Maria Eduarda Motta Veloso (Sejamos a Aurora)

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⁠— Será que estou prestes a trocar um vício pelo outro? Porque neste momento... não consigo imaginar uma existência sem você. Então, é egoísmo eu estar disposto a tudo para agarrar essa felicidade entre meus dedos?

⁠— Sabe, cheguei a uma conclusão sobre se eu realmente fetichizo minha dor ou não e... Acho que eu gosto de me odiar. Estou nessa espiral de autodestruição faz tanto tempo que... eu não lembro de como é não desprezar minha existência. Talvez seja uma espécie de vício masoquista. Deve ser por isso que estou me sentindo tão... culpado por estar bem, eu arriscaria dizer até feliz. Eu estou muito feliz.

⁠Cada objetivo traçado, cada ambição acalentada, perde sua importância e se torna ínfimo diante da sensação avassaladora de que a verdadeira razão da minha existência é estar neste momento, neste lugar, ao lado dela. Como se desde o nascimento eu estivesse predestinado a este encontro, a este exato momento.

⁠Seus olhos se encontram com os meus, intensamente, daquele jeito que me faz sentir como se estivesse nu diante dela, como se ela pudesse ler os segredos enterrados sob minha pele. Antes, esse olhar me fazia sentir vulnerável, mas agora... Já encontrou alguém que faz você se sentir como se não precisasse traduzir sua alma? De alguma forma, ela... apenas sabe. É isso que significa ter uma alma gêmea?

⁠— Todos te enxergam como alguém frio, inabalável. — Começa, sua voz suave e ponderada. — Mas a verdade é que você não ignora as pessoas por ser simplesmente frio; é que há tanto caos dentro de você, tantas emoções, que não sobra energia para se concentrar nos outros. Seu dilema não é sentir pouco, é sentir demais, Seth. Você é um Sísifo.
𝑬𝒖 𝒎𝒆 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒐 𝒆𝒎 𝒗𝒐𝒄𝒆̂.
Tenho vontade de dizer, mas as palavras se perdem, minha cabeça começando a latejar. Ao invés disso, apenas murmuro:
— Você acha que um dia vai diminuir? — Indago, quase inaudível, levando a taça de vinho aos lábios.
— A dor?
— Sim.
— Bem... — Sephy encolhe os ombros, esfregando o peito, um sorriso quase triste nos lábios. — Tem que diminuir, tem que.
A taça em minha mão treme enquanto ela me encara, olhos carmesins assombrados, e de repente, parece que estou olhando para um espelho.

Sephy Llyr nunca esteve tão dolorosamente bela.
E eu desejaria que esse sentimento em meu peito se limitasse a sua aparência, mas o problema é que... eu adoro todas as suas camadas.
Até as terríveis.