Maria Carvalho
Temos que continuar acreditando em nós mesmos... Acreditar que tudo vai se encaixar no devido lugar, que o outro dia será melhor que o anterior, que nada acontece por acaso e que tudo vai ficar bem.
Sonhar perfumado
Vou escrevendo nas estrelas
A magia do Amor
A magia dos silêncios
Que só eu ouço
Que só eu entendo
Que almejo num sonhar perfumado de vida
Da minha vida
Um dia alguém com sonhos de Poeta, com palavras de profeta
Queira ouvir comigo os meus silêncios
Ser o meu livro de estrelas
O perfume do meu existir
Caminhando comigo
Nas estradas dos sonhos
Chegando ao lugar almejado
Sem ser preciso sair
·
Além de mim mesma
Sou luz na minha própria escuridão
Tacteio os nós que vivem em mim
Deles teço abraços
Que na maioria das vezes não dou
Guardo nos sótãos da alma
Aguardo
Que alguém me alcance
Além de mim mesma
Me olhe
Me rasgue a pele
E se entranhe
No que não digo
No que não faço
Me leia
Ou simplesmente me soletre
Podem ser palavras
Olhares
Bastava-me que escutassem
Os meus silêncios
Tanto de mim são silêncios
Que falam de Amor
Que falam de anseios
Que falam do sonho
Que me agarrem um dia
Muito
Mas mesmo muito
Para além da Poesia
Vou
Vou comigo nem sei onde, sei que levo o coração, vou por aí ver as cores do tempo quando abraçam as folhas no chão.
Não contes a ninguém, quero ir sozinha, num barco de sonhos com velas de medronhos, cheiros de canela, e beijos de luar.
O barco é nosso, construí-o nas asas do vento, contrariando as marés e o tempo!
Mas, hoje não vais!
Tenho que ir sem ti!
Vou desafiar o tempo!
Não quero que vejas os meus olhos, estão pintados de silêncios, de pérolas de poesia,
Que escorrem em cascatas rumo à maré vazia!
Oh, amor!
Hoje, o dia não nasceu, o sol não brilhou, mas sei que a noite será estrelada
Tenho a dor de um coração magoado, da alma amargurada
Mesmo com o céu estrelado.
Acredita, eu volto!
Não dês asas à tristeza
Guarda no leito os beijos da paixão.
Mas, hoje só vai comigo a solidão
Acredita!
Se o céu se iluminar
Preciso de me perder, para me encontrar.
E ao amanhecer, já voltei de mim
Vou estar aí!
Fingiremos de mãos dadas, que nada aconteceu.
Fui só ali e voltei, e nos sonhos que pintei, trago de novo o meu EU.
Mas não contes nada a ninguém
Está bem?
Tenho por linhagem “ousadia”
Rasgo os sonhos, a alma, o corpo, cantando!
Sim! Cantando!
Componho réstias de sangues que geram melodias.
No âmago, sou ave.
Livre do passado, livre no presente.
Amo voar!
Delicia-me se for em bando.
Tu e eu! Sem ser preciso somar.
Abraçados de amor, abençoados pelo vento, que nos concede viagens no tempo.
Tempo!
Que é, só isso mesmo.
Tempo!
Fazemos do nosso voar bênçãos concedidas divinamente?
Os abraços?
Os amores?
Do tempo que não tem tempo?
Não!
Fazemos a Luxuria tornada pecado? Ou licor adocicado?
Não!
De cálice na mão, com o mundo inteiro no coração.
Fazemos!
Sim,Fazemos!
O cântico da sangria da paixão, que se mistura no sangue.
Corremos!
Cantamos!
Talvez os sonhos sejam lugares de partida!
Tanto Amor só pode gerar VIDA!