Mariana Eliza de Oliveira Beguito
Parece chuva que não tem estio,
Parece noite sem céu estrelado,
Parece teu corpo frio,
Com o meu quente ao lado.
A saudade é um dia frio,
É como chuva fina em breve estio
Ave pequenina sem ninho
É porta aberta e alguém que não vem.
Hoje na nevoa meu amor padece
Vai num lago sombrio navegando em prece
Num breve assobio sinto você
Mas olho e nada posso ver.
Morre corre e some,
Essa é a pior saudade.
Estar ao teu lado e ausente,
Na teoria inteiro, mas se sentir metade.
Era noite e a noite e dos poetas,
Essas almas de coisas secretas,
Que sentem e escrevem
Antes de falar.
E você vai chegar no sonho
E já terá outros para realizar
Vera que importante mesmo é o sonho
Nunca deixe de sonhar.
Separação é assim ruim,
Uma serra cortando em dois
O que enganadamente se juntou,
Mas que um inteiro nunca foi.
Sou a favor do não bater,
E fã do carinho ao invés do grito.
Se agredir fosse educar,
Não existiria bandido.
O povo reclama do crime
Do bandido ser tão desumano,
O povo só esquecer de lembrar,
Que o bandido já teve dois anos.
Hoje me assombrei contigo
Fiquei estatelada de espanto,
Quase morri ,solta a alma do corpo,
oco alucinante ,quase vacilante.
Olhei e pouco vi seu rosto.
O que vi não lembro parecia um vácuo.
Um vazio dês-sonhado e tosco.
Como se dentro de ti fosse um buraco.
Não me parecia no inicio,
Que a sua alma fosse tão escura,
Então rebentou-se em mim o frágil anelo,
Como rosa bela que com espinhos fura.
Nesse espanto eu petrificada fiquei,
Olhando sem ver-te nem fixamente,
Uma luz em treva dissolvida,
Buraco negro em forma de gente.
Sua falsidade , maldade puxando tudo,
Um imã imenso e triste e feio,
Cada passo apodrecia tudo,
Do início ao fim e o meio.
O susto foi maior que a dor que senti.
Ao sentir que o amor em mim se partiu.
Mas ao ver você como antes vi ,
Sei que o que vi nunca existiu.