mfpoton
O que falo não sinto
mas sinto tudo o que falo
como biruta ao vento
que desarma no marasma
catalizador do tempo
de amenidades ao léu
como barquinho de papel
para ungir ouvidos
com aromático mel
no refrescante frescor do vento
inspirar o acre úmido
e inconfundível sabor de sal
me parecem versos românticos
mas nem de amor fala
para purificar ao vento
os doces sentimentos ao léu...
Vestido vermelho
denunciando desejos
pernas e poder
na sua pretensão de deusa
nessa audácia de Dalila
em curvas cintilando
a cobiça do teu olhar
ofegante
seduz ao fogo
sucumbindo-o ao coito
como loucos
deliciando-se
ao salivar sabor
da mágica sutileza
do vermelho
dessa ousada menina
Gota negra
maquiando um olhar
em estilo...ou sentido...
a carimbar
sobre balcão
papéis desimportantes
enfadonhosamente rotineiro
como um ser noturno
na obscuridade da escolha
a não condizer
com a palidez de
seu plácido rosto málacio
a denunciar-te
alguma fraqueza
Verde olhar
fixo obtuso a fitar
o mar que em espelho
ao reflexo deste olhar
verde está...
o pensamento em marasma
neste apartamento
a marisia a consumir
a alma em metal
com gosto de guarda-chuva
Oh! Verde mar...
destes olhos a fitar
a cumplicidade da vida
e arrastar pensamentos...
te arrancar deste apartamento e
te levar para prencher o mar
de verde do teu olhar
Suspenso no espaço
sem chão
numa extasiante
vontade de prosseguir...
Em estado de desalento
como uma desarticulada marionete
sem fios
solta na imaginação
a devagar na imensidão
sem saber onde chegar
alma num corpo em flutuação
que não aprendeu a esperar
Ate que por si só
vai se deteriorando
e despencando como
se não se sustentasse
mais na altura
e na suspensão do ar...
Rosas...
já tão exaltadas
de todas as formas
intensa ou singela...
Vermelha
fervilhante beleza...
de entusiasmo à vida
Amarela
lúdica referência ao sol
da lucidez do teu calor
e intensidade dos teus raios
Branca
envolvente pureza acetinada
serenada de orvalho
deslizando em gota
a exalar seu aroma
Ah!...que todos os poetas
se silencie...
somente
para admirá-las
Cansastes das passadas
que vão caindo para trás
que insiste em não avançar
queres tanto seguir
em frente
de embaraços
mas como...
se não podes seguir sem par
se para trás é fácil
não olhar,
mas para o lado
não tens como evitar
Olhar para frente em par,
pois a natureza induz ao par
como negar...
em par de idéias
aconchego
não de escoras
que te invalidam
a vida
aprender a seguir
sem negar
negando sempre...
Um anjo
com um candelabro
a iluminar a noite
como vagalume
piscando fechos de luz
ao passar entre
bloqueios das folhas...
Vagante noturno
nas lembranças infantis
afastando o medo
vem em proteção
enfrentar o medonho escuro
para suportamos
e vencermos a noite
até quando ao raiar do sol
num novo tempo
chegar...
um anjo lindo
e seguirmos na noite
para adimirar-mos a lua...
O que seria do mundo sem anjos
se deflagaria a solidão
e o mundo esvaziaria...
Mar de pessoas
em idas e vindas
em rotineira romaria
sem reformulações num
mar sem ressacas
à espera do novo
ciclo lunar como
ondas chacoalhando
na areia já tão granulada
por tantas batidas
num vai e vem da vida
que se desfaz em
grãos que se
dissipam n'água
como a vontade aparente
desses grãos fadados
a um comum acordo
convencional das adversidades
à diversificação
como um grito no cristal.
Emoções tão engessadas
e veladas num velório pedante
que logo explodirá
em ondas volumosas em ressaca
dragando os inanimados grãos
arrastados pelas águas...
Amor virtual
criado em games
como complemento
das carências
um suprir fortuito das horas vagas
que se desliga ao cumprimento do real
espécie de delírio
paralelo ao real
vou acabar por gostar
deste game abstrato
que acesso quando quero
ou transportá-lo ao real.
