Matheus Ferreira (Pseudosofrer)
Sonho não, outra realidade:
Como vim parar aqui, não sei
Sei que não quero partir
Pois agora sinto a liberdade
Como um pássaro que voou
E pôde matar a saudade
Da qual o exílio o fazia a sentir.
Quando está escuro, posso fazer luz
brotar no solo puro e verde
Agora não me sinto inseguro,
Agora não sinto mais sede
Agora posso viver uma paixão
Agora posso ver Goblins, Trolls e Ninfas
Agora converso com árvores cinzas
Agora posso compor uma canção.
Não sinto dor quando digo:
- Eu Te Amo.
Para uma versão sua
Que criei somente pra mim.
Quando me sinto em perigo
Penso que esse mundo
Eu que estou criando
Quando não suportar mais a realidade
Procuro onde alguém me causou espanto
E torno este mundo minha verdade,
Minha perfeição, meu canto,
Minha evasão, meu encanto
Onde só eu tenho razão,
Onde posso derramar meu pranto.
E quando eu ve-lo na suposta realidade
Lembrarei do amor que guardo a sete chaves
Ficarei atento a cada detalhe
Para adicionar ao seu eu,
O eu que é meu de verdade.
Deixa eu sua companhia
Quero estar contigo naquele lugar
Te convido a estar comigo
Lá você também pode governar.
Podemos criar um novo lugar
Se o meu cantinho não lhe deixar feliz
As vezes só falta ajeitar um pouco
Pra ficar do modo que você quis
Por favor, não se espante
Se lá já tiver alguém igual a você.
Pois de tanto querer-te ao meu lado
O eu, solitário:
Mais uma vez lá vem ela
Devastadora e sem pudor
Para ferir minha alma sem pena
Mostrando a verdadeira face
A face de quem lhe despertou amor
Seu pobre sorriso retrátil
Já mostrou que caiu na armadilha
A armadilha que provoca a dor
DOR: resultado da sua ação
De olhar no fundo daqueles olhos
E se despertar uma "falsa paixão".
Atrás daquele sorriso
Tem mais que só simpatia
Ele carrega a alegria
A qual você nunca haverá de ter.
Será que existe alguém que te complete?
Talvez esse alguém sorriu agora,
Talvez esse está na sua frente
Talvez seja demais para você.
Novamente, lá vou eu
Dar inicio a mais uma tristeza
Ciente estou com certeza
Que vou sofrer em vão.
Quero que acredite
No nas singelas minhas palavras
Minha sina é morrer na sozinho,
No escuro, no vazio,
No claustro, sozinho,
No sopro frio da solidão.
Carta para a saudade:
Não começo com saudações
Nem tampouco com gentilezas
Quero que saiba que sua ação
Me ferira com gravidade
Agora só ecoa um vazio
Preenchido por ti, oh saudade
Venho por meio desta
Saber o quanto me resta
Para quitar minha despesa
Antes que morra de aflição.
A distância e a morte
Espaços em que tu faz-se presente
Quem sabe tiro a grande sorte
E meu amor não mais se ausente.
Condenados a sua companhia
São agora incapazes de sorrir
Destes nem todos vão desistir
De novamente encontrar a alegria.
Tu tens um amigo:
Diga-me agora:
O que perturba a vossa alegria?
Mesmo que o motivo não se mostre
Quero que atropele sua angústia
E divida comigo sua agonia
Pois a angústia não mais me espanta
Não porque ajo com sabedoria
É porque transformo no que me encanta
Toda a dor que contive um dia.
Se amor é o que nos une
E a nossa emocional vulnerabilidade
O amargo da dor não é imune
Ao doce sabor da nossa amizade.
Quero se torne imortal
E inesquecível cada momento
Mesmo que se torne um mal
Nunca morrerá esse sentimento.
Carta de Bernardo:
Venho por meio desta
Dizer-lhe que estou bem
O que fizeram a mim
Não desejo para ninguém
Em vida, era apenas um peso a mais
Mas agora posso ter paz
Estou ao lado de minha rainha
Minha mãe, minha querida
Somente ela me compreende
E antes quem me compreendia.
Vó, estou a anos luz de distância
Peço a ti que não se entristeça
Sempre serei sua criança
Quero que meu amor lhe aqueça
Quero que me torne eterno
Em sua memória, em seu coração
Pois de ti me veio lembranças
Antes da rápida luz divina
Me tirar da dor, da escuridão.
Injustiçado, paguei pelo pecado
O pecado da ambição
Não quero ser mais um
Nem que morreu em vão
Faça justiça, condene a cobiça
Faça em meu nome
Só assim estarei em paz
Descasarei com paz no coração.
O amor e a nostalgia:
Por favor, não me incomode
Não me toque nesse momento
Quero faze-lo durar mais tempo
Essa alegre nostalgia me move
A distâncias sem me mexer
Se souber me diga agora
Como novamente posso ver
Viajar quilômetros de distância
De quando era uma pobre criança
Que muito feliz avia de ser.
Divida comigo seu passado
Porque sou parte do seu futuro
Quero amar e se amado
Quero viver-te cada em cada momento
Menos quando em meu estado puro
Pois nesse momento me ausento
Não para outro mundo
Mais sim para um outro tempo
No qual eu sera inocente
No qual sabia que tempos a frente
Te amaria em cada segundo.