Mayara Rocha Santos
Anonimamente eu escrevo esse poema,
Anonimamente eu leio poemas anônimos,
Anonimamente eu encaro esse dilema,
E anonimamente o soluciono.
Em silêncio penso,
Em silêncio ajo,
Em silêncio escuto,
mas tanto barulho faço.
Escolhi acreditar que tudo posso ser,
Escolhi falar sobre como tudo deve ser,
Escolhi viajar, viajar com você,
Escolhi esperar que você iria ler...
Pois escolhi acreditar, acreditar em você.
Percebi hoje que não sou assim mais tão anônima, pesquisei meu nome no Google como qualquer pessoa "normal" e entediada.
Me surpreendi com os resultados, parece haver várias pessoas que teem o mesmo nome que eu; porém, entre esses tantos resultados encontro "Eu". Me encontro em meio a várias outras "opções de mim", e adivinhem... Foi aqui que eu me encontrei.
Tenho tantas histórias para contar, tantas coisas vividas e tantas coisas que ainda quero viver, tanta vida. Mas fui resumida em apenas um link do Google, entre tantos outros talvez infinitos links, eu me encontrei.
Apenas um poema solitário escrito em uma madrugada qualquer, onde uma garota anônima escrevia o que saía dela com tanta liberdade, de forma simples até, porém entre tantas e tantas coisas foi isso que a fez se encontrar em meio a um mar infinito de links, engraçado, pois...
Apesar de ter meu nome, e um link no Google, ainda sou anônima. Você pode procurar em vários links que teem o meu nome, mas qual deles sou eu?
Só eu posso saber.
O que dizer da madrugada?
Ela não me dá medo como dá em muita gente, por geralmente ser gelada e escura. Na verdade a madrugada me inspira, me inpira a criar tantas coisas e parece fazer os pensamentos nascerem e morrerem tão rapidamente que são quase imperceptíveis.
Gosto do som da madrugada, onde o mundo se cala e a noite grita e implora por silêncio, mas esse silêncio nunca vem. É impossível passar sequer um única madrugada em silêncio, pois o mundo se cala apenas porque não pode competir com o barulho da nossa mente, e mesmo quando essa se cala o coração não consente, e faz da gente o que bem sente.
Sem pensar duas vezes eu digo, hoje eu gosto da madrugada.
Oh, a beleza da madrugada.
Tão bela como só ela é capaz de ser.
Tão linda, tão formoza,
Ornada das mais belas preciosidades.
As estrelas aparecem uma a uma,
Esperando apenas uma única chance de vive-la.
Oh belíssima madrugada,
Cogitada és até mesmo entre as mais belas estrelas.
Tua formozura e teu jeito me encantam!
Como posso eu ser digno de tamanha beleza?
Oh madrugada dos meus sonhos,
Onde meu corpo descansa, e minha mente livre de qualquer impedimento voa para onde bem entende, atravez de suas insinuantes horas...
Amarelo girassol
Hoje pintei as unhas de amarelo girassol,
Isso muda tudo.
Muda a forma como vejo a vida,
Tudo de repente fica mais vivo,
Mais cheio de luz,
Tudo brilha um pouco mais.
Amarelo girassol...
De repente a energia que eu emano é mais leve,
A brisa é mais suave,
Os passaros cantam um pouco melhor
De forma ainda mais bela.
Muda a aparência do mundo,
Muda a minha aparência,
Muda toda essência,
O mundo é um lugar melhor
Porquê hoje eu uso amarelo girassol.
O que é a beleza afinal?
O que é a beleza afinal?
Seria uma formoza mulher?
Uma boa xícara de café?
O despontar da aurora?
Ou uma tarde ao pôr do sol?
O que é a beleza afinal?
Seria um sorriso encantador?
Uma noite de amor,
Um jovem galanteador?
Um ato de destemor?
O que é a beleza afinal?
Seria o começo de um jovem amor?
Um presente encantador?
