Marília Daniel
Estou sorrindo. Não,você se enganou,eu não estou sorrindo pra você. Você não vai ver isso tão cedo,não de verdade. Eu nem sei se ainda sei fazer isso,sorrir por sorrir. Sorrir por gostar,sorrir por plena felicidade. Começo a pensar que preciso de ajuda. Ei,você ai... Pode me ajudar a sorrir?
Eu finjo. Finjo o tempo todo, finjo pra tudo, finjo para os outros, finjo até mesmo para mim. Quando você fingi tudo fica mais fácil, mais solucionável. É mais fácil conversar se você fingir prestar atenção, é mais fácil ter amigos, agradar, fazer sorrir. Basta só imitar certas ações e não sair do normal. Fingindo, ainda espero perceber que ao fingir mais um sorriso, acabe sorrindo de verdade.
Vem, vamos fugir. É mais fácil pra você assim... Sair porta a fora quando o problema chegar e correr pra algum lugar. Então, vem, estou aqui esperando, se for necessário, minhas malas estão prontas assim que as suas aparecerem aqui.
Eu gosto de falar. Falar com quem tem a discutir me deixa incrivelmente animada,sempre espero algo surpreendente daquela pessoa, mas como sempre,estou esperando demais. Para onde foram as pessoas interessantes? O mundo ainda não acabou, então, por que diabos não vejo mais graça nele?
O ser humano quando aprendeu a falar, recebeu isso como um dom, uma dadiva, mas logo após, descobriu o ''dom'' ainda maior: o da mentira. E sabe qual foi a primeira mentira que ele contou? Eu te amo. Mas mentiras não machucam se você não acreditar nelas.
E pensar que a pessoa que você sonha em encontrar pode estar do outro lado da rua,pode encontra-lá indo ao mercado ou em uma festa de aniversário.Basta abrir os olhos para o mundo mas não estar procurando. Mas quando se fecha os olhos uma vez,fica quase impossível abri-los novamente. Quando se esta de olhos fechados,existe alguém que vira abri-los por mim?
Como em mais uma das minhas recentes noites em claro, resolvi procurar algo sobre o que pensar. Antes, essa tarefa era tão fácil que chegava a entediar, minha mente automaticamente era direcionada ao seu encontro. Para as minhas memórias. Mas ontem, ao decidir pensar em algo minha mente não correu ao teu encontro, pelo contrário,ela fez o caminho oposto ao teu, passando ao teu lado com direito a aceno de despedida. Em minha mente, não há mais aquele espaço só seu. Hoje você esta misturado com todas as outras memórias perdidas, e que só algumas vezes, são trazidas de volta a tona. Minha mente está cheia de nada ao seu respeito. Não é mais amor, tão pouco é ódio. Só o nada. E devo dizer,que nunca, o nada me soou tão bem.
Eu escrevo em tudo, em qualquer lugar. Cadernos velhos,folhas soltas, janelas e principalmente na minha mente. São poucas as vezes em que escrevo para valer, que guardo minhas palavras e minhas frases perdidas. A maioria delas, nem sequer faz sentido,e nem quero. Meu objetivo é me fazer entender minha própria confusão e não colocar outros nela. Mas mesmo assim,escrevo. Escrevo para mim, e não para você. Escrevo sobre mim e daqui a algum tempo, não mais sobre você.
Estou sempre com o sistema de defesa ligado. Quando sinto uma ameaça,mesmo a insignificante, chegando automaticamente minha mente recebe ordens de bloquear e se fecha contra o suposto inimigo. Mas algo aconteceu, não sei de que forma, minha mente recebeu um descanso ao te conhecer e o aviso de sistema desativado apareceu. Não sei por quanto tempo ele ficou lá,desativado,aguardando novas ordens. E hoje eu digo,graças a Deus as coisas não duram para sempre.
Por mais fortes, resistentes ou capazes de esquecer que ambas sejam, nunca serão as mesmo sem suas metades. Nunca serão fortes o bastante quando separadas. Unidas, elas podem contra tudo, e contra todos, até mesmo, contra elas próprias.
