Mariana Romariz
Eles querem que eu seja o que eles não foram, enquanto eu só quero que eles me deixem em paz. Paz, meus pais. Só quero paz.
Não sei se escrever me faz realmente bem, mas desde que aprendi o faço. Nunca soube usar as palavras em seu lugar correto e todas as situações que me pareceram difíceis eu piorei com meus textos. Eu não sei escrever sobre coisas boas, nem pra dizer que gosto, só escrevo coisa triste e não me agrada. Eu não gosto dos meus textos, eu não gosto do fato de sempre falar as coisas da forma errada. Mas eu queria que por um dia alguém entendesse as coisas da forma que eu entendo. Um dia. Eu só queria que insistissem mais em tudo que eu tenho por dentro.
Eu queria enxergar o mundo como as pessoas vêem, eu queria que pelo menos um dia meus passos não me enlouquecessem.
Eu queria alguém pra ocupar o pensamento, eu queria fazer e ser feliz por um momento.
Eu queria parar de olhar pro teto e assitir ao tédio, eu queria encontrar algum remédio.
Eu queria ver as nuvens de uma forma boa, eu queria que nenhum sentimento fosse a toa.
Eu queria poder voar, queria poder encontrar, encontrar, encontrar...
Eu não posso preencher o silêncio da tua solidão, mesmo que eu quisesse eu não poderia ser tão bom. Já percebeu que a lua mal aparece quando o sol te aquece? Isso remete tamanha proporção. As estrelas que ofuscam até mesmo planetas, tanto brilho, tanta luz que mal se pode enxergar. Não se pode negar o dom do encanto, da beleza, das poesias...O dia que vem e tão rápido se vai.
Tanta coisa bonita eu leio porque não sei cantar. Meu coração que tanto bate sem poder falar queria apenas um minuto de atenção, apenas algum tempo para encontrar-me a andar por qualquer lugar, indo pra qualquer direção.
Depois de tanto fazer tempestade estou branda novamente. É uma nostalgia maluca, que hora me deixa calma a pensar, e outrora desesperada a gritar socorro para quem tiver coragem de se aproximar. Hoje eu escolho o que é certo ao invés do que é fácil, hoje eu digo não pra tudo que não for de coração.
É a morte que lhe deixa
Escondes tua dor e tua solidão
Mas leia-me:
Tenha atenção!
O caminho é tortuoso
Escorregarás
Meterás os pés pelas mãos.
Eu lhe avisei, faças tua oração
Ignore esta canção
Não faz sentido...
Não, não!
Não leias, não sigas, nem voltes
Pares, vejas a dor do mundo inteiro
Percebas
A dor és só tua,
Ela és unicamente tua agora
Não enxergas?
O mundo, a vida, é o que mais lhe apavora
Tu imploras pela morte
Mas é ela quem sempre lhe manda embora.
O sorriso que eu quero pra mim
Ele fala sorrindo, envergonhado, com uma voz que me causa orgasmos. Ele me olha, bobo, inocente e, eu me rendo: faz o que quiser. Ele me encaixa em seu abraço e me beija os lábios o beijo mais doce.
Eu o olho tonta, tola, me sentindo criança e constato: não sei bem quem és mas estou estupidamente, perdidamente e numa burrice enorme, totalmente apaixonada.
Tô valendo nada não
Oxi menino, desculpa não te dar tanta atenção, desculpa não corresponder, desculpa esconder o coração. É que eu tenho medo de ‘cê gostar de mim e eu não tô valendo nada não.
Quando você me quiser eu não vou te querer mais e assim ficamos nesse ciclo infinito de querer até o outro querer e de não querer até que o outro deixe de querer.
Eu cansei, como quem ama uma música e enjoa, eu enjoei de você. Enjoei porque como disse você me cansa com essa fala mansa e, essa tua forma de dizer sem dizer e, partir sem chegar a lugar algum. Eu cansei, porque te querer não me traz paz e não me faz mais do que somente metade inteira e, de metades eu já tô cheia.