Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de março de 1822. Porém, como seu batismo só aconteceu em 1825, esta é a data que consta em sua certidão de nascimento.
Fruto de um relacionamento extraconjugal, Maria Firmina nunca chegou a conhecer o pai. Além de bastarda, também era afrodescendente, e foi vítima de segregação racial e social ainda na infância. Aos 5 anos, perdeu a mãe, e se mudou para a casa da tia materna, que tinha melhores condições econômicas e contribuiu na formação da sobrinha.
Maria Firmina formou-se professora e, em 1847, com 25 anos, obteve aprovação em um concurso público para lecionar em uma escola primária em Guimarães (MA). Foi a primeira mulher a integrar oficialmente o time do magistério maranhense. Quando se aposentou, na década de 1880, fundou a primeira escola mista e gratuita do Maranhão – e uma das primeiras do país –, no vilarejo de Maçaricó.
A escrita foi parte essencial de sua vida, e publicou poesias e romances, além de colaborar com diversos jornais literários. Sua primeira obra, "Úrsula", foi publicada em 1859 sob o pseudônimo "Uma maranhense", e foi pioneira em muitos sentidos. Foi a primeira obra publicada por uma mulher negra na América Latina, o primeiro romance abolicionista de uma autora feminina em língua portuguesa (e também sob o ponto de vista de uma pessoa negra) e o primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil. Também é autora dos contos “Gupeva” (1861) e “A escrava” (1887) e do livro de poesias “Cantos à beira-mar” (1871).
Morreu em 11 de novembro de 1917, cega e pobre, em Guimarães, no Maranhão. Apesar de ter vivido quase 100 anos, praticamente não há registros confiáveis de sua imagem.