você ser isso tudo e não isso tudo que você usa pra dar essas
desculpas pro amor. Porque quando eu sentei no cantinho da
cama e você leu seu livro de poesias de quando era criança.
Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer
que naquele minuto não estava me amando porque você
acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o
que você já estava podendo. O que você fez com esse pouco
que virou nada? Com o muito que poderia virar? Eu aleijada,
engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta,
esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o
mesmo com o meu. Vou mandar junto com o seu. Nosso amor
pro inferno, longe, explodido, nada. E a gente almoçando
em paz falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e o
filme da semana. Bela merda isso tudo, bela merda você,
bela merda eu, bela merda todos os sobreviventes que
riem e fazem suas coisas e almoçam e falam de filmes. E por
dentro o buraco gigante preenchido por antidepressivos,
ansiolíticos, calmantes, cervejas, maconhas, viagens e mais
reuniões. Pra onde foi o amor? De pé seguimos pra nunca
saber, pra nunca responder, pra nunca entender. Pra onde?
Você lendo o texto mais lindo da minha vida sobre o último
dia morando com seus pais, você achando as moedinhas
que escondia no jardim quando você era criança,
você me contando isso tudo baixinho e eu sentindo tantas
milhares de coisas lindas, você falando da merda boiando
e a dor dos seus fins de amor, você dormindo com seus
cachinhos virados para o meu nariz, você fazendo a piada
dos ombrinhos mais altos e
mais baixos pra tirar sarro dos
homens artistas e burocráticos, você por um mês e tanto
amor. Todos os cheiros de todos os seus cantos. E agora
eu louca porque não se pode sentir, porque senti sozinha,
porque não se pode sentir em tão pouco tempo. Que tempo
é esse quando o amor se apresenta tão mais forte e sábio
que as regras de proteção? Quem quer pensar em acento
flutuante quando se está voando? Quem quer pensar em
pouso de emergência quando se está chegando em outro
mundo melhor? E agora nada e você nada e tudo nada. O
amor no planeta das canetas Bic que somem. O amor mais
um como se pudesse ser mais um. O amor da vida de um
mês. Você com medo de ser mais um e você único e tanto
amor e tão pouco tempo. O que você fez com ele para eu
nunca fazer igual? Eu prefiro ser quem te espera na porta
pra entender. Eu prefiro ser quem te espera na outra linha
pra entender. Eu prefiro ser a louca do jardim enquanto o
mundo ri e faz suas coisas. Do que ser quem se tranca nessas
salas infinitas suas pra nunca entender ou fazer que não
sente ou não poder sentir ou ser sem tempo de sentir ou ser
esquecido e finalmente não ser.

Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar

Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer, que eu não posso chorar

Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor, pra sempre vou te amar

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar

Nunca falei sobre você a ninguém. Nem vou falar. Não falaria de você nem a você mesmo.
Não suportamos aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós.
Ninguém enche o saco de ninguém, você me deixa em paz, eu te deixo em paz – certo?
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Eu disse que sim, claro que sim, muitas vezes que sim.
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só.
O que vai sendo vivido e sentido por cada um é tão particular q, mesmo incomum ou já cantado em prosa e verso, é para sempre também único.
Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo,e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas.
Enfrento, e reconstituo os pedaços, a gente enfeita o cotidiano - tudo se ajeita.
E a vida acontecendo em volta, escrota e nua.
O pó se acumula todos os dias sobre as emoções.
Só que as más vibrações desta cidade, God! Nem todo o sal grosso, nem toda a arruda do mundo dariam jeito.
Hoje estou com uma moleza por dentro, uma coisa que não sei bem explicar como é, parece um imenso tapete de algodão embranquecendo tudo.
Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas e suspiros.
Coisas belas, coisas feias: o bom é que passam, passam, passam. Deixa passar.
Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
Acontece que, com ou sem cama, gosto profundamente de você.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo.
Tem dias que eu visto minha fantasia de otária.
Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Pinto e bordo.

Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor? São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?

Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.

Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.

Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.

Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM.

Romeu não saia sexta-feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta). Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.

Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.

Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro. Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.

Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta. Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.

Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.

Julieta nunca teve uma crise de ciúmes achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.

Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas. Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.

Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.

Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.

Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando- a sem saber onde enfiar a cara de vergonha...

Por essas e por outras que eles morreram se amando...