Matheus de Lima Sampaio
Os indivíduos que estão por cima tem o dever ético de iluminar não apenas o próprio caminho, mas também o daqueles que, por se encontrarem nas profundezas, precisam de um farol ou ao menos uma lâmpada acesa.
Num mundo em que as pessoas compartilham tudo, de dores a amores, não tem sentido fazer sucesso sozinho.
A arte é feita para o público ver. Mas, por vezes, é o próprio público quem vira arte para, em seguida, ser visto por uma nova plateia. É assim, nessa relação entre o ver e o virar, que a arte e o público se transformam numa coisa só.
Vagueio devagar pelo vaguedo e, vagabundeando entre as vagas, divago vagamente sobre o quão vago é um mundo que impõe vagas no coração dos que vagueiam.
Em cada peça do beco me pego pensando na beca. Que vida é essa que me prega tanta peça? Bastou pecar uma vez para que tudo ecoasse a beça!
A escuridão, por mais intensa que seja, nunca é forte o bastante para apagar a centelha da esperança
Evanescência: efêmero momento em que tudo se esvai num mero sopro do tempo. O tempo, esse gigante que tudo devora, também conduz os mais variados sonhos e as mais profundas memórias.
Estrada para o interior:
A via que me leva leva ao passado é a mesma que projeta o futuro.
Aqui, compreendo a influência do caminho e sua relação com a jornada.
Percebo como os trajetos escolhidos se transformam no próprio destino que trilha a passagem para a próxima estada.
E, nesta esteira que se auto alimenta, já não sei mais separar a causa do efeito.
Afinal, sou eu que percorro a estrada ou é a estrada que transita em mim?
"O Brasil com toda a sua diversidade racial está completamente fraturado como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e sempre que possível se separam e se segregam". A afirmação acima foi feita por Brenton Tarrant, defensor da extrema-direita e autor do massacre da Nova Zelândia, mas poderia ser proferida por qualquer pessoa, independentemente da orientação política. Ela nos trás a reflexão sobre a necessidade de mudar o modo como lidamos com a diversidade de pensamento, substituindo o conflito pela debate, a violência pela empatia.
O que mais vejo na timeline são pessoas replicando posts que apenas sustentam um pensamento que já possuem, algumas vezes preconceituoso e geralmente com uma linguagem muito mais agressiva ou depreciativa do que utilizariam fora da máscara que usam nessa bolha chamada rede social.
Por sinal, sabem o que Columbine, Realengo, Oslo/Utøya, Suzano e Christchurch têm em comum? Em todos os casos os assassinos tinham fetiche por arma e defendiam discurso de ódio. Todos também eram fundamentalistas ou vítima de bullying.
Questiono se tomariam o mesmo caminho se tivessem vivido num ambiente de tolerância e respeito, em que o contato humano vale mais que a participação em grupos virtuais que se isolam para retroalimentar o próprio ponto de vista. Pode até ser que sim, mas parece-me que, quanto mais nos esforçarmos em ouvir e respeitar as diferenças, principalmente aquelas que estão ao nosso lado, menor será a chance de vermos algo do gênero se repetir.
Que tal fazer a sua parte e, só por hoje, tentar compreender, em vez de ofender o coleguinha ao lado? Lembre-se de que toda jornada começa com o primeiro passo e cabe a nós decidir se tomaremos o caminho da segregação ou o da união.
Quem somos nós? Somos uma excelente pergunta sem resposta. Somos um questionamento eterno, mas indecifrável.
A gestação salienta as curvas mais belas do amor. O ventre que carrega o fruto dá forma à barriga mais perfeita de toda uma vida.