Mario Feitosa
"São os Dezembros os reais motores da vida humana, já que as festas tanto engordam alegrias quanto famílias"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"Não há nenhum inocente aqui que possa vir a ser salvo: somos todos diabos."
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"[...] é muito raro encontrar justo o qual não tema a voz rouca da consciência tanto quanto a morte"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"[...] aquele que apieda-se do desvalido, por obrigação, herda seus problemas"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"[...] quem escreve as leis senão alguns poucos que, provavelmente, beneficiam-se delas?"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"Alguns sonetos não aceitam remendos — e, de toda forma, os que aceitam assumem-se lixo"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"[...] quem cega mais que o ódio, distorcendo as lentes dos olhos, fabricando realidade paralela?"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"A coragem não é das drogas de efeito mais durável. Talvez por isso sejam tão custosos os momentos mais longos quando dela precisamos."
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"Pessoas boas fazem, sim, coisas ruins por motivos particularmente bons. Mas quem aposta às cegas?"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"Não há nada mais maravilhoso que o som de risadas cortando o vento…"
(trecho de "O Conde de Santo Amaro")
"[...] não pode haver silêncios quando há muito a regurgitar. Pouco importa justiça ou dignidade. Mais tarde, se for o caso, que venha o remorso"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"[...] quando alguém nos encara com muito fervor, as moléculas do ar se aquecem. Nessas horas, é totalmente possível notar que nos olham. Sabemos, inclusive, pelo raio de temperatura diferente, de qual direção vem o tiro"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"Diz-se que a vida é feita de oportunidades. E que nenhum raio cai duas vezes no mesmo lugar. Sem isca, como pegar peixe?"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"As injeções de psicotrópicos com as quais o coração inunda a mente, quando se está apaixonado. A burrice. O abandono da lógica, da coerência. O desejo de pular de um penhasco se, lá embaixo, estiver o ser desejado. As borboletas…"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"[...] o tempo não é métrica, pois totalmente subjetivo e sem base de comparação. Passa distinto para cada um, como já disse outras vezes, por aí"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"Diversão é, na reta matemática, infinitamente superior aos estudos. Não o tempo todo. Isso é óbvio. Todavia, sim, nas noites de sábado"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"Aliás, fácil é dizer 'não' a pedidos. Difícil é dizê-lo aos destemperos robustos da carne e do vício, pois paixão e doença são, no justo juízo, exata mesma coisa"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"[...] quando o diabo fala doce, a tentação torna-se irresistível"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"[...] amizade é coisa rara. Não ocorre nem bem entre os que saíram do mesmo ventre. Como seria quando nem conhecer direito se conhecem?"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
" O amor [...] não promete grandes coisas. Mas, cuidado, mesmo a piedade entrega. Cuidar de quem se ama é, na régua das obrigações, o zero do zero"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
" Na aritmética da vida, diferentemente daquela que, a tão poucos faz algum sentido, um com mais um dá três. Ou quatro. Quem é que sabe?"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"[...] não há nem mal que dure para sempre nem felicidade que não desça, como todo líquido, pelos furos do ralo"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")
"Num lar, em resumo, dinheiro vale muito menos que querer. Pergunte-se aos desgraçados quão felizes são. E questionem ao homem de borracha, aquele alto, pálido e plastificado, que aparece na tevê, o que acha da esposa. Na casa deles, nada falta. Mas são felizes?"
(trecho de "Parece Dezembro: romance inspirado nos versos de Chico Buarque")