Um final arrasador?
O que é a beleza afinal?
O que é?
Como encontro?
Como se faz?
Quem a traz?
Quem é capaz?
...
O que é a beleza afinal?
Bom... Talvez seja apenas a simplicidade de ceder poucos minutos de uma vida corrida, o silenciar momentâneo de uma mente tão agitada, para me ceder a incomparavelmente bela presença de sua atenção.
Obrigada por ler o meu poema, óh minha inestimável beleza.
Minha cor preferida
Um dia me disseram:
- Me diz uma coisa que eu ainda não sei?
Eu pensei bastante e respondi
- A minha cor preferida é azul.
A pessoa me olhou com desvalor e disse:
- Não... Sério, me diz alguma coisa que eu ainda não sei.
Como se minha resposta fosse algo sem importância.
Azul sempre foi a minha cor preferida.
Mesmo quando todas as outras garotas gostavam de rosa, mesmo quando eu preferia uma roupa azul a uma "cor de menina". Eu cresci e mesmo passando por tantas e tantas situações na vida que fazem parte do crescimento emocional, que obviamente nos fazem mudar muito, minha opinião nunca mudou em relação a isso, minha cor preferida é Azul. Isso traz um pedaço de mim e da minha história, é importante.
Então eu olhei no fundo dos olhos dessa pessoa e respondi de forma diferente a mesma questão.
- Você não é profundo, se as águas do oceano só batem nos seus joelhos.
Apenas não seja raso.
...
Uma bela realidade em forma de poesia
O poeta quando se apaixona, tem que procurar outra fonte além da dor.
O amor é a escolha natural, faz sentido.
Só que tudo muda também, cada pensamento, cada palavra, cada atitude, cada ação.
O amor muda as coisas, por que muda as pessoas, tudo vai de um pouco melhor à um êxtase gradioso.
O amor é lindo, e me acalma pensar que ele é uma realidade possível, até mesmo para os sofredores poetas.
Complexidade
Já se passa meia hora da minha hora de dormir, eu me impus esse tempo para regular o meu sono, coisa que nunca funciona...
Sempre me deito altas horas da madrugada, ou como tantas vezes só durmo pela manhã. Penso no dia, nas horas, na vida e em tantas coisas mais, e percebo que ninguém pode perceber a profundidade do que há em mim.
Tem quem ousa imaginar, tem quem diz que sabe, tem por ai quem faça idéia, mas ninguém sabe.
Percebo nesta noite fria que é simplesmente impossível conhecer alguém realmente. Pessoas são infinitas demais, complexas... Lindamente complexas.
Já se passa quarenta minutos da minha hora de dormir, e eu continuo pensando em como o infinito está bem diante de nós e não o percebemos. Apesar de sermos infinitos, somos rasos, rasos demais para acolher o inevitável, grandioso e esplendoroso...
Zzzzzzz Zzzzzz Zzzzzz...
*Devido a complexidade da vida em sí, acabei por dormir
Fim.
Eu nasci diferente
Eu nasci diferente,
Entre idas e vindas,
Mas não estava na frente,
Apenas diferente.
Nasci pequena mesmo
Embora eu não fizesse idéia
Que dentro de mim existia algo maior
Maior até mesmo que meu curto tamanho.
Meu primeiro amor foi aos 13 ou 14,
Idade muito jovem para amar
De forma tão completa alguém,
Me consumiu tão grandemente
Que não pude me encontrar quando acabou.
Fiquei tão longe de mim...
Mas fui encontrada e sarada aos pouco
Demorou anos, mas eu sobrevivi.
Na adolescência com 16
Já sabia de coisas maduras
Enquanto meus amigos descobriam quem eram, eu já havia superado 2 níveis depois disso.
Hoje tenho 21
Sou uma jovem idosa
Experiente em um vida
Prematura demais para dizer
Embora tenha crescido velha
Sou jovem por fora
Experiente por dentro
E inteira agora.
