Marco Lafico
Não gosto dela, não gosto de poesia, de samba, de rock, não gosto da chuva, não gosto do mar, não gosto de olhar, não gosto de escrever cartas, não gosto de ligar de madrugada...
Mentira.
Morena, 25 anos, filha de um burguês que vivia viajando pelas praias do litoral, bebia sozinha em um restaurante francês no meio da cidade, perto do bar do Chico, onde o pai costumava ir tomar alguns drinks de vez em quando.
Ele havia acabado de sair da academia, um pouco mais novo, mas se achava bastante experiente na arte da vida e em seguir sua lenda pessoal, havia marcado um Happy Hour com os amigos, todos desmarcaram, um teve um problema em casa, outro apenas não respondeu, decidiu ir sozinho, precisava comemorar a nova conquista de trabalho.
O lugar era pouco iluminado parecia um cenário de filme, mas sem os atores, tinha algumas mesas e um garçom que chamava Antonio e trabalhava ali desde os 17 anos.
Ela pensava de novo em amor, na casa, nos dois filhos que queria ter.
Ele só conseguia pensar no trabalho e se perguntou o que uma mulher daquelas estaria fazendo ali.
Ela se perguntava a mesma coisa e daí algo aconteceu...
Se a vida for uma viagem, que seja daquelas pra descansar bastante, amar um pouquinho e trabalhar com o que gosta pra passar o tempo.
Quando a experiência chega a gente entende que relacionamento não é sacrifício, mas uma adaptação às necessidades do outro.
Se você se sacrifica por alguém pare de fazer isso em seu próprio bem.
Eu tenho a sensação que o amor é aquilo que faz a gente colocar a cabeça no travesseiro e não pensar em nada.
Eu acho que o universo conspira a nosso favor quando você realmente acredita em algo. Eu acredito na arte. Acredito também em criar outros desafios, não gosto da vida muito parada.. Admiro muito a idéia de largar tudo e começar algo do zero, é um desafio pessoal, todos deviam passar por isso um dia!
Se for pra escolher entre você e o mundo, eu compro um planeta e mando te entregar, feito só pra você.
Quando a musica começa a ter um papel importante chegou a hora de levar a arte à sério e levar a vida na brincadeira
Se pudesse dar apenas um conselho para as pessoas eu diria:
Ande com pessoas positivas.
Pessoas negativas vão sempre dizer que você está errado e que não consegue.
Bom, a melhor parte é que quando você alcança algum objetivo as pessoas negativas, que te chamaram de louco, começam a aderir à loucura também.
Tornam-se positivas na maioria dos casos.
E o que mais importa ao fim de tudo é fazer a diferença na vida de alguém, Seja com um conselho, um verso, um sorriso.
Daí você pensa que vai conseguir definir uma mulher nesse dia tão especial.
Então chega à conclusão que não consegue e deve ser apenas grato por ter elas por perto.
Se uma mulher te estende a mão, é porque quer voar contigo.
Aproveite.
Um dia vamos perceber que aqueles detalhes da vida, um atraso, um carinho, uma confissão, fizeram justamente tudo ter algum sentido.
Quero mais da vida, quero mais do meu chão,
vou fazer musica bonita pra alegrar seu coração.
Quero fazer brincadeiras, te levar embora então,
pra poder no futuro deixar nada assim em vão.
Vou fazer casa grande, preparar um jantarzinho
já deixei o violão ao lado do pianinho.
Quero tudo do meu jeito, jeitinho de paulista
porque no meio da selva só vive quem for artista.
Quero tudo do meu gosto, contar nossa história ao joão, dizer que em um dia chuvoso tu me fez escrever um refrão.
Não aguentei, fui ali te conhecer, arrumou o cabelo, deu boa noite, e se despediu sem nem dizer o porquê.
Mas são coisas da vida,
coisas do velho sertão.
Ora, Chico Buarque já cantou coisas mil do teu coração.
Fui valente, bati a porta, aqui não volto não, se for pra voltar, que seja por outra canção.
Passa chuva, passa o vento,
o vento tem medo da chuva, chuva da força ao vento.
E na nossa tempestade, em meio à toda essa bruma, vento não tem medo, vento anda junto com a chuva.
Acredito que o amor é aquilo que nos faz fazer coisas estúpidas quando pensamos que fazemos coisas inteligentes.
Uma coisa que vai acontecer até o fim dos tempos:
Imaginamos uma situação. A situação real acontece de uma maneira diferente. Pessoa frustrada.
Aprender a lidar com isso é um grande passo para o desenvolvimento pessoal.
A gente nasce pensando que a vida é um castelo de areia e descobre que na verdade o castelo só faz parte de algo maior, muito maior.
As pessoas certas, no seu tempo, vão se juntando.
Vou me casar : Bonita tem que ser, claro. O perfume já vem com ela, mas ela conhece sobre negócios, dona de sua própria empresa. Sabe o valor da arte, conhece a discografia do Tom Jobim, e outro dia me comentou sobre uma exposição de obras do Christo no Ibirapuera.
Achei engraçado quando disse que os Nova Yorkinos gostavam de Paulo Coelho. Outro dia, quando voltou da Rússia, me trouxe uma sinfonia escrita à mão por um senhor de meia idade, disse que ficaria bacana como decoração ao lado da mesa de som do estúdio. Quando fui escolher o apartamento fez questão de colocar na parede alguns dos álbuns que participei, achei um gesto bonito e contribui deixando um retrato de nós dois em Paris, na lua de mel.
Enquanto isso, com uma habilidade impressionante, ela conseguiu finalmente fazer os cálculos que correlacionavam as pirâmides do Egito com a constelação de Orion, dizia ela que a avó sempre fazia um pedido quando via as "3 Marias".
E não é que ela adivinhou? No primeiro jantar do novo apartamento a sogra fez lasanha a bolonhesa, me senti em casa, e aproveitei para conversar com o pai dela sobre os rumos do mercado de bem estar no Brasil e a expansão para a América latina, que pessoa bacana.
Seu pai havia servido ao exército e após passar por 3 empresas como um péssimo vendedor, acabou fazendo fortuna com um aplicativo sobre futebol e hoje vive de rendimentos.
Lembro a vez que viajamos pra Veneza, acabei comprando um violão de 20 dólares em uma loja que tinha do lado do nosso hotel. E que ouvido ela tem, acabou me ajudando a terminar uma outra producao enquanto a ajudei a terminar um planejamento de marketing para o lançamento de uma coleção de roupas que tinha bolado com a amiga, a Barbara.
Quando voltamos ao Brasil, com dois filhos ja criados, tive a certeza que o pais ia se destacar no mercado mundial,o que acarretou na decisão de vendermos nossa casa em Los Angeles.
E no final, o que é um bom relacionamento? Me desculpa Tom, Christo, Economia, Governo, Estados Unidos, mas vocês podem estar fora da história, o amor pode ficar.