Marta Biscoli

Encontrados 12 pensamentos de Marta Biscoli

LUTA INTERNA
Eu estava em guerra
Sim, em guerra comigo mesma
Enquanto aconselhava
Dizia palavras afáveis a quem precisava
Eu me martirizava!

Sim, de minha boca saia paz
Mas, meu ser estava a sofrer
Minhas palavras a outros salvava
Mas, a mim não conseguia socorrer

Enquanto ao outro eu mostrava a luz
Na escuridão me afundava
Via a guerra nos olhos dos outros
E para ele trocava o fel pelo mel
A eles, conseguia mostrar o céu
Mas, quem estava em guerra era eu.

POR DETRÁS DAS CORTINAS
E quando a noite cai
E se fecham as cortinas
Minha pureza se vai
E deixo então de ser menina

Por detrás das cortinas
Floresce a mulher que há em mim
E o que jamais pensei fazer na vida
Faço, se você está aqui

Nada consigo a ti negar
Se te vejo
Acendes meu desejo
E tenho pressa de amar!

MENINA ATREVIDA
Ela Finge não o observar
Faz tudo discretamente
Manda mensagem subliminar
Quer entrar em seu inconsciente...

Chega e senta devagar
Querendo não chamar atenção
Esbarra em sua mão
Uma desculpa para lhe falar...

Usa a artimanha da timidez
Com certo toque de mulher
Quando oportuno, usa a mudez
Fica no ar: O que essa menina quer?...

Com voz doce e jeitinho meigo
E curvas de mulher
Ela sabe bem o que quer
E acende nele o desejo...

Olha que esperta essa menina
Usa a diplomacia na vida
Mas quando se sente atraída
Sabe ser bem atrevida.

A VIDA ME ENSINOU
Hoje ouvi do tempo que a vida tem pressa
Que os dias não podem parar
Que mesmo que eu peça ou implore
O tempo não pode voltar
E que não importa o que eu faça
Nunca irei a todos agradar
Que às vezes meu coração
Não conseguirá seguir minha razão
A vida também me ensinou
Que ás vezes aquele que mais amou
Foi também o que mais sofreu
E mesmo assim se realizou
E que mesmo eu não querendo
Irei ver um grande amor sofrendo
E nada poderei fazer para impedir
A não ser segurar sua mão
E ao seu lado prosseguir.

A FADA MEDROSA
Perto de um bosque havia uma casa de sape
Onde vivia uma fada princesa
Que no lugar do nariz tinha uma cereja.

Certa noite a pequena fada
Foi ao poço buscar água
E logo avistou um gato
Que mugia feito gado

Foi tamanha estranheza
Que a pequena fada princesa
Pegou seu pote sem água
E correu para dentro da casa

Logo ao entrar apavorada
A princesa coitada
Tremendo feito uma vara
Gritou sua amiga arara

Que pela fresta da janela
O gato foram espiar
Logo gritaram pela mãe dela
Que em seguida apareceu na janela

A arara deu um pulo
Com o susto que levou
Disse: Olhem lá no muro!
Mostrando o gato que avistou

A mãe logo o reconheceu
Ah! Aquele é o gato Bartolomeu
Filho do saudoso Zaquel
E de Dona Chiquinha
A nossa vizinha

Olhe o que medo faz
Mais calma reconheceram o pobre rapaz!

Inserida por MartaBiscoli

METAMORFOSE
Um longo tempo fiquei num casulo
Tão só, tão triste...
Eram tantas dores
Tanta solidão!
Chegou um tempo
Em que meu corpo não cabia mais naquele pequeno mundo
Um aperto, quase me faltava o ar.
Eu precisava me libertar , respirar!
Quando me percebi no casulo
Um fio de luz reluziu lá de fora
Era apenas uma pequenina fresta
Precisei de coragem para lutar contra meu medo
Escancarei a pequena fresta
O medo do desconhecido era grande
Mas, pela fresta já aberta,
Aos poucos fui saindo
Corpo úmido, cansado, dolorido...
Já via a luz vinda lá de fora
Como era linda!
Era o brilho do sol, que com seu calor me secou
O peso se desfez, senti-me leve
Foi tamanha a surpresa: Percebi que tinha asas!
Agora poderia voar!
Ah! Como são lindas as minhas asas
Olhem! Posso voar linda, solta pelo ar...
Deu-se então a metamorfose
Deixei de ser uma insignificante lagarta
E tornei-me uma linda borboleta
Liberta das dores e da escuridão!
Eu, timidamente livre
Livre para voar
Para viver
Livre para o amor
Livre para sonhar! E você, o que te impede de sair do casulo?

