Marize Fonseca
Mas, no final, quando você toma um rumo diferente, todo o horizonte do cenário anterior se torna mais claro e distinguível. É mais fácil entender tudo quando você já está de costas, seguindo em frente e olhando para trás, para a cena que agora é apenas uma lembrança, e sentindo todo o leque de emoções que ela instiga, a maioria delas bem menos intensa do que antes. E nessa hora todos os propósitos parecem ser auto explicativos.
Existem pessoas que têm o dom de despertar o que há de ruim em nós, que geralmente fica lá adormecido, em stand by. Eu não tenho mais o menor interesse em me deixar dominar por monstros interiores, porque eram protagonistas da minha infelicidade: sempre apareciam para tornar as coisas ainda piores, quando eu achava que eu não podia estragar mais.
É apenas a imagem que fazemos de alguém e que demora a se desfazer pelo valor afetivo que nos conquistou um dia. Mas eu sempre procuro me lembrar de que a realidade é mutável, que a mesma já deixou de ser bonita como nas fotografias preferidas.
As pessoas tendem a se agarrar ao último resquício de bondade, especialmente quando se trata de alguém que a gente gosta. É apenas a imagem que fazemos de alguém e que demora a se desfazer pelo valor afetivo que nos conquistou um dia. Mas eu sempre procuro me lembrar de que a realidade é mutável, que a mesma já deixou de ser bonita como nas fotografias preferidas.
O que as pessoas serão pelo resto dos dias não tem nada a ver com "sempre". Na verdade, o "sempre" possui mais parte no presente do que um significado puramente cronológico.
A gente nunca esquece o que as pessoas nos fizeram sentir, especialmente quando já temos pulmões esgotados de tentar aspirar por doçura, enquanto a vida parece te despejar, com um funil, uma legião de maus momentos.