Marivaldo Pereira Souza (mperza)

Encontrados 10 pensamentos de Marivaldo Pereira Souza (mperza)

Dentro de mim

Dentro de mim há um desejo matemático,
Que habita como um ser inquieto.

Ah! Se eu tivesse que pintar algo desse desejo,
Seria o teu corpo em movimento,
Deitado,
De frente,
Em verso.
Pintaria suas cores,
Suas curvas, por cada ângulo,
Pintaria as retas,
Os suaves volumes matemáticos,
Da forma como viestes a este mundo.

No seguir horizontal e vertical,
Admirando o início,
Me perdendo pelo infinito.

Oh! Adorável escalada matemática.
Que para trilhar por estes caminhos molhados e escorregadios,
Morou dentro de mim,
Esta vontade secreta,
Intensa e fantástica.


Que pecado!
Foi-se embora minha pintura,
Pelo lindo bailar dos teus passos,
Deixando este ser inquieto,
Cada vez mais apaixonado.

Marivaldo Pereira Souza (mperza)

Inserida por Marivaldopereira

Chego já!

Lí por aí,
Que o seu sorriso,
Foi o motivo para eu ser melhor.

Escutei por aí,
Que a sua presença, sabiamente,
É quem acalma a minha alma,
Nos momentos bons e ruins.

Falei por aí
Que sinto saudade de te ouvi,
Saudade do teu andar delicado,
Saudade de te observar.

Como seria bom menina, ouvir de você:
Espere por mim que chego já!

Marivaldo Pereira Souza (mperza)

Inserida por Marivaldopereira

Como um pequeno felino querendo carinho
Com um olhar relâmpago eu a vi,
E você, carinhosamente sorriu.
Foi um ingrediente natural,
Pra eu me aproximar,
Pra eu me sentir preso.
Preso em um espaço onde posso andar, correr e voar.
Mas, me sinto preso neste círculo,
Preso pala delicadeza de sua voz,
Pelo magnetismo deste meigo olhar.
Mesmo quando você desaparece,
Não me causa arrependimentos
Não sinto medo.
Quero sempre mais estar preso em tuas frases,
Teu calor, teu olhar.
Vou sempre atrás, como um animal pequeno querendo carinho,
Querendo amar.


Mperza Marivaldo Pereira Souza

Inserida por Marivaldopereira

Bruto,
Assim é o meu humor.
Como a longa caminhada,
Por caminhos sem destinos;
Como o sal do suor,
Chovendo em meus lábios;
Como a sede d’agua,
Sem poço mineral;
Como o calor infernal,
Sempre escaldante,
Sem o alívio do frio rio;
Como a brava fome,
Sem o doce dos araçás;
Como a primavera sem flor,
Como a solidão na insônia noturna,
Assim é o meu humor.
Cinzento!
Marivaldo Pereira Souza Mperza

Inserida por Marivaldopereira

Eu, Você, a vastidão do Cerrado
Por aqui,
Eu quero o doce do fruto,
Eu quero o cheiro do mato,
As cores das flores,
Eu quero o barulho dos ventos,
Os cantos dos pássaros,
A paz corrente nas águas.

Neste Cerrado,
Quando eu passar
Por estes vastos caminhos,
Passarei em breve passagem,
Deixarei raízes,
Seguirei grato,
E por esta terra
Encantado.

Deixarei para você,
O conforto do meu abraço;
Pois o que é sagrado
Deve a todos
Ser com amor ofertado.

Marivaldo Pereira Souza (Mperza)

Inserida por Marivaldopereira

Na mata não tinha flor
Tinha o ronco do motor serra
Passarinhos indo embora
Em busca de novas florestas
O que antes era verde
Um cinza se tornou

Na fonte que jorrava água
Riacho límpido secou
A Jaguatirica partiu
Caminho de pedregulho se formou
A bruta ignorância do homem
À terra Desertificou

Agora vem um estranho
Dizendo ter a salvação
Pois é um ilustre doutor
Um notório conhecedor
Do sistema ambiental

De joelhos eu pergunto
Meu senhor,
Meu senhor
Para esta mata atlântica
Este bioma em dor
Onde mora o salvador?

