Melissa Rocha
Nas minhas buscas de mim mesma percebi o quanto me perdi. Me perdi em minhas dúvidas, em meu medos, em minhas carências, em em meus desejos compulsivos que só me levaram a conquistas inúteis. Minha alma chora, grita, implora por algo que nem sei querer. Ah, dias tristes… tão desiguais.
Eu queria me encontrar mas só me perdi. Eu queria te perder mas só te encontrei. A vida insiste em pregar peças. Me põe tantas arestas pra aparar. Quando penso que vou ficar bem, aí você vem e me faz reconhecer o quanto ainda te quero. Então começo a me lembrar de mim em ti, de nós dois se abraçando, se beijando, esquecendo de tudo e de todos. Então vejo quanto ainda temos em comum: o amor.
Queria ser uma borboleta.
Azul céu, rosa e violeta.
Livre, leve, solta
Vaguear devagar
fantasiar
devanear
voar, voar, voar
Sem nada com que me preocupar.
Sair por aí
Borboleteando
Flutuando
Vivendo
Sem precisar sair correndo
Com verdade
Com intensidade
Dia após dia…
Ser meu própio guia.
Numa hora, amor.
Em outra, desamor.
Numa, carência.
Em outra, vingança.
Sal
Açúcar
Sofrimento
Alegria
Numa, seriedade
Em outra, pura diversão
Revolta, cansaço, fraqueza
Calmaria, determinação, fortaleza.
Quem vai entender a alma dessa mulher?
Ela tem fases, como a lua.
Fases de ser só dela,
fases de ser só sua.
Quem porventura entenderá?
Ela só quer amor.
Puro, sincero.
Que nunca mude.
Ela pode parecer várias coisas
mas no fundo é apenas
uma pequena menina carente,
fantasiada de mulher.
Uma pequena menina
que quer ser feliz,
não importa onde, quando e como.
Ela só quer sair do casulo
que sufoca
e uma linda borboleta virar
leve
livre
vivendo com intensidade
alegre, feliz
sem se importar com nada
a não ser viver.
Preciso…
Atravessar a corda bamba dos meus pensamentos.
Preciso parar de dar nós no barbante da minha vida.
Preciso parar de andar em círculos.
Preciso caminhar por um só lugar.
Preciso e preciso.
Me encontrar, me entender, me permitir.
Preciso ficar sozinha, preciso ficar com alguém,
preciso do amor, preciso do ódio.
Eu nem sei do que preciso,
mas eu sei de uma coisa:
minha mente é um turbilhão de dúvidas,
de sentimentos que me matam
e me deixam assim…
Tão fria
Tão triste
Tão sombria
E querendo o que nem sei querer.
Tento. É, eu tento. Esquecer-te, seguir em frente, fingir que nada aconteceu mas vejo que essas tentativas são falhas. Na noite que passou me peguei pensando em você, querendo os teus beijos, os teus abraços, desejando os teus sonhos, e isso me deixa triste por ver que os caminhos mudaram e nos separaram. Por ver que estamos tão perto mas tão distantes. Mas isso não importa, só quero que saibas que o meu amor é seu, o meu amor e tudo mais. Você sempre estará em mim, gravado em meu coração mais forte que tatuagem. Nunca se esqueça de mim, porque de mim você nunca vai sair, simplesmente porque te amo.
Então beije-me. Daquele jeito que só você sabe. Quente, envolvente. Chupa minha língua e morde meus lábios, assim, bem devagarinho, com jeitinho, com essa pegada que me deixa amarrada. Então beije-me com vontade, e sem piedade me puxa pela cintura me fazendo te sentir, fazendo-me implorar por mais. Que beijo é esse que não me deixa em paz? Que não me deixa pensar em mais nada a não ser nos teus lábios, na tua língua quente passando em meu queixo. Eu te quero mais e mais. Estou sedenta pelos teus beijos. Então beije-me e mate esta sede que tira o meu sossego.
