Mario Vargas Llosa

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O esquartejamento da humanidade em blocos rigidamente diferenciados - como em ser negro, muçulmano, cristão, branco, budista, judeu etc - é perigoso porque estimula o fanatismo dos que se consideram superiores.

Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias.

Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos.

Diferentemente do comunismo, um mito capaz de seduzir muita gente com seu sonho igualitarista, o fundamentalismo religioso islâmico, hoje o principal adversário da civilização, só pode convencer os já convencidos.

Que melhor demonstração de que não há nem houve nem nunca haverá "países felizes"? A felicidade não é coletiva, mas individual e privada — o que faz feliz uma pessoa pode fazer infelizes muitas outras, e vice-versa — e a história recente está infestada de exemplos que demonstram que todas as tentativas de criar sociedades felizes — trazendo o paraíso à Terra — criaram verdadeiros infernos. Os Governos devem estabelecer como objetivo assegurar a liberdade e a justiça, a educação e a saúde, criar igualdade de oportunidades, mobilidade social, reduzir ao mínimo a corrupção, mas não se imiscuir em temas como a felicidade, a vocação, o amor, a salvação e as crenças, que pertencem à esfera privada e nos quais se manifesta a feliz diversidade humana. Esta deve ser respeitada, porque toda tentativa de regulamentá-la sempre foi fonte de infortúnio e frustração.

As pessoas abrem um jornal, vão ao cinema, ligam a tevê ou compram um livro para se entreter, no sentido mais ligeiro da palavra, não para martirizar o cérebro com preocupações, problemas, dúvidas.

A incerteza é uma margarida cujas pétalas nunca acabam de desfolhar.

Inserida por pensador

Escreve-se para preencher vazios, para fazer separações contra a realidade, contra as circunstâncias.

A literatura não é algo que nos faça felizes, mas ajuda-nos a defendermo-nos da infelicidade.

Você não pode lutar consigo mesmo, pois essa batalha tem apenas um perdedor.

Os escritores são os exorcistas de seus próprios demônios.

Algo anda mal na cultura de um país se os seus artistas, em lugar de se proporem mudar o mundo e revolucionar a vida, se empenham em alcançar proteção e subsídios do governo.

No embrião de todos os romances, bule uma inconformidade, late um desejo.

A memória é uma armadilha, pura e simples, que altera, e subtilmente reorganiza o passado, de forma a se encaixar no presente.

⁠Na civilização do espetáculo, o cômico é rei.

Mario Vargas Llosa
A civilização do espetáculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por Jacksondirceu

⁠Aprendi a ler aos cinco anos (...) Foi a coisa mais importante da minha vida.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Pude dedicar boa parte do meu tempo a essa paixão, vício e maravilha que é escrever, criar uma vida paralela onde nos refugiamos contra a adversidade, que torna natural o extraordinário e o extraordinário natural, que dissipa o caos, embeleza o feio, eterniza o instante e torna a morte um espetáculo passageiro.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Vale a pena viver, nem que seja só porque sem a vida não poderíamos ler nem fantasiar histórias.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Seríamos piores do que somos sem os bons livros que lemos, mais conformistas, menos inquietos e insubmissos, e o espírito crítico, o motor do progresso, nem sequer existiria.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Ler é protestar contra as insuficiências da vida.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠Inventamos as ficções para podermos viver de, alguma maneira, as muitas vidas que queríamos ter, quando apenas dispomos de uma só.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠A boa literatura cria pontes entre pessoas diferentes, fazendo-nos gozar, sofrer ou nos surpreendermos, nos une sobre as barreiras das línguas, crenças, usos, costumes e preconceitos que nos separam.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠A literatura cria uma fraternidade dentro da diversidade humana e apaga as fronteiras que erguem entre os homens e mulheres a ignorância, as ideologias, as religiões, os idiomas e a estupidez.

Mario Vargas Llosa

Nota: Trecho de discurso de vitória do prêmio Nobel de Literatura, em 2010.

Inserida por pensador

⁠A vocação literária nasce do desacordo de um homem com o mundo, da intuição de deficiências, vazios e impurezas ao seu redor. A literatura é uma forma de insurreição permanente e ela não admite camisas de força.

Mario Vargas Llosa
Salazar, Juan Carlos Pérez. Morre Vargas Llosa, prêmio Nobel e último gigante da geração dourada da literatura latino-americana. BBC News Brasil, 13 abr. 2025.
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Inserida por pensador

⁠O escritor não escolhe seus temas: é escolhido por eles.

Mario Vargas Llosa
Cartas a um jovem escritor (2006).
Inserida por pensador