Marivaldo Pereira Souza Mperza

Inserida por Marivaldopereira

⁠ Terremoto mental do medo

Você sabe o quero dizer?
Se ocorresse agora um forte terremoto
E você estivesse deitado na cobertura do prédio
Olhando para o iluminado céu estrelado...
Sentiria o pico do medo?
Derramaria lágrimas como orvalho
Ou clamaria para o sagrado
Para curar a sua fobia?
Desejaria um novo amanhecer
Clamaria para ver a mamis
Ou para ouvir novamente
O canto dos pássaros
Na beira do rio?
O que você faria
Com esta desagradável angústia?
Desejaria o direito por um novo dia
Para ter seus desejos hostis
De viver agradáveis amores doentios?
Desejaria
Sentir-se vivo
Em liberdade
Ousando na criatividade
Como os voos dos sábios?
Se tudo ao seu redor tremesse fortemente
O que você faria para não se perder
No universo mental do medo
Sentindo-se desamparado?
Lutaria bravamente para vencer o caos ou
Morreria sentindo o medo do fracasso?
Marivaldo Pereira Souza Mperza

Inserida por Marivaldopereira

⁠Minha mãe terra
Eu planto em teu chão
Para colher o verde
Para colher do doce do mel
Para sentir o cheiro do açafrão
Que exala no tempero da panela
Meu suor rega o plantio
Do hortelã
Do Alecrim
Do manjericão
Do feijão guandu
Como a chuva faz com o rio
Meus sonhos surgem como ventos
Sonho dormindo
Na cama quente,
Sonho acordado
Semeando girassóis
Pelo árduo caminho do destino no campo
Mãe terra
Esperança sagrada
Divina habitação da atmosfera
Planeta que luz irradia
Universo em que tudo se transforma
Sob seu manto de flora
Soam lamentos de vidas
Do Homem, do bicho, do Sanhaço da Serra.
Marivaldo Pereira Souza Mperza

Inserida por Marivaldopereira

⁠Fugindo da rotina
Se tudo está numa rotina chata
Pego minha bicicleta e rumo às estradas
Sigo pelo caminho mais difícil
Conversando mental com a solidão
Pedalo falando sozinho
Fugindo da mesmice da cidade
Em busca das ladeiras
Da incerteza das descidas
Sem medo das quedas
Encantado com o longínquo dos montes
Sol forte queimando a pele
Suor salgando os olhos
Surge a chuva intensa
A lama na cara é uma constante
Quando chega a um riacho
Lava-se a alma com o frescor d’agua
A sombra da mata é linda
Acalma o homem
Que se deita sobre as folhas secas
O desafio é intenso na distância
A boca seca de sede
A barriga ronca de fome
As pernas sentem a fraqueza
O gostoso é saber que tudo vale a pena
Quando o homem respeita a natureza.

Marivaldo Pereira Souza Mperza

Inserida por Marivaldopereira

⁠Ao piscar da luz matutina
Nasceu Delcina
Uma flor menina
Criança curiosa
Traquina como uma felina
Quebrando regras da natureza.
Mas foi crescendo com o tempo
Perdendo às pressas a inocência
Numa façanha para sobreviver
Ao frio noturno
E a crueldade da fome
Aprendendo a lutar desde a infância
Para conquistar cada sonho.
Sendo o primeiro da lista
Sepultar a pobreza de sua rotina.
Com a força divina foi plantar
Com coragem tratar e colher
Suar rotineira na labuta
Buscar a água na fonte
Lascar a lenha para a fogueira
E na canseira da noite
Assar a caça para o jantar.
Como uma peregrina sofreu
Na cabruca da mata selvagem
Machucada padeceu
Debruçada de joelhos
Fervorosa rezou ao céu
Ele imediatamente a ouviu.
Descobriu que o amar
Vive em sua doce alma como um dom.
Conheceu um certo moço
Brotou um forte sentimento feminino
Amou intensamente o cheiro daquele homem
A flor desabrochou em desejos
Tornou-se mulher
Como uma cápsula expelindo sementes
Vivenciou a maternidade
Uma contemplação de mãe
Nesta grande mudança humana.
Na vida em ampla liberdade
Delcina descobriu o símbolo de sua sina
Amar como mãe, perpetuamente
Numa realização ideológica feminina.
Marivaldo Pereira Mperza

Inserida por Marivaldopereira