Estou aqui pra você meu bem. Eu te digo não com frieza, mas a verdade é que estou em suas mãos e você me tem a hora que quiser. O único problema é que queres me ter do teu jeito, e o teu jeito agora já não importa, mas se quiseres podes me ter assim, eu sei que vais gostar. Mas não tente me prender, porque meu coração está machucado, quebrado, e os cacos ficaram perdidos no meio do caminho sem volta. Mas estou aqui, e você está presente em meus pensamentos, em meus sonhos, em minhas lembranças. Eu só te quero assim, sem medo nem cobranças, sem prisões, só com paixões. Eu te quero assim… Livre, leve, flutuante.
Qual a cor do amor? Os enamorados diriam rosa, lilás, ou colorido. Mas pra mim é incolor, porque só tive dor. Não vejo mais nada de atrativo em amar, porque uma hora ou outra vai se acabar, se findar. Então pra que amar? Pra que se doar? Pra que sonhar e fantasiar algo que não existe, que é impossível? Aprendi que não sou uma princesa e isto não é um conto de fadas, que não tem príncipe vindo num cavalo branco me resgatar, então vou me por em meu lugar.
Mas meu erro foi esse: querer ser amada. Eu me perco em minhas carências, em meus medos, em minhas dores. Eu preciso aceitar que apenas me basto. Como posso ser amada se não estou me amando? Agora consigo ver tudo mais claro, mas não gosto do que vejo, tudo isso me deixa cansada, arrasada, com tanto desamor e dor. Eu só queria uma coisa, uma única coisa: ser amada, de verdade, com intensidade, todos os dias. Que eu fosse só dele e ele só meu, mas só vejo lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Choro e ninguém nota, ninguém se importa. Busco amor nos lugaes errados, nas pessoas erradas. Só restou isso de mim. Um ser errante, vagante.
É, me fizeste sorrir, mas agora chorar. Me fizestes esquecer, mas em troca me deste uma nova dor. Desapareça, me esqueça. Já entendi tudo, pro meu coração, não tem solução, direção. Ele está quebrado e não há quem junte os cacos, e é melhor assim porque todo “olá” termina num “adeus” lembras? Parece que a única que não lembra sou eu, porque insisto em sofrer? em perder?
Se o meu eu de hoje se encontrasse com o meu eu do ontem, o que diria? Talvez dissesse quanto que ainda sofreria, o quanto que ainda choraria. Talvez pudesse me poupar de dispensar meu latim com pessoas inúteis. Mas de uma coisa eu sei, eu tenho pena do meu eu antigo, tão ingênua, tão boba, inocente. Acreditava em tudo que me diziam, que me prometiam. Agora sou diferente, descrente. Não me interessam meias verdades, falsas felicidades, castelos de areia, de farsa. Minha sensibilidade foi calejada, desprezada.
Vi meu ânimo se desvair assim de mim. Tão rápido, escorrendo pelos meus dedos. Não tenho mais forças pra seguir, de que adianta mentir, fingir que vai ficar tudo bem, que essa dor logo ai passar, que tudo vai mudar. Só queria não mais acordar. E quem iria se importar?
Insônia… Que me faz pensar em todas as dores, em todas as lágrimas, em todos os temores. Que faz da noite um inferno, que faz a manhã perder o brilho, que queres de mim? Vá embora, me deixa dormir, descansar, pra poder acordar uma nova mulher. Mais decidida, mais de bem com a vida.
Saudades do meu tempo de criança. Que a única dor, seria dor de barriga. Que as lágrimas, seriam de manha. Que o amor, seria apenas minha mãe. Que o temor, seria do bicho papão. Não havia nada com que me preocupar, apenas brincava, comia e dormia. Mas criança é boba, quer crescer, e não sabe que crescer dói. Que as dores são inúmeras. Que as lágrimas não secam. Que o amor… Amor? Que amor? vamos falar então de temor. Temor do amor, do futuro, dos pensamentos, das dúvidas, de si própio. As responsabilidades cosomem. O tempo destrói. O silêncio corrói. O que há de atrativo em crescer? Bom mesmo é ser criança. Porque criança, tem esperança.
Lágrimas…
de dor
de medo.
Minha alma está envelhecida,
sofro uma dor
inexplicável
inexpressível
inextinguível
uma dor entre desacreditar
e precisar acreditar,
entre o medo de amar
e o medo de viver só.
