Mari Mendonça
A sociedade exausta,
A mente abalada,
Os olhos cegos,
A depressão.
O que mais observar?
Quando o silêncio é tudo que me resta.
A minha mente vazia, com pensamentos opostos ao de ontem
Se tornou um abrigo de funções.
E minha boca,
Que ainda tem seu sabor,
Se fechou.
Meus medos seriam amar novamente.
E assim ,
Correr o risco de estar totalmente indefesa.
Era um risco que eu precisava correr,
E me recuperar rápido,
Caso tudo dê errado.
Se o mundo praticamente te jogou em mim,
Se o tempo parou nas madrugadas,
Se o significado dessa relação sempre foi amar,
Me explica por que está tudo no singular.
Por que já não da certo acertar?
Por que o errado já se tornou o nosso modo de viver?
Acima de tudo,
Me explique o inexplicável.
Se tudo sempre foi possível,
Por que na minha vez, nada aconteceu?
E aquela primeira estrela não surgiu,
Nem caiu,
Por que não ha mais estrelas cadentes ?
Tudo se tornou tão pouco depois daquele tempo
Todas as palavras pareciam sem sentidos
Sem lugar no meu livro
Lugar para encaixa-las.
As vezes algo mais forte tem um propósito pra cada um
Mas qual o meu?
Se tudo que mais queria
Se foi
Em um relance,
EM um minuto, em pouco prazo.
Eu vivo me perguntando, será difícil me amar?
Não bater a porta as madrugadas
Levantar mais cedo
Pra não presenciar minha angustia
Será impossível acontecer diferente,
Tomar um café, se importar com aquela situação
Depois desaparecer
como todos os outros fazem após uma semana
Apenas dessa vez eu queria ser teu infinito,
Mesmo que ele dure até amanhecer.