Marília Martins

Eu não entendo que tipo de magia é essa que nos une e ao mesmo tempo nos separa.

É incrível o poder que tem sobre mim, e o efeito que causa ao simples toque em minha pele. Meus nervos entram em conflito e minha consciência se confunde. A respiração simplesmente para e os meus sentidos.. ah eles se perdem, e novamente estou rendida e presa.

Só não entendo por que é tão difícil assim, por algo que tanto se quer, mas nunca poderá se ter. Duas vidas desviadas pelo acaso, destinadas a um único final, que tão esperado, aguardo, em silêncio. Você foi o que eu mais amei e vai ser assim, pra sempre.

Por que você ainda está aqui? Preciso respirar um ar limpo, sem você. Se quer distância, vá você primeiro pra bem longe, onde eu não possa te ver, te sentir, nem te querer. De preferência suma até que meu coração nao me machuque mais. Aí sim, você pode voltar mas nao ouse me chamar de amor.

Se não for nessa vida, espero que então haja outras. Tenho tanto amor guardado pra você. Me explica então, por que tremo e todas esses compassos do meu coração? Se não for seu o que guardo aqui, que o verdadeiro dono venha buscar.

É um amor solitário que vive cansado de ser maltrado e jogado de lado por ser impossível. Amor que eu nao pedi pra sentir,e nem pra existir. Amor involuntário, que vira e mexe dá um sinal de vida. Amor chatiado por nao ter ao seu lado o que mais se precisa apenas para, deixar de existir e começar a viver.

A lua me faz lembrar você, cadê que tao longe nao posso ter?

..Por que tinha que ser assim, eu era mais feliz quando não o conhecia. Quero mentir pra quem? Eu era mais feliz quando o tinha. Só meu.

Eu tento entender por que não estamos juntos. Eu sei que a gente se ama. A única diferença é que você sabe segurar o que eu deixo cair.

E ao me deitar penso em você. Não sabe o quanto fica lindo ao meu lado.

Eu só queria te contar que eu já não preciso mais de você. Eu só queria te contar que eu aprendi a mentir com você.

Supondo que eu seja um quebra-cabeça. Passei minha vida inteira juntando cacos, ou tentando encaixar cada peça pra no mínimo me consolar de que tudo vai se juntar. Mas no fim de tudo isso, de todos os encaixes e descartes me falta um pedaço. Um buraco, um furo, uma fenda. Que fica imcompleto, vazio e que me machuca. Esse pedaço que me falta é você. É não ter você. É só isso que me falta.

O que mais me dói não é só saber que estamos separados. E sim, lembrar dos verbos que antes conjugados no plural, hoje não passam da primeira ou da segunda pessoa do singular.

Sabe todo aquele amor que eu tinha por você? Com todo esse tempo, que você teve para “pensar” se eu te disser, não vai acreditar. Se antes te cumprimentava por amor, ou simplesmente por questão de educação, hoje nao passará de falsidade.

Sei que não vou conseguir te amar. De um tempo pra cá, aprendi a gostar das pessoas pela mente, não pelo coração. Controlo meus sentimentos através do que eu quero sentir. E minha mente e minha razão impedem que qualquer impulso seja transmitido que se refira à sentimentos. Bloqueia tudo e mesmo que eu queira, as decepções foram demais para conseguir mudar.

Enquanto o refúgio de alguns são as drogas, o etílico, o vício e o impulso, o meu é simplesmente Deus, que não me deteriora, não me destrói e não me corrompe. Me conforta, me perdoa e me transforma.

Me perguntam por que não consigo amar outra vez. Engana-se quem diz que é por falta de coração. Hoje penso, em todos que estão a minha volta. Naquele carinha que diz-se encantado por mim. Resolvi não desviar da minha razão e cair outra vez no abismo da emoção. Quem vai mandar no que sinto, sou eu. E por enquanto mando em não sentir. Assim estarei evitando coração partido, lágrimas escorridas e um tempão para recompor-se. Um passo de cada vez.

E quando eu encontrar aquele que me roube o fôlego? É só essa incerteza que me cabe. Não sei se vou conseguir olhar nos olhos e fingir que nada acontece. Mas há um medo que habita meu interior. Estou com minha alma fatigada, e sem forças de tanto enxugar meus olhos do pranto. É a dor de não sentir. Nem amor nem ódio, apenas não sentir. Não se sente completa, muito menos viva.

Ouço teus passos e teus susurros vem me torturar. Se não te vejo, coração da um jeito de te encontrar.

Eu quero um amor, para que eu possa chamar de meu.

Eu nem lembro como tudo começou, só sei que me lembro detalhadamente como tudo terminou. Eu sei também do que aconteceu no decorrer dessa história, que pra mim será gravada sempre na minha memória. Não tive culpa quando quis partir, eu sempre jurei nao deixar voce ir, mas como que eu iria fazer? Cada sorriso, lembrança ou cada singelo “eu te amo” vai ficar gravado em mim. Te amo tanto, mesmo com tanta impossibilidade, quanto tempo que eu nao falo com voce? Muito, eu sei. Mas nao por vontade minha, eu quero tanto te encontrar, falar de tudo que eu sinto, que sem você isso ficou tao chato. Nao é a mesa coisa, ainda tem um buraco em mim, uma ferida que sempre tá sendo cutucada, e que nao vai cicatrizar tao logo…

Quando penso em me desprender, me vejo mais presa à você.

Ruim é você sentir-se vazia ou completamente incapaz de se entregar outra vez, outra decepção é totalmente dispensável. Tudo isso cansa, simplesmente cadê todo aquele envolvimento? Você sempre se preparou para o amor, mas simplesmente por algo ou alguém tudo parece mudar tudo perde o sentido, coisas coloridas ficaram semelhantes a preto e branco.

Gostar ou não gostar? Na hora tudo fica confuso. Não se sabe enfim o final de tudo, nem sequer se espera um fim. Mas sempre há, felizmente ou infelizmente. O ruim é que de todo amor que se tinha, nada resta. Aliás, resta a saudade unilateral, o vazio e o eco do amor esvaído, dissolvido pelo tempo.

Amar e sentir-se amado: uma vida para viver completa sem falhas e sem ter que pular páginas em branco da sua vida, por ausência de algo que nem sequer pode ser descrito.