Mateus Teixi

A andorinha
coitada
errou o céu
e acertou a vidraça.

Eu e ela
sem teto
só tato.

Bem te vi
por ai
do peito amarelo.

A sombra da nuvem
se arrasta na praça
como quem foge
do sol que passa.

O sol revela as cores
por onde passas
por onde flores.

Houve uma época
que o tempo andava
não tinha asa.

Na entrelinha
da poesia
escrevi mais um dia.

A onça pintada
pintou o sete
na noitada.

A noite num soneto
o gato pardo
é preto.

Brincadeira de bola
passada na cola
bola de grude.

Sopro de vento
balanço vazio
rangidos.