A.M.C.G.
Eu te prometo não só a eternidade,eu prometo te amar além dela. Muito além. Não se preocupe,eu sempre vou estar aqui.
Aprenda a parar!
Sabe, normalmente quando eu vejo esses recados dele ou quando ele chama meu nome,o mais simples ato da parte dele,faz meu coração acelerar
e depois ao perceber que ele vai embora, ficava um bom tempo tentando fazer ele parar de bater feito um louco,como se ele dependesse do outro para viver,mas hoje
foi um ''Oh olha o ele ali'' uma leve aceleração e pronto foi só mandar ''Quieto ai dentro!'' e ele obedeceu ficou quietinho na dele sabendo que ele ja se machucou demais por não conseguir se calar. Hoje, meu coração finalmente aprendeu a obedecer ordens e está ali,quietinho.
- É,esse é o seu problema, você não se da uma chance de sentir.
- Então o meu problema é não sentir? Como se eu já senti tanta dor?
- Não,seu problema é desistir. Desistir de sentir.
- Isso me protege.
- Isso te destrói.
- Na verdade,me sinto mais resistente assim. Impenetrável.
- Não,você sente como se estivesse mais poderosa assim,nunca mais resistente. Hoje em dia uma leve brisa te derruba por dentro.
- Exatamente,por dentro. Só por dentro, e com isso eu consigo lidar.
Oh aula de matemática,
por que não acabais?
Não há nada que tu faça,
que a calculadora também não faz.
Somar,somar,somar
Diminuir,diminuir
Não há escapatória,não há como fugir.
O relógio a olhar,mais uma vez a suspirar
essa hora que não passa,para que
para a casa eu possa voltar.
Oh onde está o sinal?
Para me livrar desse mal...
Falsos reis podem te fazer cair...mas não deixe de levantar por causa deles.
Hoje ao passar pela escola avistei algumas crianças que esperavam a professora para entrar para a sala de aula,e enquanto isso,brincavam de uma brincadeira que eu particularmente adorava...'' O rei mandou''.
Nessa brincadeira o ''rei'' manda dar alguns passos de tipos variados de animais até alcançar ele. Nessa brincadeira o meu favorito sempre foi o ''passo de formiguinha''. São passos minúsculos em direção ao objetivo final.
Quando você chegava na metade do percurso, havia o medo de perder e ter que recomeçar desde o inicio, pela simples vontade do tal rei. Mas você se pergunta, o que diabos isso tem haver comigo ou com a vida? Bem,muitas vezes,somos obrigados a dar passos para trás em nossa caminhada,somos obrigados a reescrever toda a trajetória,toda a história. Ao apagarmos alguns trechos imperfeitos da nossa história,podemos não ver,mas podemos sentir que ainda existem pequenos fragmentos vazios,em branco,sempre aterrorizando casa passo,tornando a jornada mais horrível do que ela deveria ser. Sempre ali para lembrar que em qualquer lugar,pode haver um ''rei'' escondido pronto para na metade do caminho nos obrigar a abaixar a cabeça e dar meia volta.
Falei com uma amiga sobre ela estar reescrevendo ela mesma em uma história de amor,de um jeito que eu nunca havia visto antes, saindo do nada e caminhando incerta para algo que ela não sabe onde vai parar. Esse não é exatamente o tipo de caminho que ela normalmente percorre,mas acho que muitos falsos reis já a derrubaram e hoje,ela não tem mais medo do que há espera no final da brincadeira. Hoje ela está disposta a correr riscos,andando a passos pequenos,andando pelo meu passo favorito após a queda,o passo de formiguinha.Por isso até hoje o passo de formiguinha é meu favorito,não pelos mesmos motivos é claro,mas na minha visão hoje,depois da queda nem sempre conseguimos voltar do mesmo jeito,com a mesma força e algumas vezes é preciso aprender a calmamente levantar e recomeçar... Então,meu caro amigo ou amiga,você sabe dar passos de formiguinha?