LADO A LADO COM O AMOR
Não tenhas vergonha meu bem
Já sofri por amor também
Porque se desespera
Ela não te quer?
Ela não sabe o que está perdendo
Diga, quem é essa que te faz sofrer
Emocionado ele responde: É você!

Chegar aos trinta anos

Quando se chega aos trinta anos
Você vê que amadureceu
Quando percebe que seu receio
Aos trinta não aconteceu
E que o medo da casa dos trinta
Era bobagem e preocupação tola
E ao invés de ser gatinha
Agora quer mais é ser uma loba
Mesmo sendo mulher madura
Seu lado menina não deixa morrer
Percebe que a força interna
É o que te faz rejuvenescer
É assumir que ama poesia
Marisa Monte, Roberto Carlos e Peninha
É não se importar com o que pensarão de você
Chegar aos trinta é então perceber
Que cada fase tem seus encantos, sua magia
É querer chegar aos quarenta ou cem anos
Sendo a mulher mais feliz dessa vida.

Inserida por MartaBiscoli

ONDE ESTOU?
Olho-me no espelho
E não me reconheço
Onde foi que me perdi?

Inserida por MartaBiscoli

ABANDONO...
Recordo o tempo perdido,
momentos que deixei passar,
e até esqueço os bons vividos,
pela ânsia de me lamentar...

Sinto falta do que não vivi,
e assim, minha vida se esvai,
quando me dou conta estou aqui,
outra vez entregue aos meus ais...

A companhia que tanto busquei,
nos amigos, trabalho e amores,
era uma felicidade que idealizei,
pra justificar meus temores...

Neles nunca me saciei,
pois a solidão estava em mim
fui eu que me abandonei,
eu parti, e nem percebi!

POR MEDO DE VIVER...
Pisava com medo meus passos,
eles eram como areia movediça,
E sem olhar para os lados,
fui temendo a vida...

O que via era um futuro,
com todas suas incertezas,
e assim, com medo de tudo,
fui me envolvendo em uma teia....

Amarrada ao medo, paralisei,
decidi não mais andar,
e quando reparei,
havia deixado de sonhar...

Quando na escuridão caminhei,
meus passos não pude ver,
não vi as pegadas que deixei,
eu só queria sobreviver...

Quando no passado olhei,
percebi que não fui amada,
e que mesmo sozinha, até ali cheguei,
não mais me fiz de coitada....

Pisei firme o chão,
busquei forças dentro de mim,
foi ai que meu coração,
Voltou a sorrir!

A VIAGEM
Na estação do viver,
tu reparas que o tempo passou,
quando se vê já uma mulher,
então percebes que o tempo voou....

Numa parada qualquer,
se pergunta : Onde estou?
tentando entender,
que rumo a vida levou...

Perdida em meio as responsabilidades,
percebe que a sua meninice,
se perdeu durante a viagem,
e já avistas a velhice...

Olhas pra trás, e não enxergas quase nada,
Escuta somente ecos desconhecidos,
Mas sabe que o que deixastes para trás
não ficou totalmente perdido...

Em meio ao vulto do passado,
enxergas gestos de ternura,
que por ti fora vivenciado,
amenizando sua vida dura...

Percebes que a viagem foi curta,
que o trem da vida estava a todo vapor,
Mas, que mesmo com toda sua luta,
Conseguistes viver o amor...

Já em sua velhice,
percebe que as flores hoje colhidas,
que enfeitam sua planície,
foram por ti semeadas ao longo da vida...

Enfim, percebes o trem parar,
em sua última estação,
tens que desembarcar,
sem nada nas mãos...

Isso já não importa pra ti,
pois todo o amor que viveu,
carregas dentro de si,
foi só o que realmente te pertenceu!