Michel de Montaigne (1533-1592)
Quando alguém conhece a si mesmo está conhecendo a singularidade e não a totalidade do homem. Conhecer a nós mesmos não é a garantia de conhecer os outros.
Para melhor nos conhecermos podemos refletir sobre a experiência dos outros e nos vermos refletidos nelas, mas isso não significa que conhecemos os outros, pois todos somos claramente diferentes.
Como cada ser humano apresenta múltiplos aspectos e cada um tem suas características próprias, não é possível estabelecer regras para todos os homens.
Não podemos indicar algo que seja comum a todos, cada indivíduo tem que elaborar seu próprio conhecimento, sua sabedoria particular, que vai ser a sua medida para conhecer a si mesmo.
A existência é um problema, uma pergunta que nunca poderá ser respondida. A nossa existência é uma experiência constante e constantemente também deve explicar a si própria. Cada pessoa traz em si a condição existencial de toda humanidade.
O homem deve buscar ser somente o que ele é, ou seja, um homem, e nada mais que isso. Não podemos fazer nada melhor do que sermos humanos.
De nada adianta criarmos fantasias de que seremos algo mais elevado do que humanos que somos. Aspirarmos ser algo além de homens é inútil e pode nos causar danos morais.