Marjila Agostini
Vou mudar. Nem que isso demore um século. Vou mudar, não pelas pessoas, mas sim por mim. Por estar cansada de ser pisada, de ser o problema. De uma vez por todas vou me tornar a solução!
Quem diria! Aquela história de príncipe encantado existe mesmo! Mas não, a verdadeira realidade não é tão perfeita quanto aquela que se imaginava nos contos de fadas. O príncipe vem, mas não a cavalo, ele pode estar bem vestido e cheiroso. Pode acontecer um lindo casamento também. Acontece que o amor não é um conto assim tão perfeito, mas tem lá muitas belezas, e com uma imaginação fértil, pode ser sim um conto de fadas, princesas, como preferir.
Sou quieta, observadora. Demonstro só quando é preciso. Ninguém percebe, que na verdade tenho uma mente inquieta, sonhadora, que grita, que quer fazer loucuras. Eu me contenho, por que na verdade, não quero espalhar a minha felicidade, e muito menos encenar a minha tristeza.
Já quis dizer tanta coisa, quis escrever textos longos. Quis usar palavras mais rudes em um momento de raiva. Quis gritar, quis xingar. Mas sabe, nada disso me convém. Preferi me calar, e deixar que o tempo castigasse, resolvesse.
Sou quem eu quero ser. Sou quem eu preciso ser para estar de bem comigo. Sou do meu jeito. Eu não preciso agradar ninguém, as pessoas é que precisam me aceitar.
Já sentiu vontade de fugir? Claro, muitas vezes! Fugir de tudo, de todos. Fugir da realidade. Fugir de tudo aquilo que machuca, que estressa. Fugir. Sem destino, só fugir.
Me disseram: O tempo cura! Eu acreditei. É verdade, o tempo cicatrizava as feridas. Mas demorou, enquanto esperava pela cura, a saudade e as lembranças vinham a tona.
Eu não queria dizer, mas disse, escapou, enfim, eu disse porque estava na ponta da língua e... não posso mais me enganar, eu amo esse teu sorriso bobo, e posso gritar ao mundo!
Apaixone-se! Mas apaixone-se muito! Apaixone-se pelo reflexo no espelho, apaixone-se por pequenas coisas, por grandes coisas. Procure paixão. Ache paixão. E logo não precisará mais de um alguém que retribua esse sentimento.
Estive tão só até te encontrar. Estive tão triste que ultimamente tudo é motivo de riso. Voltei para o mundo, me encontrei. Você trouxe luz e a acendeu em meio a escuridão que existia em mim. É tão bom te ter.
Quer dizer então, que o padrão da sociedade é ter um corpo escultural? Ok, mas e aonde fica a inteligência? O caráter? A personalidade? Medíocre! Assim se chama este maldito estereótipo!
Recomeçar! Acho que essa é a palavra certa. Quando tudo estiver ruim, dando errado, é hora de recomeçar. Fazer diferente. Consertar. Talvez o maior erro das pessoas seja se omitir.
Veja, sou como a água, transbordo, sim, tempestades me fortalecem. Mas veja, também sou quente, como o fogo, posso ser um perigo. Ainda que pareça com o ar, leve. E ás vezes seja inflexível, imaleável como a terra. Eu sou várias forças lutando entre si.
Comecei mudando os meus pensamentos, as minhas ideias. Comecei renovando a minha mente. Depois eu segui por caminhos diferentes. Fiz coisas diferentes. No começo eu não sabia bem se podia mudar a minha rotina assim, da noite pro dia. Mas eu fiz. E foi bem feito. Mudei.
Por mais que seja burrice, ou até mesmo chamem de egoísmo, ás vezes eu me sinto melhor sozinha. Me sinto melhor comigo mesma. Porque as pessoas não medem esforço pra me machucar, elas nem se importam.
Sabe o meu coração? É, ele não é feito de papel. Ele é vidro. Frágil, e se quebrar, dificilmente dá pra consertar. Mas o vidro, ele é blindado, porque eu aguento e já aguentei muita coisa.
Quer um conselho? Cuidado comigo! Tenho esse rostinho meigo, sou certamente a simpatia em pessoa, mas não provoque o meu lado ruim. Porque eu posso ser ruim, eu posso ser péssima!
Eu me coloco em cenas de filmes. Ás vezes imaginando um final feliz, outras, superando a maldade alheia.
Não tenho maldade nenhuma, meu coração não guarda rancores,
algumas mágoas somente, mas isso é normal não é? Tenho a mente tranquila!
Fiquei calada, deixei que caíssem algumas lágrimas, até mesmo porque ninguém é de ferro. Mas eu fechei os olhos e tentei superar, tentei esquecer, como se eu fosse mais forte que aquilo...
Eu não abri mão totalmente da minha infância, e na verdade nunca abrirei. Tem uma pureza e uma simplicidade na infância que eu espero manter para a vida toda. Belo é ver que mesmo beirando o fim da vida, algumas pessoas são capazes de sorrir e de valorizar pequenas coisas na vida.
Quem disse que eu me importei? Eu já deixei, a muito tempo, de valorizar coisas bobas que as pessoas falam e fazem somente para nos abalar. Eu deixei que voassem, que aquelas palavras e atitudes que estavam a ponto de me torturar voassem como um pássaro, pra longe de mim...