Amor virtual ou uma fortuita ideia surreal.
A força do livre
Arbítrio com certeza...
Ah!... que nos escapa em fuga
Como que a brindar loucos
desvairados e excêntricos
se deuses ou demônios
comandando
num tabuleiro jogos.....
com expressões sublimes
fitando com surpresas
exclamações e consternados risos
a se divertirem no Olimpo
com reações dos arbitrariedados
gladiadores
dessa nossa suposta
presunção de livre arbítrio.
sem as pedras não ficaria tão lindo....
ficaria reto e liso,
faltando contornos e quedas
dando relevos a vida...
e ao olhar então...
nem se fala...
os passarinhos não
cantariam tanto
dando coro
a enxurrada
e a mata embaçaria
o verde das folhas
a deslizar sobre
as águas...
a individualidade não torna a pessoa menos humana, mas sim, com mais coerência com a vida e consigo mesma, não se aproveitar dos outros e procurar se preservar dos maus intencionados e sem querer ficar por aí fazendo o papel de bonzinho. E se isso vai de encontro com a mentalidade predominante e nos torna mais isolados, o que fazer, ao menos quando interagimos, o fazemos verdadeiramente. Nossos sonhos devem seguir o coração, como se fosse uma criança e orientado pela lucidez da mãe inteligência. Não deve ser tão difícil, abrir para aquilo que Deus nos enviou.
Se houvesse uma compreensão do significado da liberdade, num mundo atual estereotipado com formas mediocremente quadradas e inexpressivas como tijolos.
Os gregos esculturavam em formas arredondadas, expressão de uma mentalidade livre, não é o mesmo em outra cultura como a dos egípcios, com formas geométricas expressão de um povo submetido a ditaduras e tiranias.
O maior aprendizado seria justamente não somente ter a capacidade de ser livre, mas principalmente reconhecer o significado dessa liberdade.
Estava sentada olhando as montanhas no
horizonte, o correr e formatos das nuvens.
A frente uma árvore sem nenhuma folha
levadas pelo outono, com multiplos galhos
e semi galhos, que pareciam seus braços e
dedos. Ao bater do vento, ela em uma delicada
dança se remexia. Eu senti nitidamente que ela dançava para mim, ela sabia da minha presença......
Somos unicos
temos a nós mesmos,
quando temos algum sofrimento,
por mais que tenhamos
alguém ao lado,
a dor é própria,
não se transfere ou divide. Podemos ter um acalento,
mas seria único se outro a compreendesse completamente
Sigo levando a mim, afetos e paixões que vem em pedaços de amores e dissabores; concordância ou discórdia mas porque nunca totalmente completo como se pudesse preencher algum plano quase que metafísico e que
parece impossível, um universo de sentimentos invisíveis e desconhecidos até aos mais próximos, e infinito.
....eu sinto mas sobrevivo, tenho o meu eu, onde tenho a mim.
A lua em espelho traça um caminho no mar
que me leva até você
neste horizonte noturno
onde o céu e o mar se encontram.
Entrelaçarmos em silenciosos suspiros
velas brancas ao vento e o rangido do barco
Onde, só existe eu e você...
neste momento... e o ruído do mar...
Um cenário de estrelas cintilantes
a iluminar seu semblante...
Sempre vens na lua cheia
raptar meu amor, desejos e suspiros...
Ah! lua...
quando somes na linha do horizonte
me deixas louca com vontade de te ver...
Se vem nuvens em trovoadas
onde não me invoca a você
fujo e escondo-me debaixo da coberta
e espero o amanhecer...
Pirilampo encantado
de luz verde fosforecente
afastando o medo
do escuro, dos
sonhos infantis
Uma fadinha com
varinha de condão
a soltar estrelinhas
e a iluminar a escuridão
Como um ratinho assustado,
olhinhos redondos a te acompanhar...
espantando com a negritude
sem fundo da noite.
Mas estes olhinhos não vão chorar...
Montado numa libélula...
com asas transparentes
em pontas de pavão e
longa cauda de cometa...
no colo de papai que acalenta
o sono em pleno vôo se misturando
aos sonhos de criança...
