Matheus Borella
Quando teu coração pensar e tua mente amar, saberás finalmente o poder do hoje e a ilusão do tempo.
Sofrer é essencialmente negar.
Não encontramos uma alma gêmea.
Encontramos a parte perdida de nossa própria alma.
Apaixonar é reconhecer parte de si mesmo em outrem.
É reencontrar o filho pródigo.
É por um momento sentir-se Um, completo.
Todos querem renascer, mas ninguém quer morrer.
Deixar morrer o velho homem é edificar nova morada em solo limpo.
É abrir a mão para poder tocar o universo.
É transcender o estar e morar no ser.
Seja como for, vá!
Segure nas mãos invisíveis porém firmes do destino e vá!
Mas vá correndo, corra!
Para que sua mente não te alcance e a razão não te ache nunca mais.
Corra e grite também, para que seus ouvidos não te ouçam e te traiam com falsas palavras sobre o futuro, incertezas e planos.
Se possível não leve nada contigo, você já possui o mapa, a veste e a bússola, use-as apenas.
Nunca as usou?
Não se preocupe, o caminho lhe ensinará.
Apenas vá! Corra!
Nunca se encaixe.
Se encaixar é colocar-se em uma caixa.
Mas tem quem procure se encaixar.
Não viva encaixado.
Não nascemos em caixas.
Não moramos em um planeta quadrado.
Estamos dentro de uma esfera.
A esfera foi feita para mover-se.
O movimento é parte de nós.
Nada em nos esta parado.
Tua respiração.
Teu coração.
Teu pensamento.
Ao se encaixar você será rei de sua caixa,
Mas súdito do tempo e do espaço.
O tempo é o pensamento do planeta.
É dentro dele que tudo se manifesta.
Cada instante é uma conexão, um reflexo.
E nós vivemos dentro de cada pensamento.
Nós somos conexões, sinapses, energia.
Cada atitude nossa é sentida pela Terra.
A morte, uma lembrança.
A vida, uma ideia.
O tempo, um espaço.
pouco importa quem amou
importa pouco quem amou
quem amou, importa pouco
amou pouco quem importa
quem pouco importa, amou
importa quem pouco amou
amou. pouco importa quem
E ela adormeceu enquanto eu ainda a segurava em meus braços
E o som do vento e pássaros, faziam do momento um presente
E o raio de sol a frente, esquentava o corpo de ambos
E a grama abaixo sustentava essa paixão
E o amor por tudo nos envolvia
E o tempo desaparecia.
O vazio ocupa a maioria do espaço.
O vazio que dá sentido ao espaço.
O sentido do copo está em seu vazio.
Não se ama mais com o coração.
O que sobrou foi um amor mental, racional, avaliador.
Cada um se basta com seu amor.
Um amor centrado em si.
Um amor estéril.
Um amor sem sentimento de amar, só pensamento, volátil.
Um amor que começa e termina na velocidade de um pensamento.
Um amor. Um só.
E nada mais.
Não há começo e não há fim.
Há apenas ilusão e inconsciência.
A inconsciência do todo nos faz cegos, limitados.
O tempo não é um recurso, não se pode "ter tempo".
Tempo não é estocável, um bem, não é plausível.
Não se pode ganhá-lo nem perdê-lo, apenas senti-lo.
O tempo é uma constante eterna (e interna), uma dimensão infinita da existência. Um plano de expressão do universo.
O que passa por ele; alegrias, erros, histórias, amores, conflitos, vidas, são expressões transitórias e efêmeras da mente de cada ser vivente, da cada usuário do tempo.
O tempo está para mente, assim como a arte está para o artista.
O tempo é sua obra.
Diante da liquidez das relações,
Sábio é quem faz de si um rio.
Deixa fluir tudo que corre em si,
Desvia das pedras, das montanhas,
Vai do alto ao baixo.
Quando seu céu chora, se enche.
Quando seu tempo seca, se conserva.
Depois que já fez seu caminho,
Nos irregulares planaltos do continente da vida,
Deságua já pequeno no vasto mar da eternidade.
Dissolvendo toda sua história no infinito.
E o ciclo se recomeça na completa neutralidade do mar.
Numa nuvem, a gota de chuva que era rio cai,
E como que por um milagre, renasce.
Por não suportar a própria companhia, o indivíduo adquire o infeliz hábito de andar sempre em grupo. Não só socialmente, mas seus pensamentos, ações e julgamentos não são oriundos do indivíduo, mas de um eu submerso na composição de visões outras que não as próprias.
No final do dia, foi levado, foi coagido foi vivido por tudo que não ele, pela dificuldade do indivíduo em lidar com suas emoções, pensamentos e sombras, sufoca-se nos emaranhados alheios, se perde, se machuca e se esquece.
Antes achava que o "pecado original" da humanidade foi quando se vendeu o primeiro pedaço de terra. Mas não.
O fundo do poço mesmo foi quando vendemos nossa saúde. Vendemos nosso tempo, cada hora, minuto e segundo são precificados. Vendemos nossa saúde para um plano. Um plano de morte, que nos planifica para um fim "tranquilo".
Um fim "saudável" e claro: rentável.
Quando vendemos nossa vida, compramos nossa morte.
Que erro, que ignorância.
Mas é normal, coisa de quem nunca nasceu antes, não é mesmo?
Todo mundo aqui só viveu uma vez. Vamos errar sempre.
Talvez errar é mesmo viver. Talvez viver é acertar errando.
A sabedoria em ser criança é ter em si a eterna novidade do mundo.
Se deparar que nasceras e se encantar novamente a cada novo sabor.
Ser em si mesmo os primeiros toques, cheiros e olhares sem preconceitos nem memória.
É abrir espaço em meio a tudo para que o nada faça seu lugar.
É dormir embaixo da mangueira, com sorriso no olhar até que o sol vire luar.
Sem medo de cantar nem saber o que é fraquejar.
Sentir a água do mar em seus pés e entrar sem saber quão fundo é o mar.