Será minha queda perante as tuas palavras. Só isso. Só minha culpa. Minhas confusões e minha falta de coragem,eu poderia te deixar ir,mas eu não quero. Até certo ponto,quero ver até onde eu te amo. Até certo ponto,quero ver até onde aguento. Eu ainda posso te amar? Eu ainda posso aguentar? E antes de responder as minhas próprias perguntas,já estou te dando adeus. Sem despedida melancólica ou choros de oceanos,apenas,um até breve. Eu sei que você vai voltar.
Deixo a água levar a minha unica lágrima solitária,por ser fraca,não por você. Aprendi a não chorar mais por você e sim por mim. Choro por perder a mim mesma,perder algo que era seguro e plano e entrar novamente em um mundo onde os buracos são fundos e negros,mortais. Só que eu tento levar junto comigo,nessa nova jornada pelo mesmo caminho,o meu arsenal de auto-proteção contra você. Deixo você vir e ferir meu escudo,mas com muito esforço,não mais meu coração. Apenas minha tarefa de me erguer,concertar o escudo e estar pronta para outra. Cair e levantar. Cair e levantar. Me apoiar na minha vontade de algum dia te ver indo embora e não sentir.
Bipolaridade em frasco.
Eu te amo,mas eu te odeio. Eu te quero,mas tenho nojo de cada palavra que sai da sua boca. Eu sinto sua falta,mas eu te quero o mais longe possivel.
Quem consegue suportar todos esses sentimentos ao mesmo tempo? Eu. Eu consigo ter todos esses sentimentos ao mesmo tempo. Minha confusão que complica se descomplicando.
Descubra o caminho dela;
Ela vai por aqui. Não. Ela mudou. Ela vai por ali. Não. Ela vai parar e não se mover. Não.
Tente descobrir para onde um coração ferido vai. Tente descobrir que caminho alguém sem noção de distância vai tomar tendo em mente uma unica certeza; ''O mundo é um lugar injusto,não por conter nele coisas e pessoas que te façam chorar,não por ele você não poder mudar ele, mas porque ele contém coisas que você não pode impedir que mudem.''. Então,tente impedir uma garota,sem o menor senso de perigo para ela mesma, de vagar pelos locais mais perigosos e mais tumultuados. Tente fazer essa garota sair de dentro de sua própria mente,lá não é mais seguro.
Acabei de descobrir que tenho fobia de relacionamentos. Pessoas pactofóbicas o primeiro sinal de crise no namoro já pensam em desistir,já pensam em todo o futuro e em todas as coisas erradas que podem ou não acontecer durante o relacionamento,levando elas a sofrer e desistir antecipadamente. Cansam logo da monotonia de relacionamentos e se descobrem algum gosto diferente do parceiro isso logo gera uma crise.
Ao acharem que o relacionamento perdeu a graça, suas ações se tornam impulsivas pois tendem a não ter mais desejo por manter o relacionamento de pé. Em alguns casos também,os pactofóbicos querem manter a união mas não sabem como.
E a cura para isso? Aprender a sentir.
Agora me diga,por que diabos eu iria querer sentir mais?
Ótimo, você já voltou, destruiu as poucas paredes que eu havia posto de pé. Missão cumprida. Agora pode desaparecer logo? Já está na hora de recomeçar a construir.
- Para onde você está indo?
- Para o mesmo lugar que você. Para onde você está indo?
- Não sei. Talvez para um lugar onde não seja preciso pensar.
- Pensei que você gostasse de pensar.
- Eu gostava. Agora pensar me traz problemas e não soluções.
- E se você parar de pensar,o que acontece?
- Não sei o que pode acontecer,nunca parei. Como é?
- Assustador. Um tanto sem direção.
- Sem direção. Deve ser estranho ficar assim,sem escolher. Não sei se consigo deixar outras pessoas escolherem.
- Você disse que queria parar de pensar...
- É. Eu queria.
- Por ele?
- Não!
* silêncio *
- Parar de pensar nele.