Mário Galangunga
Ser amado é prazeroso
Amar é imprazeroso
É tudo um paradoxo
Às pessoas o querem
Mas de amor não se vestem
É o ego e não nós
Que se compraza
Com a miragem da verdade
Pois, a ele somente importa
Alimentar sua vontade
...
### Alma Silenciosa
Penso mais do que faço,
Escrevo mais do que falo.
Amo mais do que sou amado,
Ouço mais do que sou ouvido,
Silencio-me mais do que grito.
Sou mais conquistado do que conquisto,
Observo mais do que me observam.
Sou mais atencioso do que me percebem,
Sorrio mais do que me entristeço,
Irrito-me mais do que é natural,
Compreendo mais do que sou compreendido.
Talvez ajude mais do que sou ajudado.
Entre ser e ter,
Entre dar e receber,
Sou aquele que do pouco baralho é dado.
Mas creio que, na mesma proporção:
Vivo, corro, sou aquilo que Deus é em mim.
Com superioridade em alguns degraus,
E imerso em inferioridade noutros.
Não posso fugir, nem vestir-me
Daquilo que está ausente de minha natureza.
Ainda que eu tente, o tempo ditará
Quem sou.
Pois o ter é vulnerável ao tempo,
Nada do que se tem é para sempre.
Mas pode a verdadeira essência de Ser
Ser intemporal.
O que se é, não pode fugir de nós.
Ou se é, ou nunca se foi,
Enquanto o que se tem pode não se ter amanhã.
Alma, solitária a minha!?
Talvez, mas eu sei que vivo.
Corro, caminho, me relaciono, sorrio,
E sou dentro das proporções que Deus,
O supremo, fez e faz de mim.
Não posso ser superior nem inferior,
Minha medida, minha vastidão,
Que até eu mesmo desconheço,
Estão guardados na sapiência de Deus.
Afinal, não me conheço ao todo!
Pois isto exige mais do que experiência,
Envolve um grau profundo de sabedoria.
** 07.06.2024**
A dor é para os vivos.
Falhas e quedas também o são.
Bem como mergulhar em choros e sorrisos. Precisamos estar vivos para compreender a complexidade e os lados opostos dos sentimentos.
Há sentimentos que o tempo não congela, e há também sentimentos que nascem com o passar do tempo, assim como aurora no horizonte se abrindo como uma nova primavera. Portanto não te surpreendas se amanhã meus olhos brilharem para as margaridas que hoje não contemplo seu perfume.