Mário Nhardes

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Eu, o vento, que sou calmo e violento, sou vendaval e brisa que a mercê da vida, às vezes sou conforto, às vezes incômodo. Às vezes paz, às vezes caos.

Eu, o vento, que sou incolor e frio, sou calor e sangue, que a mercê da vida, às vezes sou dor, às vezes rotina. As vezes sou morte, às vezes vida.

Eu, o vento, que sou órfão e só, sou carinho e carente, que a mercê da vida, às vezes sou colheita, às vezes plantio. Às vezes sou notado, às vezes esquecido.

Eu, o vento, que sou força e anemia, sou opressor e vítima, que a mercê da vida, às vezes sou vento, simplesmente.

A mulher é uma incógnita,
Um monumento à dúvida.
Num dia é linda,
No outro, mais ainda.

A mulher é brisa,
É perfume de flor,
É viço da vida,
Doce do mundo.

A mulher é notícia boa,
É colírio, deslumbramento.
É desejo esculpido, poesia.
A mulher é linda, sempre.

O que faz o céu ser mais azul?
O sol brilhar mais forte?
O canto dos pássaros mais lindo?
A brisa mais refrescante?

O que faz os problemas menores?
O perfume mais doce?
Os pensamentos melhores?
A tristeza ir embora?

O que faz meu sorriso maior?
Meus sonhos mais intensos?
Meu humor inabalável?
Minha felicidade sem fim?

O que faz meus dias mais curtos?
Meu trabalho mais alegre?
Meus amigos mais felizes?
Minha saudade maior?

O que faz esse vulcão em mim?
Esse choro de alegria?
Essa paz e harmonia?
Minha vida mais feliz?

O amor a tudo no mundo,
Aos presentes dos dias,
Mas, antes de tudo,
O amor que sinto por ti.

Um toque
Com o dedo
Logo, logo
Alguém atende
de

se
diz
alô
E daqui
Responde-se:
– Sou eu,
O teu amor.