Melissa Figueiredo
Sou portadora de memória,
hostil mortal do meu descanso, meu repouso.
Ao abrir dos olhos
me auto-preparo para uma nova dor,
nuvens de decepção.
Destarte, venho preconizar minha alegria!
Sem alarde,
isto despertaria os dispostos a me amargurar.
Alcancei meu propósito.
Redobrei minhas forças ao perceber,
que virtude e benevolência
sempre sofrerão perseguição
por parte daqueles que carregam nódoa vergonhosa
e optam por cobiçar o que o outro tem
ao invés de buscar melhorias e avanços.
O bom é vítima da inveja,
o mau não sabe o que é passar por isso.
Quando tentaram me denegrir,
parei pra pensar por que não sentia vontade
de fazer o mesmo com a mesma pessoa.
Entusiasmei-me ao entender o motivo.
Não se destrói um coração oco,
uma cabeça vazia,
uma personalidade sem conteúdo,
um caráter leviano.
Hoje, todas as bazófias
que se criam contra mim, são inválidas.
A verdade e tranqüilidade que cultivo,
é superior a tudo isso.
Não suporto tal sensação. Sei que luto pra não por em pratica o verbo “tolher”, sei do resultado que obtenho. A verdade é que, preciso me libertar desta quimera que me tortura por dentro.
Minha dependência está além do físico, do químico, do psicológico, do romântico. E por não saber explicar é que me assusto dessa forma.
Há quem diga que não tem como transcrever em palavras um sentimento tão intenso, pois deste modo estaríamos nos limitando, vivendo algo que não é tão verdadeiro e profundo como imaginamos. Mas é de um desconforto extremo, amar e não saber o porquê.
Busco motivos, mas não gosto do que carrego comigo.
Justificar a escolha da sua companhia, tendo como único argumento esse “amor” no qual acreditamos, é módico, um tanto quando irrisório no meu ponto de vista.
Gosto de poder citar e citar, milhares de razões que me prendem a um alguém, que me proporciona alegrias constantes em pequenos gestos que se tornam incomuns. Tenho sede disso.
Mas acima das inseguranças, eu preciso priorizar quem eu sou, o que faço de benevolente.
Em meu cantinho modesto, sei me valorizar, dizer palavras no espelho que não são mentiras, e que não soam arrogante justamente por dividir elogios assim só comigo.
Aprendi a me admirar também, não só aos outros. Porque de fato, isso atrapalha a auto-estima. Você se sente com necessidade de agradar o próximo, surpreende-lo de modo demasiado, quando na verdade você também é digno de receber tais alegrias.
Aqueles que trazemos pra bem perto da gente, de fato, revelam nosso caráter. Acredito que cada qual possui uma noção própria que lhes permite distinguir a inteligência, a sabedoria, a futilidade, a ignorância, que pode fazer parte do perfil de uma pessoa. Tu só te sentes realizado quando estas de acordo com o teu eu, a tua imagem. Tuas atitudes vão refletir, dizendo quem és. Feliz daquele que sabe diferenciar as companhias, que entende a oposição de estilos, que sabe reconhecer o seu próximo, sem levantar falsas acusações. A liberdade de expressão todos nós temos: inventar novas modas, lançar gírias, uma pose exclusiva pra fotos, uma opção de comportamento.Visões daquilo que lhe parece certo ou errado. A questão é que nosso gestos, atitudes, palavras, vestimentas; vão mostrando a sociedade a imagem que te deixa confortável perante outros olhos. E é isso que te agrada, ser reconhecida pelas tuas qualidades e defeitos.
Um homem com sua integridade imaculada é feliz consigo mesmo. Um homem com sua reputação de maneira que lhe agrade também atinge o mesmo grau de felicidade. E são esses fatores que realmente influenciam no cotidiano de uma pessoa. Ser bem quisto por todos pode ser nosso objetivo, de modo que tenhamos em mente que nunca o mundo vai ser 100% ao nosso favor. Podemos ter entusiasmo em cada pequeno passo que damos, deste que essa lhe pareça adequado. Mas se por ventura, alguém quiser te atingir lhe impondo em sua frente uma imagem de alguém que não és, podes seguir em frente com a consciência limpa. Ninguém te conhece melhor do que TU mesmo! Portanto, seja transparente. Fiel com teus princípios, seguidor de tuas virtudes. Sim, sou eu quem faço a minha própria sorte.
Posto que toda chama acesa um dia venha a cessar, a labareda poderá ser mantida sob cuidados e zelos que a distancie de ventanias e nevoeiros. Na vida, aplica-se a mesma lição para diversas situações rotineiras. O homem pode até não ter a intenção de desmantelar o seu próximo, mas por vezes se depara com uma negligência exacerbada que o impede de examinar o que acontece com olhos de preocupação. A falta de atenção em quaisquer relacionamentos, sejam eles entre pais e filhos, esposas e maridos, pode da maneira mais inusitada eclodir na secção destes, por simples ausência de interesse que foi adquirida ao longo do tempo e assim desencadeando num certo comodismo que deixar, sem querer, certas preocupações de lado.
Já nos dizia o cantor Caetano Veloso: “ Quando a gente gosta é claro que a gente cuida.” E é justamente disso que o ser humano tem sede, de uma atenção maior aos nossos passos por parte de quem nos ama, nos admira. Não me refiro a um exagero de fiscalizações, onde estas acabam por interferir na própria privacidade e até mesmo liberdade do indivíduo. Falo apenas de uma sutil preocupação com seu semelhante, uma carência por saber como andam suas alegrias e problemas, o que lhe aflige ou lhe traz felicidade. São pontos assim, que fazem o verdadeiro diferencial, de maneira agradável e singela.
Diariamente, nos deparamos com relatos íntimos dos quais são nítidos a presença de conformismos. Seja psicologicamente, profissionalmente, fraternalmente, ou da forma como preferir. O ser humano está cada vez mais fadado a passar seus dias junto ao seu complexo de inferioridade e tendo que lidar com tal encosto no decorrer de sua rotina. O comodismo nos torna escravos do mesmo, pelo medo de usufruir de algo novo, pela insegurança de abandonar algo que já recebera o rótulo de tradicionalista. O homem periclitante age por impulsos, o homem frívolo não pensa duas vezes antes de tomar quaisquer atitudes, e o homem sensato é capaz de se “dar ao luxo” de fazer aquilo que lhe for conveniente. E aí nos deparamos com mais um dos defeitos do Homo Sapiens Sapiens, o famoso Egocentrismo. Quando adquirido em excesso, pode vir a prejudicar os mais próximos por questões de risco de insucesso, e sendo assim o interesse próprio por vezes ganha prioridade diante dos outros.
Tudo se resume a características humanas que podem ser controladas de acordo com a força de vontade de cada cidadão. Modificar costumes pueris, optar por amadurecer diante disso pode qualificar pra valer uma vida. Quando os assuntos são: Egoísmo, conformidade doentia, aceitação de humilhações; o ser humano não deve relutar alegando com a frase “ Eu sou assim! É meu jeito.” As mudanças estão aí para serem adotadas, e crescer ao longo da vida está ao alcance de toda uma nação.