Mia Sheridan
Se ela precisasse de forças eu seria sua rocha; se precisasse de conforto, eu seria o lugar acolhedor para qual voltar. Eu seria qualquer coisa que ela precisasse que eu fosse.
A confiança que você tinha em mim era tudo de que eu precisava para dar uma chance a mim mesma. E então você me deu o presente mais abnegado de todos: tempo. Tempo para que eu pudesse me desfazer e depois me montar de novo.
Ela me contou dos seus sofrimentos do passado, do seu coração partido, mas, principalmente, do seu processo de cura e como aprendera que a reparação é um lento processo.
Eu abrira mão da esperança tempos atrás. Descobri muito cedo que esperança não era nada além de algo cruel e perigoso.
Eu lhe daria um arco-íris todos os dias, se pudesse, só para ver o sorriso que ela me deu naquela manhã, para ver a surpresa brilhando em seus olhos por mais do que apenas um minuto.
Será que um dia cheguei a sonhar com romance e com cavaleiros brancos? Ainda menina, será que imaginei que um dia um belo príncipe com o coração no olhar seguraria meu rosto nas mãos e me beijaria? Não conseguia me lembrar disso agora, mas desejei que pudesse, porque queria imaginar que aquela garotinha estava em algum lugar dentro de mim e que aquele momento era para nós duas, e por todos os sonhos que achei que estivessem perdidos. Perdidos para alguém como eu.