Um contemplar dissimulado à
fogosa rosa rubi que incendeia
corações e deixa rubro de
paixão o tímido desconcertado
violino, a tocar partituras a mística violeta
ametista em floração de seus pequenos rizomas
roxos que encanta o rouxinol...
com um olhar enigmático ao brilhante
diamante de um escultural envidraçado
santuário para admirar em topázios...
em turmalinas...
a magnífica orquídia
que contempla dissimuladamente a rosa...
Em num canteiro a margarida
apaixonada pelo gira-sol...
que girando sempre em busca do sol
mas a noite, cabisbaixo...
ele olha a margarida que se sente como um sol...
e se despetala em amor-perfeito
bem-me-quer...
mal-me-quer...
bem-me-quer... até o sol despontar
Polegar venusiano
pronunciando
alma lírica...
dentre turbilhão
de palavras
emergindo em vácuo
de pensamento
tão amontoado
de sentimentos
num passar tempo
a escrever...
mente a fervilhar
transbordando por
falta ou excesso
como sina
como necessidade
de cumprir o não cumprido
dizer o não dito
por assim conseguir
entornar em caldo
pensamentos
ainda se pudesse
falar tudo que se pensa
que não fosse pra
si mesmo...
Um caracol...
De tanto encontrar
refúgio em mim acabei
aconchegando-me em concha
fechando-me em ostra
mariscando versos na maré
que vem como ondas
de ressaca cheia
em crescente quem sabe...
eu veja sereias
minguante das coisas
tristes e feias
mexilhando uma nova paixão
que como ondas
que vem e vão
sempre virá outra
talvez ainda maior
que arraste os caramujos
ou alise as algas
do fundo do mar.
Devaneios ao vento...
em ponteiro de setas que
me impedem de seguir,
então fico aqui...
Quando etésios me
anunciam o calor do verão
em alísios me alisando
as velas da imaginação
fugindo dos amores
em tormentas que
tornan-se nuvens negras
ciclone das paixões violentas
que nos rodopiam até cessar...
quando parece que nem existiu
se não pelo estrago e
virão brisas das ilusões.
Sigo de vento em popa
com minhas fantasias de
furacão deste meu amor
impetuoso por ti
que me vê como um
fenômeno típico do tempo.
O que faço...
para soprar pra ti
esta minha manifestação abstrata
e perceberes que estou aqui...
O amor é especial
quando trás paz, alegria de viver
e não de se esconder;
quando se sente a generosidade
fluir pelas mãos,
pois não só tens
como também irradia
o equilíbrio na vida;
o conhecimento da alma
de encontro a verdade
e não das fantasias...
a compreensão...
e principalmente o sentir da liberdade,
fluir como um encanto...
na satisfação de se amar,
simplesmente por causar felicidade....
Eu te amo, quando olho nos
teus olhos e encontro os meus...
quando te beijo e encontro
desejos...
quando te encontro nesta vida,
para não ter que te buscar na próxima...
Meu sol, meu mar, meu ar...
fincando bandeira de posse em meu chão
em meu caminhar...
que a mim não me desferez nada além de vocês
partirei em domínio deste território
apossar-me, onde todos pensam ser posseiros
ignorando-me...
Onde deixei a ermo
na minha tradução de vida
se pudessem, levariam-me até meu pensar...
em detrimento de mentalidades que sempre ignorei.
Encontrar forças e retornar ao que a mim pertence
antes que por numa espécie de troféu do domínio
me levem além dos anos, também a alma...
Preciso tanto renascer, ressurgir como a uma fênix das cinzas de mim mesma...
Sozinho encontrar um caminho
onde me arranque das garras do condicionamento
onde me parece tudo perdido e triste...
só falta você além de mim mesma...
Como resistir ...
um olhar a ti
cor de rosa
em botão
um botão de emoção
menina mulher
revelando em seus olhos
o fogo do amor
num despertar de pétalas
desabrochando
nas manhãs carameladas
de primeiros raios dourados
de pétalas ritmadas
em ligeiro carrossel
bordada em detalhes
e orvalhos da noite
a cada nova revelação
no sensível
aroma frágil
cristalino
no revelar das paixões...