A vida sozinha é triste
sem ninguém pra compartilhar
um sorriso
uma lágrima
uma alegria
um tristeza.
Mas com terei alguém?
se tenho medo do amor,
se com o tempo tudo se acaba
tudo se vai.
O que farei?
Como sobreviverei?
Entre o sonho e a realidade. O que escolherei? Sonho de um amor perfeito, um amor que me conquiste todos os dias, que com o passar do tempo, tudo fique mais belo, mais forte, um amor pra vida toda, sem esmorecer, sem se envaidecer. Entre o sonho e a realidade. O que escolherei? Realidade de um amor que fará promessas, que abraçará, beijará e fará sorrir, mas com o passar do tempo, tudo vai se tornar comum. Os braços que abraçaram, afastarão. Os lábios que beijaram, dirá coisas que não gostarias de ouvir. O que fez sorrir, fará então chorar. Entre o sonho e a realidade. O que escolherei? O sonho é apenas um sonho. Contos de fadas não existem. Alguém me diria: escolhe a realidade, pelo menos tem o sabor de existir. Entre o sonho e a realidade. O que escolherei? Escolho então a solidão. Porque este sonho não é real, e o real é belo apenas por um tempo, e se não é pra ser pra sempre então prefiro não ser de ninguém. Ser minha, somente minha…
Desacreditar. Nem sempre é tão fácil confiar no amor, em carinhos, em abraços. Porque na verdade tudo um dia se vai, e se não vai, fica sem brilho, sem magia. Quando me tornei essa pessoa? Nem sempre fui assim, tão fria, tão triste, mas o tempo acabou comigo. Que cismas tempo? Porque insistes em me destruir, em me perseguir? Permita-me ser feliz sem destruir tudo que há de bom, sem alterar a ordem das coisas, sem me deixar assim… tão desalinhada.
Morro de medo do tempo. Tempo que tudo destrói, tempo que muda as coisas de lugar. O que era encantador e belo, com o tempo se transforma tudo em clichê e sem graça. Tenho medo de amar e com o tempo tudo mudar, tudo se acabar. Deveria ser o oposto, com o tempo, as coisas deveriam ficar mais sólidas, mais fortes. Os relacionamentos deverim amadurecer ao invés de envelhecer. Na verdade, eu menti. Eu não morro de medo, eu fico apavorada, desesperada só de pensar nesse tal de “tempo”. Se alguém encontrou um veneno anti-monotonia me digam por favor, porque não consigo mais crer em nada. Se me disserem que me amam ou que gostam de mim, eu vou rir, porque exatamente nesse momento, vou pensar: por enquanto, pois quando o tempo passar esse conceito vai mudar. Pareço carregar um elefante nas costas, tô cansada, atemorizada. Só espero que um dia, tudo isto não tenha mais espaço em meu coração.
Beijos, desejos
alucinações e paixões
meu corpo é como pimenta
que esquenta
que arde
que queima
desejando teu corpo
pesando sobre o meu
Tudo que quero agora
é um beijo seu.
Vais me pertencer
vais me ter
e vais ser o homem
mais feliz do mundo.
Quero tirar teu sossego, fazer teu corpo estremecer, enlouquecer, de tanto prazer. Vais sentir o meu calor e com tanto fervor vais implorar por mais. Eu não vou te deixar em paz, vou te fazer cair em meus encantos, e por todos os cantos vias lembrar de nós dois. E toda vez que lembrares, será como a primeira vez. Vou ganhar esse jogo, e teu corpo vai queimar feito fogo. Não adianta dizer que não, você já está na minha mão.
Ser sozinha
não ser de ninguém
porque se você é de alguém
esse alguém, sabe lá quem
vai te fazer sofrer um dia
ser sozinha
não ser de ninguém
não ser de ninguém…
Agora já é vantagem viver solidão.
troco passos com ela
minha companheira
que até que está se tornando faceira
me acostumei andar
tão sozinha
perdida
que isso já não está
causando mais dor
pra minha vida.
Por andar distraída
quase sem querer
te encontrei
e meu alarme não funcinou
o alarme de perigo
e agora mais uma vez
estou aqui
sozinha
chorando
perdida
errante