Mariane Murase
Prefiro acordar chorando e descobrir q era só um pesadelo, do que acordar sorrindo e descobrir que foi apenas mais um sonho...
Porque quando o amor acaba os defeitos recebem uma importância inacreditável, e tudo que era lindo já não existe mais. Só existem agora as coisas ruins... e os motivos para se estar junto, evaporaram com todas aquelas qualidades encantadoras que a outra pessoa já não possui mais. E chega a parecer que todos aqueles momentos bons nunca foram bons de verdade e que todos aqueles sonhos foram mera alucinação... Quando o amor acaba, se acaba também tudo o que havia de bom... e tudo que fica são mágoas e dor. E pensar no outro já não te traz mais aquele sorriso e o brilho nos olhos... e as lembranças só conseguem machucar ainda mais o coração já doente. Quando o amor acaba tudo isso acontece...e quando tudo isso acontece, descobre-se que não era amor...Porque amor, amor de verdade, simplesmente não acaba!
À cidade dos DIAmantes
Naquela cidade dos diamantes,
onde sempre amava-se o dia
e diariamente, da mente a gente ria
da noite era impossível não tornar-se amante
Terra de tantas e tantas subidas
lá onde cachoeira banhava a alma
o vento refrescava a calma
e as estrelas imploravam para serem lidas
O fôlego ficava, então, perdido,
e o coração antes duro, amolecia,
quando o azul do céu se tornava rosa como flor
O tempo nesse momento esquecia
e o fôlego perdido encontrava-se no amor
E diamantina, cheia de amantes tinha seus dias escurecidos
Lágrima
Ela nasceu...
Assim como nasce uma criança
Singela e inocente
De um lindo ato de amor
Mas nasceu
De uma forma diferente
Dolorida e bruscamente
De uma pequena grande dor
E viveu uma vida curta
Correndo sutilmente
E dançando suavemente
Uma linda dança sem cor
E morreu
Num curto espaço de tempo
Singela e docemente
Como se não sentisse dor
E sumiu assim
Em meus lábios rapidamente
Aquela pequena lágrima tão doce
Que tinha gosto de amor
Eu não sabia, até o fim da tarde de hoje, que existiam tons de azul tão encantadores. Era uma paisagem embriagante...
Primeiro era um azul que cintilava e que chegava a parecer prateado. Acima dele, passando bem perto, um azul-quase-roxo, num tom grave, arrepiante.
E ainda mais acima, separado apenas por uma faixa suave, era um azul tão azul que eu não posso dizer mais nada sobre ele.
Até as nuvens decidiram que não seriam brancas, pois parecia uma afronta ser branca em meio aquele deslumbre de cores. Eram nuvens coloridas, alaranjadas, arroxeadas...
E elas pintavam àquela paisagem com uma sutileza tão imponente, que faziam crer que era um crime (e porque não um pecado) não admirá-las.
Como nunca quis ser nenhum tipo de criminosa, me rendi a elas e me deixei embriagar por toda aquela poesia silenciosa.