Maria Emanuelle Cardoso
A gente adentra a página como quem nada quer, pensando no que pode haver entre duas cidades. Decerto, as pessoas são outras, os prédios, as avenidas conduzem a destinos outros. Um amor está à espreita, caso tenhamos a sorte de todos os passos conduzirem ao encontro.
Para nos contar da eterna teia que é a saudade, da construção que é o afeto, esse ônibus ao outro que estamos atrasados para pegar (mas sempre dá tempo). E como dá tempo nos sentamos, aliviados, diante desse ponto de partida e chegada que é o outro.
Estamos tecendo com o que pudemos, aceitamos esse trabalho com a linha que temos e não paramos, pois sabemos que o único modo de encurtar uma distância é percorrendo-a. Mal sabemos que estamos, com isso, construindo uma outra distância. Maior.