Maria Cecília Cordisco
ADORÁVEIS MALDITOS TEMPOS DE LÚCIDEZ.
E o clichê que me domina agora, torna-se um ciclo vicioso, constante e perturbador, que como todo ciclo, não há um prévio fim.
Tentei por diversas vezes me desprender dessa mania doentia de abraçar esse ciclo, que por sua vez, já se tornou tão familiar, assim como o observar do nada que insiste em estagnar meus anseios.
Habituada ao incerto, ao contraditório, passo somente a observar o tempo expirar-se, na mesma velocidade que vejo pessoas se perderem pelo mesmo motivo no qual me perdi. Ah, se ao menos pudesse dizer o que as espera aqui… Nada fascinante! A não ser a eterna espera de mudança. Porém cuidado ao constatar que a ruína de uma mente perdida é tomar o triste conhecimento de que tudo já foi mudado.
PROTEJA-TE.
Mais uma vez, na constante mania de teimar em solucionar amores mal resolvidos, conversas não terminadas, e cicatrizes que não tive a capacidade de cura-las, deixei tudo ali, para que somente o tempo pudesse fazer isso por mim.
Hoje, por algum motivo, eu me desesperei.
Me desesperei ao te ver ali, sem rumo, sem esperança alguma nos olhos ou na sua voz. Voz aquela que em um momento bem distante, me confortava da maneira mais pura que alguém já conseguiu.
Poderia deixar tudo de lado, toda conversa não terminada, toda magoa ali cravada, toda lagrima que foi derramada, porém ao ser racional com tudo isso, aboli qualquer possibilidade de te acolher na esperança de não te ver cair mais uma vez. Seria como um livro já lido, um filme já visto, e eu saberia exatamente quais seriam suas respostas a cada palavra que eu dissesse.
Então guardei pra mim e abracei o silêncio perpétuo. Com todo orgulho que mergulho, e que mais uma vez me impede de te salvar, e só me deixa te ver assim, partindo…
UT PACIS QUAM IS EST UT FUTURUS INTUS MIM
Muito mais que um estado de espírito, primitivo e paradisíaco. A busca por ela é constante, todos os dias, incansavelmente. Mas leva um tempo pra perceber que ela é ofuscada por circunstancias adversas. Leva um tempo para perceber que ela nunca esteve fora, ela sempre esteve dentro. Ela sempre fez parte de você.