Marisa Martins in Remoinho de Emoções 2009
Estou sempre a crescer e parece que à medida que vou crescendo e amadurecendo me vou apercebendo de que são feitas muitas pessoas, ou que afinal existem pessoas feitas de nada.
Nem todos funcionamos da mesma maneira, assim como uns são mais racionais, outros mais emocionais. Já se sabe de que lado me encontro. As pessoas racionais são mais prudentes e precavidas, conseguem reflectir sempre antes de agir, são mais comedidas, conduzem a sua vida e imagem de forma cautelosa. E conseguem assim que um ou outro estado de demência ou loucura não seja desvendado e desmascarado perante a sociedade. Logo aos olhos dessa mesma sociedade são declaradas pessoas mais ajuizadas.
As pessoas em que a balança tende para o lado emocional, são impetuosas, mais velozes nas suas acções, muito mais descuidadas na forma como gerem as suas emoções, exaltam-se com o mundo e para o mundo. E conseguem com isso que o mundo as julgue e apelide de altivas ou descontroladas, porque declaram ao mundo um pouco de ousadia e orgulho.
Eu tenho quase nada de racional, por vezes até me sinto num mundo um pouco platónico, e a minha sanidade mental é automaticamente sentenciada e apontada.
Não sei se admiro essas pessoas detentoras de uma lucidez majestosa e ilustre. Talvez admire. Provavelmente são essas as pessoas que menos sofrem. Mas por outro lado essa lucidez tão invejável aos olhos da sociedade não as deixa errar tão facilmente, logo a meu entender, não as deixa aprender tanto como as pessoas menos lúcidas. Afinal são os erros a fonte de grandes lições.