Marta Horta de Sá - psicóloga forense
O PODER DO COMPROMISSO
Um conselho que dou a todo pai, é que ele tenha uma ocupação oficial. Um emprego, se não for empresário ou profissional liberal estabelecido. Não servem biscates, porque biscates não são compromissos, e o termo biscateiro é algo bastante pejorativo: o desempregado que faz uma coisinha aqui, outra ali, para não pegar mal, mas quando não quer ir ao trabalho, não vai. Se ele tem um emprego “fácil”, daqueles que ocupam poucos dias ou poucas horas de seus dias, não importa: ter o compromisso fixo desses dias e horários dá dignidade. É um emprego; um compromisso formal que ele podechamar de seu.
E se você é pai empresário ou profissional liberal estabelecido (tem seu escritório, sua clientela, sua rotina de trabalho...), ou até mesmo um trabalhador informal desses que chamam de ambulante ou camelô, não faça de sua função uma brincadeira, deixando a responsabilidade para terceiros e se enfurnando em casa enquanto os outros trabalham por você e sua clientela não sabe o que está acontecendo. Vá trabalhar, cumprir seus compromissos, ser homem sério, devidamente ocupado. Seja digno do conforto e do descanso no aconchego do lar, nas horas certas, exatamente por ser um trabalhador regular. Que trabalha, duro ou não, mas regularmente; é comprometido com um emprego, um negócio, uma causa, e não falta ao dever.
Este conselho não é exatamente pelo bem do pai. Nem mesmo da mãe, que no fundo gosta (ou pensa gostar) de ter o marido sempre à mão. A preocupação maior deste artigo é com o filho, que cedo ou tarde, perderá o respeito pelo modelo precário de homem que tem em casa. Perderá também pela mãe, que não se respeita e dá suporte a esse homem. E acreditem: ter um filho que não admira, e consequentemente não respeita os pais, é algo muito triste.Com promessa de consequências futuras drásticas.