MEU (DES)CONHECIDO

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Amor, ainda que tardio

Gostaria de encher teu coração com todas as pétalas de minha alma.
Mas estou morrendo aos poucos, perdido em teus braços diáfanos.
E o que posso fazer agora! Senão te amar por inteiro, te desejar por agora?
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Sabia que o tempo perde o rumo quando você aparece? É óbvio que tu já sabias tudo isso, pois quando teus olhos fitaram os meus, paixão: o universo se formou.
Entretanto minha dor não vai embora, transformando-me num diabo imundo, cheio de credos e palavras falsas, num homem sem sonhos, numa pérfida solidão.
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Eis a hora, eis o momento de te coroar para sempre, eis o cálice de amor e sangue derramado por nossa fúria pálida, fosca, inocente.
E assim o poeta esgasga, clama chorosamente, ri de sua desgraça imediata, sabendo que lá... bem no fundo da vida, ainda há liberdade, juventude, e sobretudo amor, ainda que tardio.

Hoje serei teu fogo!

Hoje serei teu fogo!
Queimarei ardente dentro de teu peito intumescido.
Sacrificarei minhas labaredas em nome de teu corpo complexo.
Quando a noite chegar... te transformarei em fogueira,
Apanharei todas as tuas cinzas majestosas,
Cultivarei as queimaduras que tuas chamas me presentearam;
Entrarei no teu caldeirão de amor sombrio,
E cantarei aos berros que sou seu fogaréu infinito,
A naúsea rebuscada de seu espírito.
Sim, amor!
Hoje serei teu fogo.