E tu, aranha como cantarias neste vento de outono?
Nesta noite ninguém pode deitar-se: lua cheia.
Silêncio: cigarras escutam o canto das rochas
O grito do faisão - Que saudade imensa De meu pai e minha mãe.
Viagem de anciões, Cabelos brancos, bastões - visita aos túmulos.
Outono Empoleirado num ramo seco um corvo
Este caminho! sem ninguém nele, escuridão de outono.
Relvas de verão sob as quais os guerreiros sonham.
Frescura: os pés no muro ao dormir a cesta
Extingue-se o dia mas não o canto da cotovia
árvore curva o vôo do corvo inverno
casca oca a cigarra cantou-se toda
Trégua de vidro: o canto da cigarra perfura rochas.
A mesma paisagem escuta o canto e assiste a morte das cigarras
Uma velha sem dentes que rejuvenece cerejeira em flor
Quimonos secando ao sol. Oh, aquela manguinha da criança morta!
Quimonos secando ao sol. E a pequena manga da criança morta.
Vamo-nos, vejamos a neve caindo de fadiga.
De que árvore florida chega? Não sei. Mas é seu perfume...
Brisa ligeira A sombra da glicínia estremece
de tantos instantes para mim lembrança as flores de cerejeira.
Ao sol da manhã uma gota de orvalho precioso diamante.
Num atalho da montanha Sorrindo uma violeta
Mesmo um velho cavalo é belo de manhã sobre a neve
Ruídos nas ramas. Trêmulo, meu coração detem-se e chora na noite...
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