Marco Rocca

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Poema: "Sotavento"

De meu canto,
sempre fico quieto.
Melhor assim.
Não tenho como opinar,
se há um Deus e um demônio
residindo dentro de mim...
Quisera eu, retroagir.
Para erros passados, corrigir.
Mas, não posso!
A cada dia vejo células, telômeros...
Esgotarem-se ao tempo.
Ah, o tempo!
Guarda em si a ternura do passado
e a amargura de cada pedaço,
cada milímetro...
A soprar em sotavento.

⁠"Ontens"

A poesia range
nas escoras do tempo,
nos dentes que caem,
na aurora perdida
do mês de dezembro.

A lucidez tange
o cós do movimento,
as fotos que varrem
tal coisa esquecida
as quais, não lembro.

⁠Poema: "Átimo"

Estrito ao vazio,
curvo letras
em trapézios
de solidão.

Exposto a ventos,
disperso certezas,
por emoção.

Na suave lembrança,
retenho brisas breves,
plenos momentos...

⁠Acredito em Deus

Pois, Ele é poesia em meus
ouvidos, sabedoria em meus versos,
complexidade nas ações.
Acredito em Deus. Sem Ele não haveria o tempo em que conhecêssemos nossos pais, avós.
Ainda que não amassemos a vida, toda aquela que há em pessoas e animais, na capacidade de criar, se reinventar, construir, explorar, multiplicar.
De onde viria a inspiração?
Pois, somos a imagem de Deus, não a imagem do nada. Habita no homem, vida. Sua finalidade está implícita no momento que vive ou lê esse texto. A que chamas tal ímpeto? Ainda que haja um nome, chamo de Deus, seja perfeito ou imperfeito. Ou que a humanidade chegue ao nada, surprenderar-se...
Pois, saberá que o "nada", também é Deus!

⁠"pela madrugada..."

Na cobardia de minhas angústias,
revisito cátedras de paralelepípedos
soltos e morfologicamente opacos.
Se não bastasse este corpo fraco,
dissecaria ternuras.
Para que elas,
embebedassem à alma de vinho,
de mar salgado e de todo sangue.
Porém, a febre queima em desalinho,
rudimentarmente entalha os móveis.
Na madrugada talha o chope de bar,
fatigadamente dirige automóveis,
ardendo-se de vida.
Enquanto, a noite plange...