Mariana Paiva
Cada canção nesse disco tem uma história. Guardo todas - como uma velha guarda na penteadeira pó de arroz vencido, bibelôs de louça, fotos de amores antigos esmaecidos pelo tempo
Não quero mais jogar boia
trazer helicópteros
mover o mundo inteiro
para salvar amores
Quero um amor
exímio nadador
Provençal
Cheia de modernidades, um dia eu disse:
vamos à cozinha que vou fazer xarope
era uma tosse que não passava
e ele não conseguia dormir
Cortei tudo: o limão em quatro, o gengibre picadinho,
o dente de alho. O açúcar pus pra derreter
sem nenhum medo de queimar
- talvez pela primeira vez
Quando estava quase pronto, um mel de favo
lá da Chapada arrematou
Mas ele foi beber e estava quente
queimou os lábios. Pacientemente
peguei outra xícara e esfriei,
(ah, nessa hora nem sei quem fui)