Hoje no auge de minha vasta experiência
De 21 anos de vida, te dou um conselho:
Os momentos mais memoráveis
Acontecem quando não se espera.
Uma estrela cadente
Que brilha, mas não espera.
Vinicius
Essa é para você Vini, para se lembrar que se você está aqui, é por que você pôde enxergar em mim, uma fração do meu infinito.
Obrigada.
Todos desprovidos de misericórdia
E repletos de julgamentos
Condenam o inocente
E libertam o culpado
Tristeza acusatoria
De uma vida sem vitórias
Derrota o persegue
Pobre inocente
Sempre caluneado
O peso sobre sua cabeça o faz rebaixar
Sua dor o desintegra
Ainda assim com suas forças
Quase que inexistentes
Continua a lutar
Força confusa
Que não sabe quando parar
Apenas caminhando
Bem na beira do precipício
Sem medo de cair
Entre o fundo do abismo e o céu
Se encontra no chão
Apenas continua
Mesmo sem disposição
Triste tristeza profunda
De uma alma oriunda
Que apenas continua
Sem ter onde ir.
Como anda o teu interior,
Repleto de flores
Que encantam o ar?
Como anda o teu interior,
Repleto de dor
Que te faz sufocar?
Como anda teu interior,
Um riso, um amor,
De beleza, torpor
Ou apenas nada?
Como anda teu interior
Raiva do amor
Mágoas e dor
Ou apenas nada?
O meu vai assim...
Repleto de idas
Difíceis demais para explicar.
Livres pensamentos sonhadores
Em uma bela tempestade
Adiciono um pensamento
Tão bonito como é livre
Voa em pleno cata-vento.
A beleza da libredade
Chega a ser emocionante
Livre vai, livre volta
Tudo em apenas um instante.
Voa por ai,
Sem ter para onde ir,
Sem ter para onde voltar,
Liberdade apenas existe
Se tiver um sonhado para ousar a sonhar.
Angústia
Palavra forte essa,
Carregada de ressentimento
E profunda fragilidade.
Doi sentir
As vezes me pergunto se vale mesmo a pena,
Não sentir deve ser mais fácil,
Mas covarde também.
O peito pesa,
a alma carregada de tantos pesares,
Sobrecarrega o corpo já exausto.
Inspiração trabalhosa
Realmente delirante de um novo conhecer.
Frase sem sentido.
O ponto final é apenas o início.
O porques de tantas coisas
Fingimos que queremos sempre respostas, mas o que seria da vida sem os por quê?
Eis a inevitabilidade de um momento, o agora.
(Texto escrito a momentos passados, que tem como foco momentos futuros dentro de um agora).
Obrigada.
Estive refletindo sobre o tempo,
É algo difícil a se pensar,
Sua reflexão leva dias,
Anos e olhe lá.
O tempo é difícil entender,
Complicado interpretar,
Suas vias são confusas
Demais para navegar.
Me aparenta ter começo, meio e fim
Mas isso não posso afirmar
Pode ser apenas um contínuo espaço tempo,
Que eu não soube registrar.
Tem passado, tem presente, tem futuro
Tem constante, tem momento, tem seguro
Tão distante desalento taciturno,
Tão profundo sentimento nesse mundo.
Em um simples movimento,
Vejo que diante desse senhor tempo,
Não somos pontos finais.
"Seja sua melhor versão" me disseram.
Desculpa, não compreendi.
Se só existe uma de mim, como posso ter mais versões?
Tenha fases, momentos, paixões
Tenho medos, temores, razões
Tenho sonhos, objetivos, ambições
Tenho tempo, tenho vida, ações.
Mas tudo isso contido em mim
Em um só Eu.
A mais rara criação... em toda existência...
Só há uma de mim.
Somos raríssimos.
Em toda a história do tempo, jamais existirá alguém igual a outro alguém.
Insubstituíveis.
Porquê então não nos damos valor?
Somos inestimáveis.